Os aviões sem piloto, operados pela CIA, são o dernier cri da tecnologia bélica americana.
Bush inaugurou o uso desta arma, bombardeando a região do Paquistão fronteiriça ao Afeganistão para caçar talibãs ali escondidos.
Obama incrementou os bombardeios e em 8 meses fez mais do que Bush em 3 anos.
Os generais paquistaneses não gostam nada, o presidente Zardari resmunga, mas aceita, e o povo é francamente contra. Mas Obama está satisfeito. Afinal, os “drones” já liquidaram mais da metade dos líderes do talibã na região. Pena que também matem civis. Algumas centenas até agora.
Por isso mesmo, a nova arma é a principal responsável pelo grande anti-americanismo que grassa no país.
Até agora, só foi usada em regiões rurais.
Mas o exército americano, com apoio do presidente Obama, quer lançá-la contra a cidade de Queita, que seria um santuário para muitos chefes do Talibã.
Aí o governo do Paquistão acha demais. Afinal, Queita é densamente habitada. Bombardeá-la traria um morticínio de civis.
O estranho Nobel da Paz, que não vacila em lançar mísseis que atingem civis de um povos com quem não está em guerra, insiste. O Paquistão resiste. E pela primeira vez está ameaçada a cooperação entre esses dois aliados.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
OS EUA ESNOBAM PROPOSTA DE PAZ DO TALIBÃ
Revela o Wall Street Journal que, em 5 de dezembro, o Talibã enviou a empresas jornalísticas um e-mail que dizia: ”Não está em nossa agenda intervir nos assuntos internos de outros países e estamos prontos a fornecer garantias legais disso se as forças estrangeiras se retirarem do Afeganistão.”
Para os analistas, estaria implícita nessas “garantias legais” a proibição do uso do território pela Al Qaeda como base para praticar ações terroristas em outros países. Sem a Al Qaeda, a guerra se tornaria desnecessária. Maravilha, não?
Não.
Em entrevista à cadeia de TV ABC, Hillary saiu com essa:” Pedimos ao mulá Omar (o chefe do Talibã) que renunciasse às relações com Bin Laden depois do atentado de 9 de setembro e ele não aceitou. Não sei por que ele haveria de mudar de idéia agora”.
Na verdade, sabe-se que as razões podem ser várias: desinteligências (já comprovadas) com a Al Qaeda tornariam exagerado o preço pago para o Talibã defendê-la; preponderância dos elementos moderados sobre os radicais; confiança em que, sem as forças estrangeiras, o corrupto governo Kasai cairia facilmente.
O que não se sabe é porque Hillary desdenhou uma proposta que evitaria a morte de muitos soldados americanos, além de gastos orçados em 100 bilhões de dólares anuais.
Alguns analistas acreditam que a esnobação de Hillary seria uma estratégia para os EUA negociarem em posição privilegiada e assim poderem fazer exigências como: expulsão da Qaeda do território afegão (e não simples proibição); desarmamento das milícias talibãs; compromisso de se integrarem na legalidade como partido político, etc
Mas há outra hipótese.
O complexo industrial-militar, que, com a guerra está lucrando horrores, não estaria disposto a aceitar uma retirada brusca que acabaria com sua festa.
Obama, através de Hillary, estaria manobrando com cuidado para, aos poucos, conseguir dobrar prováveis reações contra a paz.
Para os analistas, estaria implícita nessas “garantias legais” a proibição do uso do território pela Al Qaeda como base para praticar ações terroristas em outros países. Sem a Al Qaeda, a guerra se tornaria desnecessária. Maravilha, não?
Não.
Em entrevista à cadeia de TV ABC, Hillary saiu com essa:” Pedimos ao mulá Omar (o chefe do Talibã) que renunciasse às relações com Bin Laden depois do atentado de 9 de setembro e ele não aceitou. Não sei por que ele haveria de mudar de idéia agora”.
Na verdade, sabe-se que as razões podem ser várias: desinteligências (já comprovadas) com a Al Qaeda tornariam exagerado o preço pago para o Talibã defendê-la; preponderância dos elementos moderados sobre os radicais; confiança em que, sem as forças estrangeiras, o corrupto governo Kasai cairia facilmente.
O que não se sabe é porque Hillary desdenhou uma proposta que evitaria a morte de muitos soldados americanos, além de gastos orçados em 100 bilhões de dólares anuais.
Alguns analistas acreditam que a esnobação de Hillary seria uma estratégia para os EUA negociarem em posição privilegiada e assim poderem fazer exigências como: expulsão da Qaeda do território afegão (e não simples proibição); desarmamento das milícias talibãs; compromisso de se integrarem na legalidade como partido político, etc
Mas há outra hipótese.
O complexo industrial-militar, que, com a guerra está lucrando horrores, não estaria disposto a aceitar uma retirada brusca que acabaria com sua festa.
Obama, através de Hillary, estaria manobrando com cuidado para, aos poucos, conseguir dobrar prováveis reações contra a paz.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
BAIXAS NAS GUERRAS DO ORIENTE
Até 12/12/2009
IRAQUE :
-soldados americanos mortos – 4.371
-idem de outras nações - 325
-idem de seguranças- 1.395
Total - 6.091
- soldados americanos feridos - entre 31.382(dados oficiais) e 100.00 (estimativa)
AFEGANISTÃO:
- soldados americanos mortos- 934
-idem de outros países da OTAN 604
Total 1.538
IRAQUE :
-soldados americanos mortos – 4.371
-idem de outras nações - 325
-idem de seguranças- 1.395
Total - 6.091
- soldados americanos feridos - entre 31.382(dados oficiais) e 100.00 (estimativa)
AFEGANISTÃO:
- soldados americanos mortos- 934
-idem de outros países da OTAN 604
Total 1.538
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
O NOBEL DA GUERRA
Hoje, 10 de dezembro, Barack Obama recebe o Prêmio Nobel da Paz.
Há poucos dias, ele anunciou o envio de mais 30 mil soldados americanos para a guerra do Afeganistão, ao mesmo tempo, em que pediu a seus aliados mais 10 mil. No total serão 150 mil homens, lançados numa guerra sem propósito, cujo inimigo principal, segundo o próprio Obama, a Al Qaeda, não conta com mais de 100 combatentes, conforme os generais McChrystal, comandante em chefe no Afeganistão, e Jones, assessor de política internacional.
Há poucos meses, Obama negou-se a assinar o tratado para banir as minas terrestres, responsáveis pela morte ou perda de membros de milhões de civis em todo o mundo. Os EUA não as produzem mais, mas o presidente insiste em manter um arsenal de 10 milhões de minas terrestres. Prontas para entrar em ação.
Mesmo com estas ponderáveis contribuições á causa da guerra, Obama levou o Nobel da Paz. Seria cômico se não fosse trágico.
Há poucos dias, ele anunciou o envio de mais 30 mil soldados americanos para a guerra do Afeganistão, ao mesmo tempo, em que pediu a seus aliados mais 10 mil. No total serão 150 mil homens, lançados numa guerra sem propósito, cujo inimigo principal, segundo o próprio Obama, a Al Qaeda, não conta com mais de 100 combatentes, conforme os generais McChrystal, comandante em chefe no Afeganistão, e Jones, assessor de política internacional.
Há poucos meses, Obama negou-se a assinar o tratado para banir as minas terrestres, responsáveis pela morte ou perda de membros de milhões de civis em todo o mundo. Os EUA não as produzem mais, mas o presidente insiste em manter um arsenal de 10 milhões de minas terrestres. Prontas para entrar em ação.
Mesmo com estas ponderáveis contribuições á causa da guerra, Obama levou o Nobel da Paz. Seria cômico se não fosse trágico.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
ISRAEL VIOLA SEU PRÓPRIOCONGELAMENTO
Há alguns dias, o Primeiro ministro Netanyahu, anunciou o congelamento por 10 meses de novos assentamentos. Esclareceu que não incluía, aqueles em construção e mesmo os cujo planejamento já fora aprovado embora ainda não tivessem saído do papel. Assentamentos em Jerusalem Oriental – região de maioria palestina – não estavam incluídos na proibição.
Mas, mesmo esse congelamento apenas parcial não foi respeitado.
Os colonos israelenses protestaram energicamente. Numa reunião entre o Ministro da Defesa, Ehud Barak e diversos prefeitos de assentamentos, o governo decidiu aprovar diversas novas construções antes incluídas na proibição.
Mas, mesmo esse congelamento apenas parcial não foi respeitado.
Os colonos israelenses protestaram energicamente. Numa reunião entre o Ministro da Defesa, Ehud Barak e diversos prefeitos de assentamentos, o governo decidiu aprovar diversas novas construções antes incluídas na proibição.
1 CONTRA 1.500
Justificando a guerra do Afeganistão, Obama disse que era necessária para destruir a Al Qaeda, cuja extrema periculosidade fora provada no atentado de 11 de setembro.
Daí o recente envio de mais 30 mil soldados, ao custo de 30 bilhões de dólares, para combater essa terrível ameaça.
Os homens da Al Qaeda devem ser portentosos, verdadeiros super-vilões, pois segundo o assessor de política internacional de Obama, o general James Jones e o serviço de inteligência dos EUA, eles não passam de100, em território afegão. Somando-se os reforços, teremos 150 mil soldados estrangeiros, o que dará 1.500 contra cada elemento da Al Qaeda.
Claro, não pusemos os talibãs nesta conta pois eles não representam ameaça alguma para o povo dos EUA. São apenas um movimento nacionalista que luta para expulsar as tropas que invadiram seu país. Podemos não gostar deles - são mesmo uns caras atrasados e violentos – mas Obama pouparia muitas vidas e muitos bilhões de dólares se fizesse um acordo com essa turma. Os EUA e aliados cairiam fora e os talibãs não deixariam a Al Qaeda atuar no Afeganistão. Os talibãs até que topariam – sabe-se que não estão se dando nada bem com o pessoal de Bin Laden. Quem não toparia seria o complexo industrial-militar, para quem a guerra é o Bem supremo
Daí o recente envio de mais 30 mil soldados, ao custo de 30 bilhões de dólares, para combater essa terrível ameaça.
Os homens da Al Qaeda devem ser portentosos, verdadeiros super-vilões, pois segundo o assessor de política internacional de Obama, o general James Jones e o serviço de inteligência dos EUA, eles não passam de100, em território afegão. Somando-se os reforços, teremos 150 mil soldados estrangeiros, o que dará 1.500 contra cada elemento da Al Qaeda.
Claro, não pusemos os talibãs nesta conta pois eles não representam ameaça alguma para o povo dos EUA. São apenas um movimento nacionalista que luta para expulsar as tropas que invadiram seu país. Podemos não gostar deles - são mesmo uns caras atrasados e violentos – mas Obama pouparia muitas vidas e muitos bilhões de dólares se fizesse um acordo com essa turma. Os EUA e aliados cairiam fora e os talibãs não deixariam a Al Qaeda atuar no Afeganistão. Os talibãs até que topariam – sabe-se que não estão se dando nada bem com o pessoal de Bin Laden. Quem não toparia seria o complexo industrial-militar, para quem a guerra é o Bem supremo
POVO AMERICANO CONTESTA INTERVENCIONISMO
Ampla pesquisa, recentemente realizada pelo Pew Research Center, mostra uma mudança no povo americano que passa a contestar as aventuras imperiais dos governos do seu país.
Para 49% (contra 44), os EUA deveriam preocupar-se com seus assuntos e deixar que os demais países cuidassem dos deles. Foi a primeira vez em mais de 40 anos de pesquisas que os “internacionalistas” eram em menor número.
Coerentemente, o aumento de tropas para o Afeganistão foi rejeitado por 40 a 32%.
E as prioridades de política interna são dominantes : proteger os empregos – 85%; combater o tráfico de drogas; reduzir a imigração ilegal -46%-
41% contra 25% consideraram que os EUA estão mais fracos no concerto mundial do que há 10 anos atrás.
Dentro dessa ordem de idéias, a maioria (57 x 36) acha que o exército americano vai mal na guerra do Afeganistão.
O terror deixou de ser o bicho papão principal. Apenas 11% consideram-no uma grande ameaça, enquanto 56% o minimizam.
Esses resultados vão na mesma linha dos apresentados em pesquisas anteriores que condenaram tanto a guerra do Afeganistão, quanto a do Iraque.
Obama deveria prestar maior atenção á voz da rua ao invés de continuar tão sintonizado com os rugidos das Fôrças Armadas e da indústria de armamentos e seus seguidores no Legislativo, que clamam pela continuidade das intervenções militares da Casa Branca.
Para 49% (contra 44), os EUA deveriam preocupar-se com seus assuntos e deixar que os demais países cuidassem dos deles. Foi a primeira vez em mais de 40 anos de pesquisas que os “internacionalistas” eram em menor número.
Coerentemente, o aumento de tropas para o Afeganistão foi rejeitado por 40 a 32%.
E as prioridades de política interna são dominantes : proteger os empregos – 85%; combater o tráfico de drogas; reduzir a imigração ilegal -46%-
41% contra 25% consideraram que os EUA estão mais fracos no concerto mundial do que há 10 anos atrás.
Dentro dessa ordem de idéias, a maioria (57 x 36) acha que o exército americano vai mal na guerra do Afeganistão.
O terror deixou de ser o bicho papão principal. Apenas 11% consideram-no uma grande ameaça, enquanto 56% o minimizam.
Esses resultados vão na mesma linha dos apresentados em pesquisas anteriores que condenaram tanto a guerra do Afeganistão, quanto a do Iraque.
Obama deveria prestar maior atenção á voz da rua ao invés de continuar tão sintonizado com os rugidos das Fôrças Armadas e da indústria de armamentos e seus seguidores no Legislativo, que clamam pela continuidade das intervenções militares da Casa Branca.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
OPOSIÇÃO IRANIANA REJEITA NOVO ACORDO NUCLEAR
Aprovado pela delegação iraniana à reunião de Genebra, o acordo proposto pelas potências do Conselho de Segurança mais a Alemanha está sendo combatido pela oposição reformista.
Depois de extensas discussões internas, o governo concorda que o Irã envie o seu urânio com leve enriquecimento para a Rússia e a França onde seria enriquecido a até 20% - suficiente para usos pacíficos mas não para produzir bombas. Só exige garantias de que receberá todo o urânio a que tem direito. Ou fazendo a troca, em pequenas quantidades, em território iraniano ou usando como intermediário um país confiável, no caso, a Turquia.
A oposição reformista, protagonista das maciças demonstrações populares contra as eleições que abalaram o regime, é radical na sua rejeição.
Houssein Moussawi, ex-candidato a presidente e principal líder oposicionista, declarou :”Se o acordo de Genebra for implementado pelo Irã, ele destruirá o trabalho e as conquistas (a descoberta das técnicas de enriquecimento de urânio) de milhares de cientistas. Se não for, criará consenso para serem impostas sanções por demais pesadas sobre o Irã. Eles (a linha dura dos aiatolás) constantemente acusam os reformistas de terem laços com o Ocidente mas eles próprios se curvam abertamente diante dos EUA (para conseguir um acordo com eles).
Para Ebrahim Yazdi, líder do Movimento Pela Liberdade (um partido reformista), trata-se de um acordo sem sentido :”O Irã investiu bilhões de dólares no enriquecimento do urânio e agora vai fazer isso (enviar o urânio enriquecido para a Russia e França) ? Não é do interesse nacional que esta crise nuclear persista. Como o Irã já sugeriu, deveria ser organizado um consórcio internacional no Irã para enriquecer o urânio aqui, não mandá-lo para a Rússia ou outro país.”
Por sua vez, o aiatolá Rafssanjani, ex-presidente do Irã, também um líder reformista de destaque, enviou carta ao Supremo Líder Khamenei, lembrando o alto custo do programa de enriquecimento de urânio desenvolvido pelo país, dinheiro que seria jogado fora caso o acordo fosse aprovado. Daí sua posição contrária.
Até os políticos exilados são contra. Como Etemad, ora vivendo na França :”Eles (as potências) querem pegar o urânio do Irã. Não há garantias de que a Rússia e a França, se receberem o urânio iraniano, o devolverão (enriquecido). Eles já quebraram seus compromissos no passado.”
Nada disso parece estar sendo levado em conta pelos estadistas americanos e europeus. Eles sequer aceitam a proposta iraniana de fazer as trocas em pequenas quantidades – não todo de uma vez – em solo iraniano ou de um país confiável.
Ciente disso, El Baradei, presidente do IAEA (braço da ONU que controla os projetos nucleares) apelou ao governo do Irã para que aceite o acordo tal como foi proposto em Genebra.
Difícil. Ainda que queira, Ahmadinejad teria contra, não só grande parte dos grupos que o apóiam, com também a maioria da oposição. Praticamente todo o país, portanto.
E com fundadas razões como as que aparecem expostas acima.
Depois de extensas discussões internas, o governo concorda que o Irã envie o seu urânio com leve enriquecimento para a Rússia e a França onde seria enriquecido a até 20% - suficiente para usos pacíficos mas não para produzir bombas. Só exige garantias de que receberá todo o urânio a que tem direito. Ou fazendo a troca, em pequenas quantidades, em território iraniano ou usando como intermediário um país confiável, no caso, a Turquia.
A oposição reformista, protagonista das maciças demonstrações populares contra as eleições que abalaram o regime, é radical na sua rejeição.
Houssein Moussawi, ex-candidato a presidente e principal líder oposicionista, declarou :”Se o acordo de Genebra for implementado pelo Irã, ele destruirá o trabalho e as conquistas (a descoberta das técnicas de enriquecimento de urânio) de milhares de cientistas. Se não for, criará consenso para serem impostas sanções por demais pesadas sobre o Irã. Eles (a linha dura dos aiatolás) constantemente acusam os reformistas de terem laços com o Ocidente mas eles próprios se curvam abertamente diante dos EUA (para conseguir um acordo com eles).
Para Ebrahim Yazdi, líder do Movimento Pela Liberdade (um partido reformista), trata-se de um acordo sem sentido :”O Irã investiu bilhões de dólares no enriquecimento do urânio e agora vai fazer isso (enviar o urânio enriquecido para a Russia e França) ? Não é do interesse nacional que esta crise nuclear persista. Como o Irã já sugeriu, deveria ser organizado um consórcio internacional no Irã para enriquecer o urânio aqui, não mandá-lo para a Rússia ou outro país.”
Por sua vez, o aiatolá Rafssanjani, ex-presidente do Irã, também um líder reformista de destaque, enviou carta ao Supremo Líder Khamenei, lembrando o alto custo do programa de enriquecimento de urânio desenvolvido pelo país, dinheiro que seria jogado fora caso o acordo fosse aprovado. Daí sua posição contrária.
Até os políticos exilados são contra. Como Etemad, ora vivendo na França :”Eles (as potências) querem pegar o urânio do Irã. Não há garantias de que a Rússia e a França, se receberem o urânio iraniano, o devolverão (enriquecido). Eles já quebraram seus compromissos no passado.”
Nada disso parece estar sendo levado em conta pelos estadistas americanos e europeus. Eles sequer aceitam a proposta iraniana de fazer as trocas em pequenas quantidades – não todo de uma vez – em solo iraniano ou de um país confiável.
Ciente disso, El Baradei, presidente do IAEA (braço da ONU que controla os projetos nucleares) apelou ao governo do Irã para que aceite o acordo tal como foi proposto em Genebra.
Difícil. Ainda que queira, Ahmadinejad teria contra, não só grande parte dos grupos que o apóiam, com também a maioria da oposição. Praticamente todo o país, portanto.
E com fundadas razões como as que aparecem expostas acima.
OBAMA CONTRA PROIBIÇÃO DE MINAS TERRESTRES
Enterradas nos campos e estradas durante os conflitos armados, elas continuam matando e aleijando - mesmo depois da paz – não mais soldados inimigos- mas camponeses, mulheres, crianças...
As guerras civis de Angola, por exemplo, terminaram há muitos anos. Desde 2002, o governo vem realizando intensas campanhas para descobrir e retirar as minas. No entanto, calcula-se que ainda existam de 5 a 7 milhões delas no país. 80 mil angolanos tiveram suas pernas ou braços amputados e cerca de 15% da população nacional acha-se em risco.
E Angola é apenas o 3º. país mais atingido pelas minas terrestres. Somente em 2009, 26.000 pessoas em várias partes do mundo foram vitimadas.
Neste ano, a maioria dos países do mundo vai se reunir em Cartagena, Colombia, para discutir meios mais eficazes de combater esse flagelo.
Será assinado um Tratado pelo qual as nações signatárias se comprometerão a banir as minas terrestres, interromper sua fabricação e liquidar as existentes em seus arsenais militares.
Os Estados Unidos, de Barack Obama, informaram que não assinarão.
Profunda decepção entre as forças que o apoiaram, que esperavam uma “mudança” geral, contrastando com a gestão de George Bush. Protestos dos grupos de direitos humanos e dos políticos liberais.
Aplausos do Pentágono, que há muito se opunha ao Tratado, e aos republicanos contrários a todo e qualquer acordo internacional que limite a liberdade dos EUA de agir militarmente do modo que desejar.
Cada vez mais se amplia o fosso entre o Obama da campanha eleitoral e o Obama da Casa Branca.
As guerras civis de Angola, por exemplo, terminaram há muitos anos. Desde 2002, o governo vem realizando intensas campanhas para descobrir e retirar as minas. No entanto, calcula-se que ainda existam de 5 a 7 milhões delas no país. 80 mil angolanos tiveram suas pernas ou braços amputados e cerca de 15% da população nacional acha-se em risco.
E Angola é apenas o 3º. país mais atingido pelas minas terrestres. Somente em 2009, 26.000 pessoas em várias partes do mundo foram vitimadas.
Neste ano, a maioria dos países do mundo vai se reunir em Cartagena, Colombia, para discutir meios mais eficazes de combater esse flagelo.
Será assinado um Tratado pelo qual as nações signatárias se comprometerão a banir as minas terrestres, interromper sua fabricação e liquidar as existentes em seus arsenais militares.
Os Estados Unidos, de Barack Obama, informaram que não assinarão.
Profunda decepção entre as forças que o apoiaram, que esperavam uma “mudança” geral, contrastando com a gestão de George Bush. Protestos dos grupos de direitos humanos e dos políticos liberais.
Aplausos do Pentágono, que há muito se opunha ao Tratado, e aos republicanos contrários a todo e qualquer acordo internacional que limite a liberdade dos EUA de agir militarmente do modo que desejar.
Cada vez mais se amplia o fosso entre o Obama da campanha eleitoral e o Obama da Casa Branca.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
SERÁ QUE O PESSOAL DA FOLHA LÊ A FOLHA?
Em 20 de novembro, a Folha publicou uma entrevista com Mahmoud Abbas, o presidente da Autoridade Palestina. As manchetes eram: ABBAS QUER QUE LULA DÊ RECADO A TEERÃ. LIDER PALESTINO PEDIRÁ AO BRASIL QUE INTERCEDA JUNTO AO PRESIDENTE DO IRÃ POR FIM DE APOIO AO GRUPO RADICALISLÂMICO HAMAS
Na abertura, o repórter Samy Adghirni, repetiu a mesma coisa.
Lendo o texto da entrevista, surpresa! Na resposta à pergunta da Folha sobre as benesses do Irã ao Hamas, Abbas disse apenas isto: ”Sim. O Irã apóia o Hamas com dinheiro. Espero que ele (Lula) possa dizer (a Ahmadinejad) algumas coisas a respeito de tudo o que acontece no Oriente Médio. Acho que o Presidente o fará.”
Onde está o pedido para o Irã parar de ajudar o Hamas ?
Estranho. Aparentemente, o próprio autor da entrevista não leu seu texto. Nem Clovis Rossi, em crônica publicada no dia seguinte na qual repetiu a informação errada.
Comeram barriga também o editor de política internacional – que deixou sair uma manchete mentirosa. E o ombudsman que não corrigiu o erro clamoroso.
Na verdade, se todos esses jornalistas lessem jornais internacionais sérios, como o Independent ou o Guardian de Londres, saberiam que Hamas e Fatá estão discutindo um acordo de paz. Sendo líder do Fatá, Abbas não iria arriscar esse entendimento, tentando prejudicar o Hamas publicamente.
Ou o pessoal da Folha não lê a Folha ou, o que é pior, lê sim o que mostra que não é só com o leitor que o jornal tem o rabo preso.
Na abertura, o repórter Samy Adghirni, repetiu a mesma coisa.
Lendo o texto da entrevista, surpresa! Na resposta à pergunta da Folha sobre as benesses do Irã ao Hamas, Abbas disse apenas isto: ”Sim. O Irã apóia o Hamas com dinheiro. Espero que ele (Lula) possa dizer (a Ahmadinejad) algumas coisas a respeito de tudo o que acontece no Oriente Médio. Acho que o Presidente o fará.”
Onde está o pedido para o Irã parar de ajudar o Hamas ?
Estranho. Aparentemente, o próprio autor da entrevista não leu seu texto. Nem Clovis Rossi, em crônica publicada no dia seguinte na qual repetiu a informação errada.
Comeram barriga também o editor de política internacional – que deixou sair uma manchete mentirosa. E o ombudsman que não corrigiu o erro clamoroso.
Na verdade, se todos esses jornalistas lessem jornais internacionais sérios, como o Independent ou o Guardian de Londres, saberiam que Hamas e Fatá estão discutindo um acordo de paz. Sendo líder do Fatá, Abbas não iria arriscar esse entendimento, tentando prejudicar o Hamas publicamente.
Ou o pessoal da Folha não lê a Folha ou, o que é pior, lê sim o que mostra que não é só com o leitor que o jornal tem o rabo preso.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
PALESTINOS AM EAÇAM ABANDONAR PROCESSO DE PAZ
O Hamas já desistiu faz tempo.
E ,agora, a OLP, o movimento laico e moderado, que vinha confiando na “mudança” da nova diplomacia americana, parece estar a fim de ir pelo mesmo caminho.
Mahmoud Abbas, seu chefe e presidente da Autoridade Palestina, entidade que dispõe de poderes administrativos limitados sobre parte da Cisjordania, ameaçou encerrar o processo de paz iniciado em 1993.
Motivos não faltam.
O primeiro-ministro Nethanyu já deixou mais do que claro que não pretende devolver os territórios ocupados por assentamentos judaicos, nem consentir na existência de um estado palestino soberano, na integral acepção da palavra.
Depois de exigir que Nethanyu interrompesse as novas construções na Cisjordania como pré-condição para se reiniciarem as conversações de paz com os árabes, Obama voltou atrás. Hillary Clinton, sua Secretária de Estado, liberou o premier israelense a continuar construindo.
O governo israelense desenvolve um programa acelerado de desapropriação e derrubada de casas árabes em Jerusalém Oriental, onde elas são maioria, para judaizar essa área e tornar definitiva sua integração no estado de Israel. Apesar da ONU considerar ilegal, Obama jamais se manifestou contra.
Recentemente, o governo Obana aliou-se a Israel para rejeitar o relatório Goldstone que condenava os crimes de guerra israelenses no ataque a Gaza. Chegou a pressionar Mahamud Abbas para que retirasse o apoio ao relatório na Comissão de Direitos Humanos da ONU.
Há quem ache que a ameaça de desistir de negociar a paz seria uma tática da OLP para forçar Obama a sair de sua atitude passiva e falar duro com Nethanyu.
Acredito que pode ser verdade. Só duvido que dê certo. Tudo indica que Obama não tem força ou coragem para enfrentar os lobbies israelo-americanos, a maioria do Senado, da Câmera de Representantes, da mídia e do pessoal do Pentágono, que são 100% pró-Telaviv.
E não abrem.
E ,agora, a OLP, o movimento laico e moderado, que vinha confiando na “mudança” da nova diplomacia americana, parece estar a fim de ir pelo mesmo caminho.
Mahmoud Abbas, seu chefe e presidente da Autoridade Palestina, entidade que dispõe de poderes administrativos limitados sobre parte da Cisjordania, ameaçou encerrar o processo de paz iniciado em 1993.
Motivos não faltam.
O primeiro-ministro Nethanyu já deixou mais do que claro que não pretende devolver os territórios ocupados por assentamentos judaicos, nem consentir na existência de um estado palestino soberano, na integral acepção da palavra.
Depois de exigir que Nethanyu interrompesse as novas construções na Cisjordania como pré-condição para se reiniciarem as conversações de paz com os árabes, Obama voltou atrás. Hillary Clinton, sua Secretária de Estado, liberou o premier israelense a continuar construindo.
O governo israelense desenvolve um programa acelerado de desapropriação e derrubada de casas árabes em Jerusalém Oriental, onde elas são maioria, para judaizar essa área e tornar definitiva sua integração no estado de Israel. Apesar da ONU considerar ilegal, Obama jamais se manifestou contra.
Recentemente, o governo Obana aliou-se a Israel para rejeitar o relatório Goldstone que condenava os crimes de guerra israelenses no ataque a Gaza. Chegou a pressionar Mahamud Abbas para que retirasse o apoio ao relatório na Comissão de Direitos Humanos da ONU.
Há quem ache que a ameaça de desistir de negociar a paz seria uma tática da OLP para forçar Obama a sair de sua atitude passiva e falar duro com Nethanyu.
Acredito que pode ser verdade. Só duvido que dê certo. Tudo indica que Obama não tem força ou coragem para enfrentar os lobbies israelo-americanos, a maioria do Senado, da Câmera de Representantes, da mídia e do pessoal do Pentágono, que são 100% pró-Telaviv.
E não abrem.
JAPONESES CONTRA BASE AMERICANA
Em 12 de novembro, o presidente Obama vai ao Japão em visita oficial.
Problemas o esperam.
O governo americano estuda remover sua grande base localizada em Ginowan, capital de Okinawa, para uma região mais afastada da ilha.
Sucede que a população local quer o fechamento da base e a saída dos 47 mil militares americanos lá estacionados.
Pesquisa do jornal Mainichi revelou que esta é a vontade de 70% dos okinawenses. Yoshi Iha ,o prefeito de Ginowan está com eles :”O futuro de Okinawa deve ser decidido por nós, o povo. Não podemos deixar os americanos decidirem por nós.” Por sua vez, o primeiro-ministro Hatoyama, eleito em agosto com promessas de tornar as relações do seu país com os EUA “mais iguais”, já se definira pelo fim da base americana. E, na semana passada, esta posição recebeu o apoio entusiástico de 21 mil pessoas em manifestação realizada em Ginowan.
Só que os EUA não estão nem um pouco dispostos a aceitar esta reivindicação. Consideram a base de Okinawa de importância crucial para manter em respeito a sempre ameaçadora Coréia do Norte e a China, adversária cada vez maior pela hegemonia da Ásia. Os opositores japoneses retrucam que a base é útil para os EUA mas não para o Japão. Pelo contrário, em caso de problemas dos americanos com aquelas potências, poderia atrair ataques chineses ou norte-coreanos ao território japonês, coisa que nunca aconteceria se ela não existisse.
O Secretário da Defesa, Robert Gates, numa atitude até mesmo imperial, conclamou os japoneses a aprovarem a remoção da base de Ginowan para uma área mais isolada da ilha ANTES de Obama chegar ao Japão.
Aposto que não será desta vez que os japoneses dirão “não” à Casa Branca. Mas o problema vai provocar ruído, o que tornará mais possível uma negativa num próximo conflito de interesses entre os dois povos.
Problemas o esperam.
O governo americano estuda remover sua grande base localizada em Ginowan, capital de Okinawa, para uma região mais afastada da ilha.
Sucede que a população local quer o fechamento da base e a saída dos 47 mil militares americanos lá estacionados.
Pesquisa do jornal Mainichi revelou que esta é a vontade de 70% dos okinawenses. Yoshi Iha ,o prefeito de Ginowan está com eles :”O futuro de Okinawa deve ser decidido por nós, o povo. Não podemos deixar os americanos decidirem por nós.” Por sua vez, o primeiro-ministro Hatoyama, eleito em agosto com promessas de tornar as relações do seu país com os EUA “mais iguais”, já se definira pelo fim da base americana. E, na semana passada, esta posição recebeu o apoio entusiástico de 21 mil pessoas em manifestação realizada em Ginowan.
Só que os EUA não estão nem um pouco dispostos a aceitar esta reivindicação. Consideram a base de Okinawa de importância crucial para manter em respeito a sempre ameaçadora Coréia do Norte e a China, adversária cada vez maior pela hegemonia da Ásia. Os opositores japoneses retrucam que a base é útil para os EUA mas não para o Japão. Pelo contrário, em caso de problemas dos americanos com aquelas potências, poderia atrair ataques chineses ou norte-coreanos ao território japonês, coisa que nunca aconteceria se ela não existisse.
O Secretário da Defesa, Robert Gates, numa atitude até mesmo imperial, conclamou os japoneses a aprovarem a remoção da base de Ginowan para uma área mais isolada da ilha ANTES de Obama chegar ao Japão.
Aposto que não será desta vez que os japoneses dirão “não” à Casa Branca. Mas o problema vai provocar ruído, o que tornará mais possível uma negativa num próximo conflito de interesses entre os dois povos.
sábado, 7 de novembro de 2009
CÃMERA DOS REPRESENTANTES DOS EUA REPUDIA O RELATÓRIO GOLDSTONE
A Câmara dos Representantes (equivale à nossa Câmara Federal) dos EUA condenou o relatório Goldstone- referente à investigação da ONU sobre a guerra de Gaza- por 344 a 36 votos.
Taxou-o de parcial, com viés anti-Israel e “indigno de qualquer consideração”. Como se sabe, o relatório Goldstone acusou Israel e o Hamas – Israel muito mais – por crimes de guerra e contra a humanidade.
Aprovado pela Comissão de Direitos Humanos da ONU, vai agora à Assembléia Geral da entidade quando se discutirá sua proposta de solicitar a Israel e ao Hamas que realizem investigações sérias (devidamente monitoradas) para se apurar culpas e culpados.
Israel fez de tudo para bloquear o relatório, contando com o apoio dos EUA, cuja embaixadora na ONU, Susan Rice, acusou-o de conter muitos erros, além de ser tendencioso, apesar do presidente da comissão de investigação, o juiz sul-africano judeu, Goldstone, ser sionista e figura altamente experiente e respeitada internacionalmente.
Embora com reservas, França, Inglaterra e Alemanha, tradicionais aliados dos EUA, conclamaram Israel a realizar as investigações propostas.
No entanto, a força do lobby israelense nos meios políticos dos EUA é tão poderosa que os deputados americanos não concordam com essa medida que resolveria a questão de forma indubitável. Sustentam que as conclusões do relatório Goldstone não tem credibilidade e que, portanto, quaisquer investigações suscitadas por elas são descabidas.
Se Obama ceder e os EUA, tanto na Assembléia Geral quanto no Conselho de Segurança da ONU, obedecerem às imposições da Câmara dos Representantes, a credibilidade do presidente ficará totalmente comprometida diante dos países árabes. E as alentadoras idéias do discurso de Obama no Cairo ficarão apenas como ‘words, words, words.”
Taxou-o de parcial, com viés anti-Israel e “indigno de qualquer consideração”. Como se sabe, o relatório Goldstone acusou Israel e o Hamas – Israel muito mais – por crimes de guerra e contra a humanidade.
Aprovado pela Comissão de Direitos Humanos da ONU, vai agora à Assembléia Geral da entidade quando se discutirá sua proposta de solicitar a Israel e ao Hamas que realizem investigações sérias (devidamente monitoradas) para se apurar culpas e culpados.
Israel fez de tudo para bloquear o relatório, contando com o apoio dos EUA, cuja embaixadora na ONU, Susan Rice, acusou-o de conter muitos erros, além de ser tendencioso, apesar do presidente da comissão de investigação, o juiz sul-africano judeu, Goldstone, ser sionista e figura altamente experiente e respeitada internacionalmente.
Embora com reservas, França, Inglaterra e Alemanha, tradicionais aliados dos EUA, conclamaram Israel a realizar as investigações propostas.
No entanto, a força do lobby israelense nos meios políticos dos EUA é tão poderosa que os deputados americanos não concordam com essa medida que resolveria a questão de forma indubitável. Sustentam que as conclusões do relatório Goldstone não tem credibilidade e que, portanto, quaisquer investigações suscitadas por elas são descabidas.
Se Obama ceder e os EUA, tanto na Assembléia Geral quanto no Conselho de Segurança da ONU, obedecerem às imposições da Câmara dos Representantes, a credibilidade do presidente ficará totalmente comprometida diante dos países árabes. E as alentadoras idéias do discurso de Obama no Cairo ficarão apenas como ‘words, words, words.”
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
PROVADO: NOVA USINA DO IRÃ TEM USO PACÍFICO
O presidente Barack Obama denunciou Quds como sendo uma usina secreta do Irã, provavelmente parte de um programa de armas nucleares.
Agências de inteligência ocidentais informaram que ali se testara avançados engenhos dessa sinistra categoria.
E o major general Yadlin, do exército israelense, garantiu que a usina “não poderia ter nenhuma utilização civil.”
Todos estavam errados.
Quds, que não era secreta pois sua existência já havia sido prèviamente comunicada pelo governo de Teerã à IAEA(Agência Internacional de Energia Atômica, da ONU), foi minuciosamente investigada pelos inspetores da agência. E a conclusão, reportada por El Baradei (presidente da IAEA): a usina “não representa nenhuma preocupação”. Seu uso pacífico estava comprovado. Fora construída com o propósito de garantir a continuidade do programa nuclear do Irã no caso de Natanz, a principal usina do país, ser bombardeada por Israel ou pelos EUA.
Os objetivos bélicos nucleares só existiam na retórica de israelenses e americanos, a qual serviu para assustar a opinião pública do país de Tio Sam. E motivou os resultados das últimas pesquisas sobre a forma de tratar o Irã, amplamente favoráveis ao bombardeio, caso a diplomacia não fizesse Ahmadinejad ceder.
Agências de inteligência ocidentais informaram que ali se testara avançados engenhos dessa sinistra categoria.
E o major general Yadlin, do exército israelense, garantiu que a usina “não poderia ter nenhuma utilização civil.”
Todos estavam errados.
Quds, que não era secreta pois sua existência já havia sido prèviamente comunicada pelo governo de Teerã à IAEA(Agência Internacional de Energia Atômica, da ONU), foi minuciosamente investigada pelos inspetores da agência. E a conclusão, reportada por El Baradei (presidente da IAEA): a usina “não representa nenhuma preocupação”. Seu uso pacífico estava comprovado. Fora construída com o propósito de garantir a continuidade do programa nuclear do Irã no caso de Natanz, a principal usina do país, ser bombardeada por Israel ou pelos EUA.
Os objetivos bélicos nucleares só existiam na retórica de israelenses e americanos, a qual serviu para assustar a opinião pública do país de Tio Sam. E motivou os resultados das últimas pesquisas sobre a forma de tratar o Irã, amplamente favoráveis ao bombardeio, caso a diplomacia não fizesse Ahmadinejad ceder.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
CONSUMMATUM EST
"¿Está de acuerdo que en las elecciones generales de 2009 se instale una cuarta urna en la cual el pueblo decida la convocatoria a una asamblea nacional constituyente? = Sí…….ó………..No"
Este era o texto da cédula do referendo que causou o “impeachment” do presidente Zelaya. Por acaso, há aí qualquer menção à possibilidade dele ser reeleito?
Pelo que está escrito, o povo decidiria se nas próximas eleições do mês que vem, haveria uma urna para se votar pró ou contra a convocação de uma assembléia constituinte.
No entanto, a Justiça e o Congresso hondurenhos enxergaram de outro modo. Segundo eleso que se propunha era um segundo mandato para Zelaya, o que seria proibido pela Constituição e legalizaria o afastamento “manu militari” do presidente.,
O presidente Obama e a secretária Hillary condenaram a defenestração do presidente mas tomaram cuidado em jamais usar o termo “golpe militar”. Se tivessem usado, de acordo com as leis dos EUA, teriam de cortar toda ajuda e relações, inclusive comerciais, com Honduras. O que seria desastroso para os golpistas.
E isso, eles não queriam.
Seus objetivos eram bem outros..
De um lado, marcar nova uma imagem democrática e respeitadora do direito internacional para os EUA de Obama.
De outro, manter o governo golpista durante o tempo necessário para garantir a vitória de um candidato à presidência apoiado pela elite local e seus seguidores, os militares –tradicionais aliados da Casa Branca. Com ele no poder, Honduras acabaria abandonando a Alba e não se pensaria mais em nova Constituição – que eram, na verdade, os principais demônios a serem exorcizados.
De fato, a saída da ALBA enfraqueceria o incômodo Chavez. E a Constituição que Zelaya pretendia – com reformas sociais, econômicas e políticas, favoreceria as classes pobres e cortaria as azas dos grandes proprietários e das empresas americanas, como aconteceu na Bolívia, Venezuela e Equador, recentemente.
Tudo funcionou com precisão.
O governo Obama insistiu em soluções diplomáticas, limitando-se a efetuar algumas sanções cosméticas que, é claro, não comoveram os golpistas hondurenhos.
Finalmente, há 1 mês e pouco das eleições, Washington falou grosso e os golpistas acabaram aceitando a volta de Zelaya. Mas sob condições.
Zelaya teria de aceitar que sua volta fosse aprovada por um dos poderes locais. O presidente topou, escolhendo o Congresso.
E caiu na armadilha.
Em caso de rejeição, sua causa ficaria consideravelmente enfraquecida. Talvez em definitivo.
Sendo aprovado, problema nenhum para Obama e seus aliados da direita hondurenha pois não haveria tempo hábil para Zelaya influir na campanha eleitoral, viabilizando uma candidatura forte, de um seguidos de suas idéias. Ainda mais por que teria de carregar o ônus de um “governo de unidade” (outra condição do “acordo”), recheado de adversários que não o deixariam em paz.
Assim está terminando mais um triste episódio da História da América Latina, com a vitória de Barack Obama. Em toda a linha. Conseguiu o resultado político que almejava e saiu com uma imagem irretocável.
Vale lembrar o que Evo Morales disse há alguns meses atrás. Obama e Bush seriam iguais nas suas relações com a América Latina. A diferença estaria nos métodos.
Na ocasião, achei exagerado.
Agora, não sei, não.
Este era o texto da cédula do referendo que causou o “impeachment” do presidente Zelaya. Por acaso, há aí qualquer menção à possibilidade dele ser reeleito?
Pelo que está escrito, o povo decidiria se nas próximas eleições do mês que vem, haveria uma urna para se votar pró ou contra a convocação de uma assembléia constituinte.
No entanto, a Justiça e o Congresso hondurenhos enxergaram de outro modo. Segundo eleso que se propunha era um segundo mandato para Zelaya, o que seria proibido pela Constituição e legalizaria o afastamento “manu militari” do presidente.,
O presidente Obama e a secretária Hillary condenaram a defenestração do presidente mas tomaram cuidado em jamais usar o termo “golpe militar”. Se tivessem usado, de acordo com as leis dos EUA, teriam de cortar toda ajuda e relações, inclusive comerciais, com Honduras. O que seria desastroso para os golpistas.
E isso, eles não queriam.
Seus objetivos eram bem outros..
De um lado, marcar nova uma imagem democrática e respeitadora do direito internacional para os EUA de Obama.
De outro, manter o governo golpista durante o tempo necessário para garantir a vitória de um candidato à presidência apoiado pela elite local e seus seguidores, os militares –tradicionais aliados da Casa Branca. Com ele no poder, Honduras acabaria abandonando a Alba e não se pensaria mais em nova Constituição – que eram, na verdade, os principais demônios a serem exorcizados.
De fato, a saída da ALBA enfraqueceria o incômodo Chavez. E a Constituição que Zelaya pretendia – com reformas sociais, econômicas e políticas, favoreceria as classes pobres e cortaria as azas dos grandes proprietários e das empresas americanas, como aconteceu na Bolívia, Venezuela e Equador, recentemente.
Tudo funcionou com precisão.
O governo Obama insistiu em soluções diplomáticas, limitando-se a efetuar algumas sanções cosméticas que, é claro, não comoveram os golpistas hondurenhos.
Finalmente, há 1 mês e pouco das eleições, Washington falou grosso e os golpistas acabaram aceitando a volta de Zelaya. Mas sob condições.
Zelaya teria de aceitar que sua volta fosse aprovada por um dos poderes locais. O presidente topou, escolhendo o Congresso.
E caiu na armadilha.
Em caso de rejeição, sua causa ficaria consideravelmente enfraquecida. Talvez em definitivo.
Sendo aprovado, problema nenhum para Obama e seus aliados da direita hondurenha pois não haveria tempo hábil para Zelaya influir na campanha eleitoral, viabilizando uma candidatura forte, de um seguidos de suas idéias. Ainda mais por que teria de carregar o ônus de um “governo de unidade” (outra condição do “acordo”), recheado de adversários que não o deixariam em paz.
Assim está terminando mais um triste episódio da História da América Latina, com a vitória de Barack Obama. Em toda a linha. Conseguiu o resultado político que almejava e saiu com uma imagem irretocável.
Vale lembrar o que Evo Morales disse há alguns meses atrás. Obama e Bush seriam iguais nas suas relações com a América Latina. A diferença estaria nos métodos.
Na ocasião, achei exagerado.
Agora, não sei, não.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
DEBANDADA NO AFEGANISTÃO
Enquanto o general McChrystal pede mais 60 mil soldados americanos para o Afeganistão, países aliados tratam de se retirar da guerra.
O Canadá, tradicional satélite de Washington, anuncia que seu contingente não ficará depois de 2011. O governo não está nada satisfeito com o aumento das baixas nos últimos meses.
Pressionado pela opinião pública do seu país, o primeiro-ministro italiano Berlusconi, até agora um aliado fiel, declarou em setembro sua intenção de trazer seus soldados de volta logo que possível.
Por fim, as tropas australianas, 1.500 homens,um dos maiores contingentes no Afeganistão, também vai embora. As perdas cestão crescendo e o povo australiano reclama que o governo está envolvido de modo exagerado em uma guerra que não é dele mas apenas dos EUA.
‘Não quero ver soldados australianos no Afeganistão um dia a mais do que o necessário,” declarou Faulkner, o Ministro da Defesa. E já em novembro um terço das tropas do seu país estarão de volta para casa.
Apesar dos repetidos apelos por mais soldados feito aos países amigos pela Administração Obama, a guerra do Afeganistão está se tornando cada vez mais uma guerra exclusivamente americana.
O Canadá, tradicional satélite de Washington, anuncia que seu contingente não ficará depois de 2011. O governo não está nada satisfeito com o aumento das baixas nos últimos meses.
Pressionado pela opinião pública do seu país, o primeiro-ministro italiano Berlusconi, até agora um aliado fiel, declarou em setembro sua intenção de trazer seus soldados de volta logo que possível.
Por fim, as tropas australianas, 1.500 homens,um dos maiores contingentes no Afeganistão, também vai embora. As perdas cestão crescendo e o povo australiano reclama que o governo está envolvido de modo exagerado em uma guerra que não é dele mas apenas dos EUA.
‘Não quero ver soldados australianos no Afeganistão um dia a mais do que o necessário,” declarou Faulkner, o Ministro da Defesa. E já em novembro um terço das tropas do seu país estarão de volta para casa.
Apesar dos repetidos apelos por mais soldados feito aos países amigos pela Administração Obama, a guerra do Afeganistão está se tornando cada vez mais uma guerra exclusivamente americana.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
UMA GUERRA DESNECESSÁRIA
Para o presidente Obama, a operação no Afeganistão é “uma guerra necessária”. Logo após o atentado contra as torres gêmeas, ela foi declarada para destruir a ameaça representada pela Al Qaeda, protegida pelo Talibã quando era governo.
Por isso mesmo, poucas semanas depois de sua possa, Obama enviou mais 21 mil soldados para o Afeganistão. E, agora, atendendo a solicitação do general McChrystal deve elevar o contingente americano com outros 45 mil.
Sucede que, nos dias de hoje, a Al Qaeda não é mais aquela.
Os números não mentem jamais.
Segundo o próprio assessor de segurança nacional, o general James Jones, ela estaria reduzida a menos de 100 guerreiros e, assim mesmo, nem todos no Afeganistão.
O estudo de Marc Sageman, ex-membro da CIA, realizado em associação com o serviço secreto dos EUA, conclui que as relações dela com o Talibã vão mal. Sageman sustenta que uma eventual volta do Talibã ao poder não significaria necessariamente liberdade para a Al Qaeda se instalar no país. As perspectivas são opostas: há evidências de que os militantes da Al Qaeda são mal vistos. E é justamente devido ao isolamento que lhes é imposto pelos talibãs que a organização terrorista acha-se em completo declínio no Afeganistão.
Portanto, que ameaça Bin Laden e asseclas podem representar para a segurança dos EUA?
A resposta lógica conduziria evidentemente a uma volta para casa dos soldados americanos.
Por isso mesmo, poucas semanas depois de sua possa, Obama enviou mais 21 mil soldados para o Afeganistão. E, agora, atendendo a solicitação do general McChrystal deve elevar o contingente americano com outros 45 mil.
Sucede que, nos dias de hoje, a Al Qaeda não é mais aquela.
Os números não mentem jamais.
Segundo o próprio assessor de segurança nacional, o general James Jones, ela estaria reduzida a menos de 100 guerreiros e, assim mesmo, nem todos no Afeganistão.
O estudo de Marc Sageman, ex-membro da CIA, realizado em associação com o serviço secreto dos EUA, conclui que as relações dela com o Talibã vão mal. Sageman sustenta que uma eventual volta do Talibã ao poder não significaria necessariamente liberdade para a Al Qaeda se instalar no país. As perspectivas são opostas: há evidências de que os militantes da Al Qaeda são mal vistos. E é justamente devido ao isolamento que lhes é imposto pelos talibãs que a organização terrorista acha-se em completo declínio no Afeganistão.
Portanto, que ameaça Bin Laden e asseclas podem representar para a segurança dos EUA?
A resposta lógica conduziria evidentemente a uma volta para casa dos soldados americanos.
ESPIÕES ISRAELENSES NOS EUA
Num telefonema ao cientista David Nozette, alguém se declara agente do Mossad (serviço secreto de Israel), interessado em contratar seu trabalho.
Nozette não estranha, nem desconfia. Topa. Marcam um encontro e o cientista descobre que o suposto agente do Mossad era do FBI.
Claro, foi mais do que isso. Houve vários encontros, solicitações de segredos, pagamentos de subornos.
Nozette era um cientista de alto nível, detentor de uma série de segredos confidenciais de grande importância para a segurança nacional. Especialmente ligados ao setor espacial.
Mas, por que o FBI desconfiou dele? E por que seu agente apresentou-se como agente de Israel?
Existem algumas eventuais explicações.
Entre 1998 e 2008, Nozette prestou serviços de consultoria a uma empresa aeroespacial pertencente ao governo de Telaviv. Cerca de uma vez, por mês representantes da empresa israelense apresentavam perguntas ao cientista, que recebeu como pagamento um total de 250 mil dólares.
Além disso, no começo do ano, ele viajou para um país estrangeiro, levando dois pen-drives. 3 semanas depois voltou sem eles. A quem e onde teria entregue?
Esses fatos levaram o FBI a desconfiar de Nozette e, provavelmente, de possível envolvimento com Israel.
Aliás não é a primeira vez que são flagrados espiões americanos em favor de Israel.
Jonathan Pollard (cumprindo prisão perpétua) foi um deles. Roubou segredos de tal magnitude que quando o governo de Israel propôs ao então presidente Clinton sua troca por concessões no processo de paz palestino, todos os principais líderes dos serviços secretos americanos ameaçaram demitir-se em massa.
Entre outros agentes israelenses nos EUA, cite-se Bem Ami Kadish e dois dirigentes da AIPAC (ONG americana pró-Israel) : Steve Rosen e Keith Weissman.
Normalmente, um país espiona inimigos.
O governo militarista israelense não tem escrúpulos em fazer isso até ‘com amigos.
Nozette não estranha, nem desconfia. Topa. Marcam um encontro e o cientista descobre que o suposto agente do Mossad era do FBI.
Claro, foi mais do que isso. Houve vários encontros, solicitações de segredos, pagamentos de subornos.
Nozette era um cientista de alto nível, detentor de uma série de segredos confidenciais de grande importância para a segurança nacional. Especialmente ligados ao setor espacial.
Mas, por que o FBI desconfiou dele? E por que seu agente apresentou-se como agente de Israel?
Existem algumas eventuais explicações.
Entre 1998 e 2008, Nozette prestou serviços de consultoria a uma empresa aeroespacial pertencente ao governo de Telaviv. Cerca de uma vez, por mês representantes da empresa israelense apresentavam perguntas ao cientista, que recebeu como pagamento um total de 250 mil dólares.
Além disso, no começo do ano, ele viajou para um país estrangeiro, levando dois pen-drives. 3 semanas depois voltou sem eles. A quem e onde teria entregue?
Esses fatos levaram o FBI a desconfiar de Nozette e, provavelmente, de possível envolvimento com Israel.
Aliás não é a primeira vez que são flagrados espiões americanos em favor de Israel.
Jonathan Pollard (cumprindo prisão perpétua) foi um deles. Roubou segredos de tal magnitude que quando o governo de Israel propôs ao então presidente Clinton sua troca por concessões no processo de paz palestino, todos os principais líderes dos serviços secretos americanos ameaçaram demitir-se em massa.
Entre outros agentes israelenses nos EUA, cite-se Bem Ami Kadish e dois dirigentes da AIPAC (ONG americana pró-Israel) : Steve Rosen e Keith Weissman.
Normalmente, um país espiona inimigos.
O governo militarista israelense não tem escrúpulos em fazer isso até ‘com amigos.
AS VÍTIMAS DOS AVIÕES SEMM PILOTO
Bombardeando com aviões sem piloto a região do Paquistão que faz fronteira com o Afeganistão, os EUA já mataram, desde 2006, entre 750 e 1.000 pessoas. Segundo pesquisa da New America Foundation, 20 eram líderes do Talibã, Al Qaeda ou congêneres, sendo que 320 não passavam de civis inocentes.
Vale lembrar que, em 2001, bombardeios de aviões sem piloto contra terroristas palestinos foram condenado pelos americanos. George Tenet, diretor da CIA na época, garantiu que sua agência somente usaria tais equipamentos para objetivos de segurança.
7 anos depois, estas promessas foram esquecidas. Especialmente pelo Prêmio Nobel da Paz, que aumentou os vôos bélicos de aviões sem piloto, levando a guerra contra pacíficos aldeões que nada tinham a ver com ela.
Vale lembrar que, em 2001, bombardeios de aviões sem piloto contra terroristas palestinos foram condenado pelos americanos. George Tenet, diretor da CIA na época, garantiu que sua agência somente usaria tais equipamentos para objetivos de segurança.
7 anos depois, estas promessas foram esquecidas. Especialmente pelo Prêmio Nobel da Paz, que aumentou os vôos bélicos de aviões sem piloto, levando a guerra contra pacíficos aldeões que nada tinham a ver com ela.
AINDA O RELATÓRIO GOLDSTONE
Apresento mais uma vez as principais conclusões do relatório Goldstone.
”Foi um ataque intencionalmente desproporcional, planejado para punir, humilhar e aterrorizar a população civil, reduzir drasticamente os recursos econômicos da comunidade local para poder trabalhar e prover seu sustento e , com isso, forçar uma dependência e vulnerabilidade sempre crescentes”.A comissão reportou que em 11 situações o exército israelense alvejou civis diretamente, em alguns casos “quando tentavam sair de casa, buscando locais mais seguros, agitando bandeiras brancas”. Foi verificado que quase nunca havia qualquer justificação militar para estas violências.O relatório citou outros possíveis crimes de responsabilidade dos israelense : destruir intencionalmente plantações de alimentos e serviços de água e esgotos; destruir áreas com grande número de civis com o objetivo de matar uns poucos combatentes; usar palestinos como escudos humanos e aprisionar homens, mulheres e crianças em covas. O exército de Israel também foi acusado de usar bombas de fósforo branco em áreas densamente povoadas, o que é proibido pelas leis internacionais.Foram citados alguns fatos particularmente graves como o bombardeio por morteiros israelenses de uma escola da ONU no campo de refugiados de Jabaliya, que abrigava 1.300 pessoas, com o saldo de 35 civis mortos e mais de 40 feridos.Várias vezes Israel acusou o Hamas de usar mesquitas para esconder homens armados e munições como na mesquita de Maqadmah, em Jabaliya, onde teriam sido mortos 6 militantes palestinos.Mas o Conselho de Direitos Humanos contestou essa versão, dizendo que o ataque aconteceu durante o culto da tarde, quando havia 300 homens e mulheres na mesquita, dos quais 15 foram mortos. Não houve nenhuma “explosão secundária” que indicaria a presença de armamentos. Além disso, se Israel pretendesse bombardear uma mesquita suspeita de esconder armamentos isso deveria ser feito no meio da noite, quando não estivesse vazia.Talvez um das mais graves acusações foi a de que cerca de 10 bombas, inclusive de fósforo branco, foram lançadas contra o principal edifício da ONU, em Gaza, onde 700 civis estavam refugiados. Havia um grande depósito de combustível no local mas, embora avisados várias vezes, os israelenses continuaram o bombardeio.Em outro episódio, a destruição de uma casa, com a morte de quase vinte membros de uma família, foi “a conseqüência de uma demolição intencional, não de combates”.Os palestinos foram acusados de lançar mísseis que, intencionalmente ou por negligência, atingiram zonas urbanas de Israel matando 3 civis e traumatizando toda a população local. Considerou-se também “sérias violações dos direitos humanos” assassinatos e outras violências praticadas pelo Hamas contra membros do Fatah.
O relatório Goldstone foi aprovado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, que recomendou
às partes que realizassem investigações, sob a supervisão do Conselho, para descobrir e punir os culpados. Por enquanto, o primeiro-ministro israelense limitou-se a pedir a modificação das leis de guerra, levando em conta o combate ao terrorismo. Talvez para legitimar, a posteriori, as
hoje condenáveism ações do exército israelense em Gaza.
”Foi um ataque intencionalmente desproporcional, planejado para punir, humilhar e aterrorizar a população civil, reduzir drasticamente os recursos econômicos da comunidade local para poder trabalhar e prover seu sustento e , com isso, forçar uma dependência e vulnerabilidade sempre crescentes”.A comissão reportou que em 11 situações o exército israelense alvejou civis diretamente, em alguns casos “quando tentavam sair de casa, buscando locais mais seguros, agitando bandeiras brancas”. Foi verificado que quase nunca havia qualquer justificação militar para estas violências.O relatório citou outros possíveis crimes de responsabilidade dos israelense : destruir intencionalmente plantações de alimentos e serviços de água e esgotos; destruir áreas com grande número de civis com o objetivo de matar uns poucos combatentes; usar palestinos como escudos humanos e aprisionar homens, mulheres e crianças em covas. O exército de Israel também foi acusado de usar bombas de fósforo branco em áreas densamente povoadas, o que é proibido pelas leis internacionais.Foram citados alguns fatos particularmente graves como o bombardeio por morteiros israelenses de uma escola da ONU no campo de refugiados de Jabaliya, que abrigava 1.300 pessoas, com o saldo de 35 civis mortos e mais de 40 feridos.Várias vezes Israel acusou o Hamas de usar mesquitas para esconder homens armados e munições como na mesquita de Maqadmah, em Jabaliya, onde teriam sido mortos 6 militantes palestinos.Mas o Conselho de Direitos Humanos contestou essa versão, dizendo que o ataque aconteceu durante o culto da tarde, quando havia 300 homens e mulheres na mesquita, dos quais 15 foram mortos. Não houve nenhuma “explosão secundária” que indicaria a presença de armamentos. Além disso, se Israel pretendesse bombardear uma mesquita suspeita de esconder armamentos isso deveria ser feito no meio da noite, quando não estivesse vazia.Talvez um das mais graves acusações foi a de que cerca de 10 bombas, inclusive de fósforo branco, foram lançadas contra o principal edifício da ONU, em Gaza, onde 700 civis estavam refugiados. Havia um grande depósito de combustível no local mas, embora avisados várias vezes, os israelenses continuaram o bombardeio.Em outro episódio, a destruição de uma casa, com a morte de quase vinte membros de uma família, foi “a conseqüência de uma demolição intencional, não de combates”.Os palestinos foram acusados de lançar mísseis que, intencionalmente ou por negligência, atingiram zonas urbanas de Israel matando 3 civis e traumatizando toda a população local. Considerou-se também “sérias violações dos direitos humanos” assassinatos e outras violências praticadas pelo Hamas contra membros do Fatah.
O relatório Goldstone foi aprovado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, que recomendou
às partes que realizassem investigações, sob a supervisão do Conselho, para descobrir e punir os culpados. Por enquanto, o primeiro-ministro israelense limitou-se a pedir a modificação das leis de guerra, levando em conta o combate ao terrorismo. Talvez para legitimar, a posteriori, as
hoje condenáveism ações do exército israelense em Gaza.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
JOVENS ISRAELENSES REJEITAM EXÉRCITO
84 estudantes israelenses recusam-se a prestar serviço militar devido ao´”histórico de opressão do povo palestino” por Israel.
Os objetores de consciência publicaram uma carta explicando suas razões durante uma conferência em Telaviv de protesto contra as políticas do governo em Gaza e na Cisjordânia.
“Não podemos ignorar a verdade -a ocupação é violenta, racista, desumana, ilegal, anti-democrática e imoral e representa um perigo mortal para os dois povos”, diz a carta.
A atitude dos 84 jovens lhes valerá uma pena de prisão e um peso considerável no seu currículo que tornará extremamente difícil suas futuras carreiras profissionais, numa sociedade hoje completamente submetida ao “establishment” industrial-militar que governa o país praticamente desde sua fundação, com exceção talvez no período de Isaac Rabin.
Os objetores de consciência publicaram uma carta explicando suas razões durante uma conferência em Telaviv de protesto contra as políticas do governo em Gaza e na Cisjordânia.
“Não podemos ignorar a verdade -a ocupação é violenta, racista, desumana, ilegal, anti-democrática e imoral e representa um perigo mortal para os dois povos”, diz a carta.
A atitude dos 84 jovens lhes valerá uma pena de prisão e um peso considerável no seu currículo que tornará extremamente difícil suas futuras carreiras profissionais, numa sociedade hoje completamente submetida ao “establishment” industrial-militar que governa o país praticamente desde sua fundação, com exceção talvez no período de Isaac Rabin.
O JAPÃO ESTÁ ABRINDO OS OLHOS
Depois de quase 55 anos de ininterrupto governo conservador, subserviente aos interesses dos EUA, chegou ao poder a oposição de centro-esquerda- o Partido Democrático do Japão.
E já começou a mostrar a que veio.
Primeiro, exigiu rediscutir o base militar de Okinawa, que ela quer fechada.
Agora, anunciou que, a partir de janeiro, dará um ponto final na sua missão de reabastecimento dos navios da campanha militar americana no Afeganistão.
“O Japão se retirará de uma maneira ordeira, baseada na lei”, informou O Ministro da Defesa, Toshimi Kitaawa, “dentro do prazo fixado pelo Parlamento”.
Prazo esse forçado pelo Partido Democrático do Japão, através de manobras parlamentares, alegando que o país – oficialmente pacifista depois da 2ªGuerrea Mundial, não deveria prestar auxílio ás guerras americanas.
E já começou a mostrar a que veio.
Primeiro, exigiu rediscutir o base militar de Okinawa, que ela quer fechada.
Agora, anunciou que, a partir de janeiro, dará um ponto final na sua missão de reabastecimento dos navios da campanha militar americana no Afeganistão.
“O Japão se retirará de uma maneira ordeira, baseada na lei”, informou O Ministro da Defesa, Toshimi Kitaawa, “dentro do prazo fixado pelo Parlamento”.
Prazo esse forçado pelo Partido Democrático do Japão, através de manobras parlamentares, alegando que o país – oficialmente pacifista depois da 2ªGuerrea Mundial, não deveria prestar auxílio ás guerras americanas.
AMANHÃ, A COMUNIDADE INTERNACIONAL DECIDE SE O MARTÍRIO DE GAZA VAI CONTINUAR ESQUECIDO
Na reunião de amanhã do Conselho de Segurança da ONU serão discutidos os problemas do Oriente Médio, especialmente o relatório sofre o massacre de Gaza e a situação angustiante desta região.
O chamado relatório Goldstone acusou o Hamas e Israel de cometerem crimes de guerra e possíveis crimes contra a humanidade, tendo Israel recebido uma carga muito maior de acusações.
‘Como aconteceu em outros conflitos,” disse Steve Crawshaw, advogado da ONU e diretor da Ong Human Rights Watch,”o Conselho deve solicitar que os países envolvidos indiquem os responsáveis pelas violências para serem processados.”
Assim não entende o governo Obama , que tem se oposto a esta medida.
Como se sabe, já quando o caso foi levado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, Obama, atendendo aos protestos de Israel- o principal acusado – pressionou para que o fraco presidente da Autoridade Palestina retirasse seu apoio ao relatório.
Mas a Líbia conseguiu que o assunto fosse colocado na pauta da próxima reunião do Conselho de Segurança da ONU.
.Por sua vez, Gaza não pode esperar mais pela ação da comunidade internacional para salvar sua população de uma crise de proporções gravíssimas.
O ataque israelense destruiu todas as indústrias locais, deixando a população sem trabalho e a economia aniquilada. 3.600 residências também foram totalmente destruídas, enquanto 2.700 o foram parcialmente. Como resultado, existem 52.000 famílias sem teto.
Como o exército israelense proíbe a entrada de material de construção, no inverno que se aproxima o número de mortos de frio poderá ser altíssimo.
O impacto da invasão e do bloqueio atinge pesadamente as crianças -que são 750.000 na população de 1,500.000 habitantes - devido á falta de alimentos e de escolas,das quais a maioria foi destruída, sendo sua reconstrução impedida pela falta de materiais.
‘O bloqueio de Israel afeta cada aspecto da vida em Gaza “, resume Sarah Leah Whitson, diretora da Human Rights Watch.
A reunião do Conselho de Segurança, a realizar-se amanhã,. é o momento para resgatar Gaza de seu martírio.
Vamos ficar de olho na atuação de Barack Obama, premio Nobel da Paz .
O chamado relatório Goldstone acusou o Hamas e Israel de cometerem crimes de guerra e possíveis crimes contra a humanidade, tendo Israel recebido uma carga muito maior de acusações.
‘Como aconteceu em outros conflitos,” disse Steve Crawshaw, advogado da ONU e diretor da Ong Human Rights Watch,”o Conselho deve solicitar que os países envolvidos indiquem os responsáveis pelas violências para serem processados.”
Assim não entende o governo Obama , que tem se oposto a esta medida.
Como se sabe, já quando o caso foi levado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, Obama, atendendo aos protestos de Israel- o principal acusado – pressionou para que o fraco presidente da Autoridade Palestina retirasse seu apoio ao relatório.
Mas a Líbia conseguiu que o assunto fosse colocado na pauta da próxima reunião do Conselho de Segurança da ONU.
.Por sua vez, Gaza não pode esperar mais pela ação da comunidade internacional para salvar sua população de uma crise de proporções gravíssimas.
O ataque israelense destruiu todas as indústrias locais, deixando a população sem trabalho e a economia aniquilada. 3.600 residências também foram totalmente destruídas, enquanto 2.700 o foram parcialmente. Como resultado, existem 52.000 famílias sem teto.
Como o exército israelense proíbe a entrada de material de construção, no inverno que se aproxima o número de mortos de frio poderá ser altíssimo.
O impacto da invasão e do bloqueio atinge pesadamente as crianças -que são 750.000 na população de 1,500.000 habitantes - devido á falta de alimentos e de escolas,das quais a maioria foi destruída, sendo sua reconstrução impedida pela falta de materiais.
‘O bloqueio de Israel afeta cada aspecto da vida em Gaza “, resume Sarah Leah Whitson, diretora da Human Rights Watch.
A reunião do Conselho de Segurança, a realizar-se amanhã,. é o momento para resgatar Gaza de seu martírio.
Vamos ficar de olho na atuação de Barack Obama, premio Nobel da Paz .
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
OBAMA, NOBEL DA PAZ: MERECE?
Por ordem dele, aumentaram os bombardeios por aviões sem piloto do Waziristão, iniciados por Bush, que já mataram centenas de civis paquistaneses. Ele é o responsável pelo aumento das tropas americanas no Afeganistão. Ele não cumpriu sua promessa de retirar-se do Iraque em 16 meses pois deixará mais 50 mil soldados até 2011. Falou muito mas nada fez para forçar Israel a congelar os assentamentos. Pressionou a Autoridade Palestina para evitar a aprovação pelo Conselho dos Direitos Humanos da ONU do relatório sobre o massacre de Gaza que condenava Israel. Recusa-se a adotar as medidas que forçariam o governo golpista de Honduras a entregar os pontos.
Você acha que Obama merece receber o Prêmio Nobel de Paz?
Você acha que Obama merece receber o Prêmio Nobel de Paz?
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
VITIMAS NAS GUERRAS DO ORIENTE
Até 6 de outubro de 2009
IRAQUE :
Soldados americanos mortos...4.348
Soldados americanos feridos..31.527(oficial).. + de 100.000 (estimativa)
Mortos de outras nações.............355
Mercenários mortos.................1.395
Civís iraqueanos mortos..... .331.771
AFEGANISTÃO :
Soldados americanos mortos........869
Soldados de outras nações...........577
IRAQUE :
Soldados americanos mortos...4.348
Soldados americanos feridos..31.527(oficial).. + de 100.000 (estimativa)
Mortos de outras nações.............355
Mercenários mortos.................1.395
Civís iraqueanos mortos..... .331.771
AFEGANISTÃO :
Soldados americanos mortos........869
Soldados de outras nações...........577
OBAMA: SÓ ISRAEL PODE TER BOMBA ATÔMICA
Em maio, o presidente Barack Obama fez mais um empolgante discurso, defendendo a existência de um mundo sem armas nucleares.
Pena que pouco depois ele autorizou o governo de Israel a continuar mantendo e produzindo secretamente essas tão temidas armas de destruição em massa.
Em 3 de outubro último, o Washington Times citou três fontes como tendo informado que, num encontro com o primeiro-ministro Nethanyu, Obama garantira o silêncio dos EUA sobre o programa nuclear israelense. Continuaria o acordo Nixon-Golda Meir, de 1969, no qual os EUA se comprometiam a manter esse programa secreto e livre de inspeções internacionais.
Nem a Casa Branca, nem a embaixada de Israel contestaram o Washington Post.Em recente entrevista ao Canal 2 da Tv israelense, Nethanyu comentou as declarações de Obama referentes a um mundo sem armas nucleares, dizendo que ele se referia ao Irã e à Corea do Norte. E confirmou que na reunião com Obama, o presidente americano teria confirmado o acordo com Israel.
Pena que pouco depois ele autorizou o governo de Israel a continuar mantendo e produzindo secretamente essas tão temidas armas de destruição em massa.
Em 3 de outubro último, o Washington Times citou três fontes como tendo informado que, num encontro com o primeiro-ministro Nethanyu, Obama garantira o silêncio dos EUA sobre o programa nuclear israelense. Continuaria o acordo Nixon-Golda Meir, de 1969, no qual os EUA se comprometiam a manter esse programa secreto e livre de inspeções internacionais.
Nem a Casa Branca, nem a embaixada de Israel contestaram o Washington Post.Em recente entrevista ao Canal 2 da Tv israelense, Nethanyu comentou as declarações de Obama referentes a um mundo sem armas nucleares, dizendo que ele se referia ao Irã e à Corea do Norte. E confirmou que na reunião com Obama, o presidente americano teria confirmado o acordo com Israel.
JAPÃO CONTESTA BASES AMERICANAS
O governo do Partido Democrático do Japão (PDJ), que desbancou o Partido Liberal Democrático (PLD) há 54 anos no poder, começa a mostrar a que veio.
Durante a campanha, seus líderes garantiram que o Japão continuaria aliado dos Estados Unidos, doravante, porém, independente. Mostraram-se contrários, então, à existência das bases americanas no país. Seu argumento principal era que seriam inúteis, pois os japoneses não temiam ataques nem da China, nem da Coréa do Norte.
Longe de proteger o território japonês, as forças dos EUA ali sediadas poderiam torná-lo alvo de chineses e coreanos do norte, respectivamente inimigos potenciais e atuais do governo de Washington.
Portanto, tropas americanas no Japão seriam até contrárias aos interesses do país.
Nem bem saíram os resultados das eleições, o governo Obama já estava descartando discussões sobre bases pois tudo já teria sido tratado com o PLD, os antecessores do PDJ. Mas o novo governo japonês parece não ter aceitado essa recusa.
Há muito tempo o povo da ilha de Okinawa reclama dos problemas com os milhares de soldados americanos ali estacionados. Tóquio quer agora colocar em discussão sua saída. E o faz com insistência, ressaltando como isso é importante para manter as boas relações entre os dois países.
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Durante a campanha, seus líderes garantiram que o Japão continuaria aliado dos Estados Unidos, doravante, porém, independente. Mostraram-se contrários, então, à existência das bases americanas no país. Seu argumento principal era que seriam inúteis, pois os japoneses não temiam ataques nem da China, nem da Coréa do Norte.
Longe de proteger o território japonês, as forças dos EUA ali sediadas poderiam torná-lo alvo de chineses e coreanos do norte, respectivamente inimigos potenciais e atuais do governo de Washington.
Portanto, tropas americanas no Japão seriam até contrárias aos interesses do país.
Nem bem saíram os resultados das eleições, o governo Obama já estava descartando discussões sobre bases pois tudo já teria sido tratado com o PLD, os antecessores do PDJ. Mas o novo governo japonês parece não ter aceitado essa recusa.
Há muito tempo o povo da ilha de Okinawa reclama dos problemas com os milhares de soldados americanos ali estacionados. Tóquio quer agora colocar em discussão sua saída. E o faz com insistência, ressaltando como isso é importante para manter as boas relações entre os dois países.
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terça-feira, 6 de outubro de 2009
LEI DE AJUDA DOS EUA É MAL RECEBIDA NO PAQUISTÃO
Depois de multiplicar os bombardeios das regiões do Paquistão limítrofes com o Afeganistão, o governo dos EUA pretende triplicar sua “ajuda”. O Congresso, com maioria situacionista, discute uma lei nesse sentido, entusiasticamente apoiada pelo presidente Obama.
Políticos e militares paquistaneses, que ingratos, parecem não ter gostado nada. Acham que a lei Kerry-Lugar seria uma tentativa de exercer controle crescente dos assuntos internos do país.
Os senadores da oposição apelaram para que o governo rejeite o “presente”, alegando que seria contrário à soberania do país pois dá aos americanos o poder de monitorar o exército paquistanês.
“Isto é menos um programa de assistência do que um tratado de rendição”, escreveu o deputado Ayaz Amir em editorial publicado em vários jornais locais.
O Primeiro Ministro Raza Gilani ordenou ao Ministro das Relações Exteriores, Qureshi, em visita aos EUA, que não comentasse publicamente a lei.
Como o anti americanismo cresce no Paquistão, é provável que o governo de Islamabad rejeite a aplicação da lei Kerry-Lugar, depois de aprovada nos EUA.
Políticos e militares paquistaneses, que ingratos, parecem não ter gostado nada. Acham que a lei Kerry-Lugar seria uma tentativa de exercer controle crescente dos assuntos internos do país.
Os senadores da oposição apelaram para que o governo rejeite o “presente”, alegando que seria contrário à soberania do país pois dá aos americanos o poder de monitorar o exército paquistanês.
“Isto é menos um programa de assistência do que um tratado de rendição”, escreveu o deputado Ayaz Amir em editorial publicado em vários jornais locais.
O Primeiro Ministro Raza Gilani ordenou ao Ministro das Relações Exteriores, Qureshi, em visita aos EUA, que não comentasse publicamente a lei.
Como o anti americanismo cresce no Paquistão, é provável que o governo de Islamabad rejeite a aplicação da lei Kerry-Lugar, depois de aprovada nos EUA.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
PRESSÃO CONTRA RELATÓRIO SOBRE ATROCIDADES EM GAZA
O relatório da Comissão da ONU que investigou a guerra de Gaza provocou o furor de Israel. Seu exército fôra condenado por crimes de guerra e contra a humanidade. O Hamas também foi, mas de forma muito mais leve.
Submetido ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, aconteceu uma surpresa. Obama, que havia jurado amizade aos islâmicos, pressionou a Autoridade Palestina para retirar seu apoio ao relatório. O argumento foi a ameaça de Netanyu de cortar quaisquer negociações sobre a Palestina caso seu país fosse condenado. Abbas, o presidente da Autoridade Palestina, cedeu. Sem seu endosso, os demais países-membros resolveram adiar a discussão por 6 meses para poderem analisar melhor o assunto.
Foi mais uma vitória do Netanyu.E também mais uma demonstração de que Obama acaba sempre se curvando diante das forças que dão suporte aos interesses israelenses nos Estados Unidos.
Ele até parecia que poderia se impor quando repetidas vezes exigiu a interrupção da construção de assentamentos na Cisjordânia, como pré-condição para se iniciarem as negociações da solução do problema palestino. Tinha força para isso. Se os EUA cortassem os bilhões de ajuda anuais a Israel e sua eterna defesa no Conselho de Segurança contra as constantes transgressões ao Direito internaqiconal do governo de Telaviv, este teria de ceder.
Todos sabem o que aconteceu. Netanyu manteve firmemente sua oposição à redução dos assentamentos. Obama ficou na retórica e acabou concordando com negociações sem mexer nos assentamentos. Pressionando por sua vez Abbas, este também aceitou. E, quando Netanyu ameaçou desistir das negociações caso o relatório fosse votado, pressionou novamente Abbas, que mais uma vez, rendeu-se, pensando em preservar as negociações.
O que é uma ilusão. Netanyu e seus aliados já declararam repetidas vezes que não entregarão 1 milímetro de terras ocupadas por judeus na Cisjordania e em Jerusalém Oriental, nem permitirão a volta das centenas de milhares de famílias palestinas expulsas de suas casas e terras, quando da criação do estado de Israel.
Nretanyu já sabe o que fazer. A experiência lhe mostrou que basta ficar firme e manter sua posição para sair ganhando..
A tendência é que Obama se conforme e force a Autoridade Palestina a aceitar migalhas, ou seja,. os batustões hoje ocupados por árabes:, regiões sem água, sem ligação entre si, com estradas controladas pelo exército israelense, a economia totalmente dependente de Israel. Um estado frágil, sem exército e sem controle do espaço aéreo, como já estabeleceu o primeiro ministro israelense.
No episódio do Conselho de Direitos Humanos da ONU,a atitude submissa de Abbas causou grandes reações, tanto do Hamas, quanto do próprio Fatá liderado por ele.
A principio o presidente da Autoridade Palestina repetiu a desculpa usada para adiar a discussão do relatório : mais tempo para analisá-lo. Como não pegou, assumiu o erro, culpando, porém, seus assessores que o teriam convencido que retirar seu apoio seria mais realista.
Como se sabe, no fim deste mês, Hamas e Fatá se reunião buscando a unidade. Há uma perspectiva da liderança do grupo unido não ficar nas mãos de Abbas, enfraquecido pelo episódio do Conselho dos Direitos Humanos. Poderá haver então um evolução substancial no movimento palestino como um todo.
Por enquanto, não parece que os árabes voltarão ao terrorismo. Mas certamente eles passarão a exigir o que tem direito: o cumprimento do chamado Mapa do Caminho, que determina, em sua primeira fase, que os árabes interrompessem suas ações bélicas (o que já foi feito), e os israelenses seus assentamentos.
Se isso acontecer, como então ficará Obama ?
Submetido ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, aconteceu uma surpresa. Obama, que havia jurado amizade aos islâmicos, pressionou a Autoridade Palestina para retirar seu apoio ao relatório. O argumento foi a ameaça de Netanyu de cortar quaisquer negociações sobre a Palestina caso seu país fosse condenado. Abbas, o presidente da Autoridade Palestina, cedeu. Sem seu endosso, os demais países-membros resolveram adiar a discussão por 6 meses para poderem analisar melhor o assunto.
Foi mais uma vitória do Netanyu.E também mais uma demonstração de que Obama acaba sempre se curvando diante das forças que dão suporte aos interesses israelenses nos Estados Unidos.
Ele até parecia que poderia se impor quando repetidas vezes exigiu a interrupção da construção de assentamentos na Cisjordânia, como pré-condição para se iniciarem as negociações da solução do problema palestino. Tinha força para isso. Se os EUA cortassem os bilhões de ajuda anuais a Israel e sua eterna defesa no Conselho de Segurança contra as constantes transgressões ao Direito internaqiconal do governo de Telaviv, este teria de ceder.
Todos sabem o que aconteceu. Netanyu manteve firmemente sua oposição à redução dos assentamentos. Obama ficou na retórica e acabou concordando com negociações sem mexer nos assentamentos. Pressionando por sua vez Abbas, este também aceitou. E, quando Netanyu ameaçou desistir das negociações caso o relatório fosse votado, pressionou novamente Abbas, que mais uma vez, rendeu-se, pensando em preservar as negociações.
O que é uma ilusão. Netanyu e seus aliados já declararam repetidas vezes que não entregarão 1 milímetro de terras ocupadas por judeus na Cisjordania e em Jerusalém Oriental, nem permitirão a volta das centenas de milhares de famílias palestinas expulsas de suas casas e terras, quando da criação do estado de Israel.
Nretanyu já sabe o que fazer. A experiência lhe mostrou que basta ficar firme e manter sua posição para sair ganhando..
A tendência é que Obama se conforme e force a Autoridade Palestina a aceitar migalhas, ou seja,. os batustões hoje ocupados por árabes:, regiões sem água, sem ligação entre si, com estradas controladas pelo exército israelense, a economia totalmente dependente de Israel. Um estado frágil, sem exército e sem controle do espaço aéreo, como já estabeleceu o primeiro ministro israelense.
No episódio do Conselho de Direitos Humanos da ONU,a atitude submissa de Abbas causou grandes reações, tanto do Hamas, quanto do próprio Fatá liderado por ele.
A principio o presidente da Autoridade Palestina repetiu a desculpa usada para adiar a discussão do relatório : mais tempo para analisá-lo. Como não pegou, assumiu o erro, culpando, porém, seus assessores que o teriam convencido que retirar seu apoio seria mais realista.
Como se sabe, no fim deste mês, Hamas e Fatá se reunião buscando a unidade. Há uma perspectiva da liderança do grupo unido não ficar nas mãos de Abbas, enfraquecido pelo episódio do Conselho dos Direitos Humanos. Poderá haver então um evolução substancial no movimento palestino como um todo.
Por enquanto, não parece que os árabes voltarão ao terrorismo. Mas certamente eles passarão a exigir o que tem direito: o cumprimento do chamado Mapa do Caminho, que determina, em sua primeira fase, que os árabes interrompessem suas ações bélicas (o que já foi feito), e os israelenses seus assentamentos.
Se isso acontecer, como então ficará Obama ?
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
IRÃ; OS PORQUÊS DA USINA DE QUDS
Apesar de ser o segundo produtor mundial de petróleo, o Irã importa 40% da gasolina que consome. Prefere suplementar assim suas necessidades de energia para poder exportar ao máximo petróleo e gás, multiplicando suas receitas em dólares.
Daí a importância do seu programa nuclear.
A usina de Quds está sendo construída para que a produção de urânio enriquecido não seja interrompida por um eventual bombardeio da usina de Natanz. Quds é semi-subterrânea e estrategicamente localizada numa região montanhosa, próxima a uma zona militar fortemente protegida por sistemas anti-míssil.
A construção de uma segunda usina tornou-se necessária face às repetidas ameaças de Israel e dos EUA, através de Bush, posteriormente,’’’’’’’’’’’ de Hillary Clinton e, por fim, do próprio Obama. No ano passado, os israelenses chegaram a realizar manobras com grande número de aviões para demonstrar sua capacidade de atingir qualquer alvo em território iraniano.
Daí a importância do seu programa nuclear.
A usina de Quds está sendo construída para que a produção de urânio enriquecido não seja interrompida por um eventual bombardeio da usina de Natanz. Quds é semi-subterrânea e estrategicamente localizada numa região montanhosa, próxima a uma zona militar fortemente protegida por sistemas anti-míssil.
A construção de uma segunda usina tornou-se necessária face às repetidas ameaças de Israel e dos EUA, através de Bush, posteriormente,’’’’’’’’’’’ de Hillary Clinton e, por fim, do próprio Obama. No ano passado, os israelenses chegaram a realizar manobras com grande número de aviões para demonstrar sua capacidade de atingir qualquer alvo em território iraniano.
A UNIDADE PALESTINA ESTÁ PRÓXIMA
Depois de 6 tentativas frustradas, o Fatah e o Hamas buscam a unidade em reunião a realizar-se no Egito, em fins de outubro.
Parece que desta vez dará certo. A opinião pública palestina e o Egito vem pressionando nesse sentido.
O acordo vai ser facilitado pelo fim em janeiro de 2010 dos mandatos do presidente Abbas, membro do Fatá, e do parlamento, onde o Hamas tem maioria, o que levará a eleições gerais.
Para as lideranças dos dois movimentos a unidade torna-se necessária à luta pela independência depois do fracasso das iniciativas de paz do presidente Obama. Os palestinos sentem que, agora, tudo depende deles.
Israel não vê essa paz com bons olhos. Para o vice-presidente Silvan Shalom, a unidade palestina seria “a prova de que Abbas abandonou a busca de um acordo (com os israelenses)”, garantindo ao Hamas “credibilidade” e a posição de “influente protagonista político”. O que acabaria com o isolamento desses inimigos do “establishment” político israelense.
Parece que desta vez dará certo. A opinião pública palestina e o Egito vem pressionando nesse sentido.
O acordo vai ser facilitado pelo fim em janeiro de 2010 dos mandatos do presidente Abbas, membro do Fatá, e do parlamento, onde o Hamas tem maioria, o que levará a eleições gerais.
Para as lideranças dos dois movimentos a unidade torna-se necessária à luta pela independência depois do fracasso das iniciativas de paz do presidente Obama. Os palestinos sentem que, agora, tudo depende deles.
Israel não vê essa paz com bons olhos. Para o vice-presidente Silvan Shalom, a unidade palestina seria “a prova de que Abbas abandonou a busca de um acordo (com os israelenses)”, garantindo ao Hamas “credibilidade” e a posição de “influente protagonista político”. O que acabaria com o isolamento desses inimigos do “establishment” político israelense.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
HONDURAS: AÇÃO DE ZELAYA PERTURBA A CASA BRANCA
Quando o Brasil denunciou na ONU o cerco da sua embaixada pelas forças do
governo golpista, a representante americana censurou nosso governo.
Declarou que o foro competente para o protesto brasileiro seria a OEA, nunca a
ONU.
Mais uma vez os EUA permitem-se o direito de condenar nos outros o que eles
fazem.
Por exemplo : será que criar, como a Casa Branca criou, um comitê de seis
potências para julgar o programa nuclear do Irã não é função da ONU?
Somando-se ao pronunciamento americano na ONU, o Departamento de Estado
qualificou a atitude de Zelaya como “irresponsável e tola”.
Claro, foi contra seus interesses.
O affair Honduras tinha entrado em compasso de espera: Michelletti não aceitava
a volta de Zelaya de jeito nenhum e as sanções aplicadas contra seu governo não
o comoviam.
Tudo se encaminhava para um fato consumado, com as eleições em novembro
que colocariam no poder alguém de um dos partidos de direita que certamente
refugaria a Alba.
Os Estados Unidos diriam que fez seu papel, condenando a deposição de Zelaya
e até pressionando com algumas punições, na verdade, apenas paliativas.
E teriam conseguido seu objetivo real: retirar Honduras da zona de influencia do
incômodo Chavez.
Um happy end digno dos filmes da Metro dos tempos de Esther Willians,
atrapalhado pela ação de Zelaya, a qual, apoiada pelo Brasil, fez o problema
voltar, gerando protestos populares e violências dos golpistas, numa reação em
cadeia cujo fim passa a ser incerto.
governo golpista, a representante americana censurou nosso governo.
Declarou que o foro competente para o protesto brasileiro seria a OEA, nunca a
ONU.
Mais uma vez os EUA permitem-se o direito de condenar nos outros o que eles
fazem.
Por exemplo : será que criar, como a Casa Branca criou, um comitê de seis
potências para julgar o programa nuclear do Irã não é função da ONU?
Somando-se ao pronunciamento americano na ONU, o Departamento de Estado
qualificou a atitude de Zelaya como “irresponsável e tola”.
Claro, foi contra seus interesses.
O affair Honduras tinha entrado em compasso de espera: Michelletti não aceitava
a volta de Zelaya de jeito nenhum e as sanções aplicadas contra seu governo não
o comoviam.
Tudo se encaminhava para um fato consumado, com as eleições em novembro
que colocariam no poder alguém de um dos partidos de direita que certamente
refugaria a Alba.
Os Estados Unidos diriam que fez seu papel, condenando a deposição de Zelaya
e até pressionando com algumas punições, na verdade, apenas paliativas.
E teriam conseguido seu objetivo real: retirar Honduras da zona de influencia do
incômodo Chavez.
Um happy end digno dos filmes da Metro dos tempos de Esther Willians,
atrapalhado pela ação de Zelaya, a qual, apoiada pelo Brasil, fez o problema
voltar, gerando protestos populares e violências dos golpistas, numa reação em
cadeia cujo fim passa a ser incerto.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
IRÃ NUCLEAR: DENÚNCIA FALSA DO OCIENTE
Dia 25 de setembro, dramaticamente, os líderes dos EUA, França e Reino Unido
denunciaram a existência de uma usina nuclear secreta no Irã, destinada a
enriquecer urânio, permitindo a produção1 ou 2 bombas atômicas por ano.
Para Obama, Sarkosy e Brown seria uma prova definitiva das más intenções
iranianas e da falsidade de suas alegações de que seu programa nuclear seria
pacífico.
Na ocasião, Obama declarou :”O Irã está quebrando regras que todas as nações
devem seguir”.
Para Brown:”A comunidade internacional hoje não tem escolha senão traçar uma
linha na areia”. Uma metáfora significando que agora a solução seria um
ultimato.
Por sua vez, Sarkosy, belicosamente, declarou :”Tudo, mas tudo, tem de ser posto
na mesa agora”, numa insinuando clara da guerra como opção válida.
O próprio Obama, pela primeira vez, considerou a linguagem dos canhões como
uma alternativa aceitável..
E, eufórica, a falcoa Hillary Clinton, assegurou que nenhuma explicação do Irã
seria possível.
E eis que hoje, que chato, o Ocidente civilizado tem de se curvar diante do
bárbaro Irã, bater no peito e fazer um mea culpa.
Ali Asghar Soltanieh, representante do Irã na IAEA (Agência Internacional de
Energia Atômica), anunciou que a existência da usina de Qud já fora comunicada
por ele a essa agência no dia 21 de setembro. Quatro dias antes da denúncia do
trio de estadistas ocidentais da usina rotulada de “secreta”.
Soltanieh informou que a nova instalação, ora em construção, só se tornará
operacional daqui a 540 dias. E lembrou que, de acordo com a clausula 153 da
AIEA, o Irã ainda tinha muito tempo para anunciar a usina de Quds.
O representante iraniano permitiu-se ser irônico (ele tinha direito) :”É uma pena
que nenhum destes 3 líderes tenha assessores jurídicos para informar que, de
acordo com corretas precauções, nós só seríamos obrigados a informá-los (sobre
Quds) seis meses antes do início da produção do material nuclear.”
E concluiu: ”O problema é que nós somos vítimas da negligência daqueles que
clamam que conhecem a lei internacional.”
Na verdade, pior do que isso. A má vontade dos estadistas ocidentais com
relação ao Irã é manifesta.
denunciaram a existência de uma usina nuclear secreta no Irã, destinada a
enriquecer urânio, permitindo a produção1 ou 2 bombas atômicas por ano.
Para Obama, Sarkosy e Brown seria uma prova definitiva das más intenções
iranianas e da falsidade de suas alegações de que seu programa nuclear seria
pacífico.
Na ocasião, Obama declarou :”O Irã está quebrando regras que todas as nações
devem seguir”.
Para Brown:”A comunidade internacional hoje não tem escolha senão traçar uma
linha na areia”. Uma metáfora significando que agora a solução seria um
ultimato.
Por sua vez, Sarkosy, belicosamente, declarou :”Tudo, mas tudo, tem de ser posto
na mesa agora”, numa insinuando clara da guerra como opção válida.
O próprio Obama, pela primeira vez, considerou a linguagem dos canhões como
uma alternativa aceitável..
E, eufórica, a falcoa Hillary Clinton, assegurou que nenhuma explicação do Irã
seria possível.
E eis que hoje, que chato, o Ocidente civilizado tem de se curvar diante do
bárbaro Irã, bater no peito e fazer um mea culpa.
Ali Asghar Soltanieh, representante do Irã na IAEA (Agência Internacional de
Energia Atômica), anunciou que a existência da usina de Qud já fora comunicada
por ele a essa agência no dia 21 de setembro. Quatro dias antes da denúncia do
trio de estadistas ocidentais da usina rotulada de “secreta”.
Soltanieh informou que a nova instalação, ora em construção, só se tornará
operacional daqui a 540 dias. E lembrou que, de acordo com a clausula 153 da
AIEA, o Irã ainda tinha muito tempo para anunciar a usina de Quds.
O representante iraniano permitiu-se ser irônico (ele tinha direito) :”É uma pena
que nenhum destes 3 líderes tenha assessores jurídicos para informar que, de
acordo com corretas precauções, nós só seríamos obrigados a informá-los (sobre
Quds) seis meses antes do início da produção do material nuclear.”
E concluiu: ”O problema é que nós somos vítimas da negligência daqueles que
clamam que conhecem a lei internacional.”
Na verdade, pior do que isso. A má vontade dos estadistas ocidentais com
relação ao Irã é manifesta.
PAQUISTÃO: NOVA ESCALADA MILITAR AMERICANA?
O Departamento de Estado ameaçou o governo do Paquistão de intervenção
militar na cidade de Quetta, caso o governo de Islamabad não atue contra os
talibãs no local, reporta o site Anti-war.
Quetta, a capital da província do Baloquistão, com 750 mil habitantes, é
considerada um refúgio dos principais chefes talibãs.
Até agora as ações militares americanas no país tem se sido bombardeios de
regiões rurais por aviões sem piloto. Muitos militantes inimigos tem sido mortos
assim, mas, além deles, um número bem maior de civis inocentes foi
vitimizado, o que gerou um profundo anti- americanismo na população
paquistanesa.
Este sentimento tende a se agravar se os EUA cumprirem sua ameaça, quer
atacando Quetta com aviões sem piloto, quer usando forças terrestres. Qualquer
que seja a opção, as mortes de civis inocentes superarão largamente as que já
ocorreram até agora pois Quetta é uma cidade densamente povoada e nenhum
ataque dito “cirúrgico” poderá atingir somente os talibãs que vivem misturados
com a população.
militar na cidade de Quetta, caso o governo de Islamabad não atue contra os
talibãs no local, reporta o site Anti-war.
Quetta, a capital da província do Baloquistão, com 750 mil habitantes, é
considerada um refúgio dos principais chefes talibãs.
Até agora as ações militares americanas no país tem se sido bombardeios de
regiões rurais por aviões sem piloto. Muitos militantes inimigos tem sido mortos
assim, mas, além deles, um número bem maior de civis inocentes foi
vitimizado, o que gerou um profundo anti- americanismo na população
paquistanesa.
Este sentimento tende a se agravar se os EUA cumprirem sua ameaça, quer
atacando Quetta com aviões sem piloto, quer usando forças terrestres. Qualquer
que seja a opção, as mortes de civis inocentes superarão largamente as que já
ocorreram até agora pois Quetta é uma cidade densamente povoada e nenhum
ataque dito “cirúrgico” poderá atingir somente os talibãs que vivem misturados
com a população.
AFEGANISTÃO: A GUERRA PERDE TERRENO NOS EUA
Pesquisa recente do Wall Street Journal e da NBC mostra que o povo americano vê a guerra do
Afeganistão com maus olhos. 51% dos respondentes são contra o envio de mais soldados e 59%
tem pouca confiança no sucesso americano.
As últimas mudanças na política externa de Barack Obama – desistindo de obrigar Israel a parar de
ampliar os assentamentos e tornando-se crescentemente agressivo com relação ao Irã –
aparentemente pegaram mal.
A aprovação às ações de Obama nessa área caiu de 57%, em julho, para 50%, em agosto.
Afeganistão com maus olhos. 51% dos respondentes são contra o envio de mais soldados e 59%
tem pouca confiança no sucesso americano.
As últimas mudanças na política externa de Barack Obama – desistindo de obrigar Israel a parar de
ampliar os assentamentos e tornando-se crescentemente agressivo com relação ao Irã –
aparentemente pegaram mal.
A aprovação às ações de Obama nessa área caiu de 57%, em julho, para 50%, em agosto.
domingo, 20 de setembro de 2009
EX-DIRETORES DA CIA TENTAM ABAFAR INVESTIGAÇÕES
Sete ex diretores da CIA enviaram carta a Obama pedindo o fim das investigações sobre torturas praticadas pela “agência” no período de George Bush. Segundo o texto, publicado na página web da cadeia ABC, eles alegaram que “a divulgação de antigas operações de inteligência só pode ajudar a Al Qaeda a enganar a espionagem americana e a preparar futuras operações.” Argumento nada claro.
Também afirmaram que os governos aliados poderiam se sentir inibidos em colaborar. Ou, trocando em miúdos : países como o Egito ou a Romêia, para onde a CIA costumava enviar prisioneiros para serem torturados sem problemas com a imprensa, poderão ficar com receio de aplicar tais métodos.
Sabe-se que o Departamento de Justiça pretende concentrar suas investigações só nos casos mais graves, naqueles que resultaram em morte dos suspeitos, por exemplo.
Infelizmente, não há indicação de que os principais culpados, aqueles que deram as ordens, serão indiciados. George Bush seria um deles. Reporta Richard Clarke, ex diretor de contra terrorismo, no seu livro Agains All Enemies, que ,numa reunião na Casa Branca, em 2001, foi dito que a lei internacional proibia torturas. E o presidente replicou :”Não me incomodo com o que os advogados internacionais dizem, nós vamos chutar alguns rabos.”
Seis dias depois ele deu à CIA a “ampla autoridade” por ela requerida...
Em 2002, num memorando ao presidente, seu Secretário da Justiça, Alberto Gonzalez, dizia :”Sua determinação de que Genebra não se aplica criaria uma base legal racional de que a Seção 2441(do Ato 1996, sobre crimes de guerra) não se aplica, fornecendo uma defesa sólida contra qualquer processo futuro”.
Diante deste “parecer”, Bush editou uma ordem executiva , estabelecendo :”Aceito a conclusão legal do Departamento de Justiça e determino que o artigo 3 de Genebra (que condena as torturas) não se aplica nem Al Qaeda, nem ao Talibã.””
Assim não entendeu a Suprema Corte que . em junho de 2006, decidiu que a Convenção de Genebra aplica-se sim à Al Qaeda e ao Talçibã. E o juiz Anthony M.Kennedy determinou que as “violações do Artigo 3 são consideradas crimes de guerra, puníveis como transgressões federais.”
Como se vê, a base legal que existe é para Bush ser processado. Mas isso não Vai acontecer. A real politik de Obama impede. Nos termos dela, ele tem feito concessões e mais concessões ao Partido Republicano, pensando na aprovação das suas reformas da Economia e da Saúde. Até agora, sem nenhuma reciprocidade..
Também afirmaram que os governos aliados poderiam se sentir inibidos em colaborar. Ou, trocando em miúdos : países como o Egito ou a Romêia, para onde a CIA costumava enviar prisioneiros para serem torturados sem problemas com a imprensa, poderão ficar com receio de aplicar tais métodos.
Sabe-se que o Departamento de Justiça pretende concentrar suas investigações só nos casos mais graves, naqueles que resultaram em morte dos suspeitos, por exemplo.
Infelizmente, não há indicação de que os principais culpados, aqueles que deram as ordens, serão indiciados. George Bush seria um deles. Reporta Richard Clarke, ex diretor de contra terrorismo, no seu livro Agains All Enemies, que ,numa reunião na Casa Branca, em 2001, foi dito que a lei internacional proibia torturas. E o presidente replicou :”Não me incomodo com o que os advogados internacionais dizem, nós vamos chutar alguns rabos.”
Seis dias depois ele deu à CIA a “ampla autoridade” por ela requerida...
Em 2002, num memorando ao presidente, seu Secretário da Justiça, Alberto Gonzalez, dizia :”Sua determinação de que Genebra não se aplica criaria uma base legal racional de que a Seção 2441(do Ato 1996, sobre crimes de guerra) não se aplica, fornecendo uma defesa sólida contra qualquer processo futuro”.
Diante deste “parecer”, Bush editou uma ordem executiva , estabelecendo :”Aceito a conclusão legal do Departamento de Justiça e determino que o artigo 3 de Genebra (que condena as torturas) não se aplica nem Al Qaeda, nem ao Talibã.””
Assim não entendeu a Suprema Corte que . em junho de 2006, decidiu que a Convenção de Genebra aplica-se sim à Al Qaeda e ao Talçibã. E o juiz Anthony M.Kennedy determinou que as “violações do Artigo 3 são consideradas crimes de guerra, puníveis como transgressões federais.”
Como se vê, a base legal que existe é para Bush ser processado. Mas isso não Vai acontecer. A real politik de Obama impede. Nos termos dela, ele tem feito concessões e mais concessões ao Partido Republicano, pensando na aprovação das suas reformas da Economia e da Saúde. Até agora, sem nenhuma reciprocidade..
sábado, 19 de setembro de 2009
INTELIGÊNCIA AMERICANA: IRÃ SEM PROGRAMA DE BOMBA NUCLEAR
O serviços de inteligência dos EUA reafirmaram seu relatório apresentado em 2007: o Irã não desenvolve um programa de produção de armas nucleares. Claro, informaram á Casa Branca mas Obama, aparentemente, fez ouvidos moucos. Prefere acreditar em Israel e continua exigindo o fim do enriquecimento do urânio , o qual, para ele, se destinaria à produção de artefatos nucleares.
Os serviços de inteligência constataram que até 2003, realmente o exército iraniano buscava desenvolver uma bomba desse tipo mas nesse ano interrompeu completamente o programa. Enquanto outras agências do governo americano sustentam que os iranianos deixaram em aberto sua opção para desenvolver tais armas, os serviços de inteligência (leia-se espionagem) tem confiança moderada de que isso não acontece. Por enquanto, não há indícios de espécie alguma nesse sentido.
Os serviços de inteligência constataram que até 2003, realmente o exército iraniano buscava desenvolver uma bomba desse tipo mas nesse ano interrompeu completamente o programa. Enquanto outras agências do governo americano sustentam que os iranianos deixaram em aberto sua opção para desenvolver tais armas, os serviços de inteligência (leia-se espionagem) tem confiança moderada de que isso não acontece. Por enquanto, não há indícios de espécie alguma nesse sentido.
A RUSSIA FECHA COM O IRÃ NUCLEAR
Obama desistiu da idéia de cercar a Russia de uma barragem de mísseis e anti-mísseis porque as experiências realizadas pela Força Aérea com esse sistema fracassaram.
Espertamente, declarou aos russos que o fizera como ato de boa vontade já que Moscou era violentamente contra o projeto.Pediu em troca apoio para mais sanções contra o Irã.
Parece que não conseguiu.
Serge Lavrov, o Ministro das Relações Exteriores russo,foi muito claro : qualificou as novas sanções como “um sérrio erro.”
Portanto, veto certo ás sanções no Conselho de Segurança.
E aí, Israel atacará ? Os EUA apoiarão? E a ONU ficará de braços cruzados ?
Espertamente, declarou aos russos que o fizera como ato de boa vontade já que Moscou era violentamente contra o projeto.Pediu em troca apoio para mais sanções contra o Irã.
Parece que não conseguiu.
Serge Lavrov, o Ministro das Relações Exteriores russo,foi muito claro : qualificou as novas sanções como “um sérrio erro.”
Portanto, veto certo ás sanções no Conselho de Segurança.
E aí, Israel atacará ? Os EUA apoiarão? E a ONU ficará de braços cruzados ?
ORIENTE MÉDIO: OBAMA ENTREGANDO OS PONTOS
Obama ofereceu a Israel um negócio de pai para filho : licença para abrir escritórios comerciais em vários países árabes, direito da El Al economizar toneladas de combustível voando sobre o território árabe e, visto para entrada de missões culturais israelenses nesses países, entre outras vantagens. Só pedia em troca o que Israel, desde os acordos do “mapa da mina” havia se comprometido a fazer : cessar os assentamentos, aliás, declarados ilegais pela ONU.
Obama insistiu, exigiu, gritou.
Nada feito. Netanyu disse”não” e Obama não teve coragem de ao menos ameaçar cortar um dos muitos recursos, que fazem de Israel a nação mais beneficiada pelos EUA em todo o mundo.
Na mesma ocasião, veio o relatório da investigação da ONU sobre a guerra de Gaza. Realizada por personalidades do mais alto conceito. Seu presidente era um juiz judeu, com reputação firmada em julgamentos semelhantes em Ruanda e na ex-Iugoslavia.
Claro, o mundo inteiro aprovou. Mas a chancelaria americana, leia-se Hillary Clinton, veio com uma ridícula crítica de que o relatório concentrava-se nos crimes do exército israelense, pouco falando daqueles que eram de responsabilidade do Hamas. O que era lógico, afinal os israelenses promoveram violências que excediam em muito o que o Hamas fez.
No mesmo dia, o governo americano declarou que a descrença de Ahmadinejad no Holocausto afastaria ainda mais o Irã do convívio internacional. Mas nunca estigmatizaram com a mesma fúria os turcos por negarem que massacraram 2 milhões de armênios no século passado.
A “mudança” de Obama vai ficando cada vez mais para a retórica enquanto cresce a idéia de que a política externa americana continua sendo feita em Telaviv.
Obama insistiu, exigiu, gritou.
Nada feito. Netanyu disse”não” e Obama não teve coragem de ao menos ameaçar cortar um dos muitos recursos, que fazem de Israel a nação mais beneficiada pelos EUA em todo o mundo.
Na mesma ocasião, veio o relatório da investigação da ONU sobre a guerra de Gaza. Realizada por personalidades do mais alto conceito. Seu presidente era um juiz judeu, com reputação firmada em julgamentos semelhantes em Ruanda e na ex-Iugoslavia.
Claro, o mundo inteiro aprovou. Mas a chancelaria americana, leia-se Hillary Clinton, veio com uma ridícula crítica de que o relatório concentrava-se nos crimes do exército israelense, pouco falando daqueles que eram de responsabilidade do Hamas. O que era lógico, afinal os israelenses promoveram violências que excediam em muito o que o Hamas fez.
No mesmo dia, o governo americano declarou que a descrença de Ahmadinejad no Holocausto afastaria ainda mais o Irã do convívio internacional. Mas nunca estigmatizaram com a mesma fúria os turcos por negarem que massacraram 2 milhões de armênios no século passado.
A “mudança” de Obama vai ficando cada vez mais para a retórica enquanto cresce a idéia de que a política externa americana continua sendo feita em Telaviv.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
GAZA: OS FATOS PRINCIPAIS DA INVESTIGAÇÃO DA ONU
Aqui são apresentadas as principais denúncias, algumas não noticiadas pela nossa grande imprensa, relativas aos crimes cometidos em Gaza
O relatório da comissão da ONU que investigou a guerra de Gaza condenou os foguetes lançados pelos palestinos mas foi muito mais crítico da atuação de Israel.:”Foi um ataque intencionalmente desproporcional, planejado para punir, humilhar e aterrorizar a população civil, reduzir drasticamente os recursos econômicos da comunidade local para poder trabalhar e prover seu sustento e , com isso, forçar uma dependência e vulnerabilidade sempre crescentes”.
A comissão reportou que em 11 situações o exército israelense alvejou civis diretamente, em alguns casos “quando tentavam sair de casa, buscando locais mais seguros, agitando bandeiras brancas”. Foi verificado que quase nunca havia qualquer justificação militar para estas violências.
O relatório citou outros possíveis crimes de responsabilidade dos israelense : destruir intencionalmente plantações de alimentos e serviços de água e esgotos; destruir áreas com grande número de civis com o objetivo de matar uns poucos combatentes; usar palestinos como escudos humanos e aprisionar homens, mulheres e crianças em covas. O exército de Israel também foi acusado de usar bombas de fósforo branco em áreas densamente povoadas, o que é proibido pelas leis internacionais.
Foram citados alguns fatos particularmente graves como o bombardeio por morteiros israelenses de uma escola da ONU no campo de refugiados de Jabaliya, que abrigava 1.300 pessoas, com o saldo de 35 civis mortos e mais de 40 feridos.
Várias vezes Israel acusou o Hamas de usar mesquitas para esconder homens armados e munições como na mesquita de Maqadmah, em Jabaliya, onde teriam sido mortos 6 militantes palestinos.
Mas o Conselho de Direitos Humanos contestou essa versão, dizendo que o ataque aconteceu durante o culto da tarde, quando havia 300 homens e mulheres na mesquita, dos quais 15 foram mortos. Não houve nenhuma “explosão secundária” que indicaria a presença de armamentos. Além disso, se Israel pretendesse bombardear uma mesquita suspeita de esconder armamentos isso deveria ser feito no meio da noite, quando não estivesse vazia.
Talvez um das mais graves acusações foi a de que cerca de 10 bombas, inclusive de fósforo branco, foram lançadas contra o principal edifício da ONU, em Gaza, onde 700 civis estavam refugiados. Havia um grande depósito de combustível no local mas, embora avisados várias vezes, os israelenses continuaram o bombardeio.
Em outro episódio, a destruição de uma casa, com a morte de quase vinte membros de uma família, foi “a conseqüência de uma demolição intencional, não de combates”.
Os palestinos foram acusados de lançar mísseis que, intencionalmente ou por negligência, atingiram zonas urbanas de Israel matando 3 civis e traumatizando toda a população local. Considerou-se também “sérias violações dos direitos humanos” assassinatos e outras violências praticadas pelo Hamas contra membros do Fatah.
Avigdor Lieberman, Ministro das Relações Exteriores de Israel, contestou o relatório, dizendo que era parcial. Difícil de acreditar pois o presidente da comissão de investigação,o juiz Richard Goldstone, é judeu e respeitado internacionalmente por sua atuação nos julgamentos de Ruanda e da antiga Iugoslavia.
O Hamas alegou que lançou os mísseis em auto-defesa.Seu plano seria atingir alvos militares mas acabaram caindo em áreas habitadas por seus mísseis serem muito primitivos.
(resumo de matéria publicada no New York Times, de 15-9-2009)
O relatório da comissão da ONU que investigou a guerra de Gaza condenou os foguetes lançados pelos palestinos mas foi muito mais crítico da atuação de Israel.:”Foi um ataque intencionalmente desproporcional, planejado para punir, humilhar e aterrorizar a população civil, reduzir drasticamente os recursos econômicos da comunidade local para poder trabalhar e prover seu sustento e , com isso, forçar uma dependência e vulnerabilidade sempre crescentes”.
A comissão reportou que em 11 situações o exército israelense alvejou civis diretamente, em alguns casos “quando tentavam sair de casa, buscando locais mais seguros, agitando bandeiras brancas”. Foi verificado que quase nunca havia qualquer justificação militar para estas violências.
O relatório citou outros possíveis crimes de responsabilidade dos israelense : destruir intencionalmente plantações de alimentos e serviços de água e esgotos; destruir áreas com grande número de civis com o objetivo de matar uns poucos combatentes; usar palestinos como escudos humanos e aprisionar homens, mulheres e crianças em covas. O exército de Israel também foi acusado de usar bombas de fósforo branco em áreas densamente povoadas, o que é proibido pelas leis internacionais.
Foram citados alguns fatos particularmente graves como o bombardeio por morteiros israelenses de uma escola da ONU no campo de refugiados de Jabaliya, que abrigava 1.300 pessoas, com o saldo de 35 civis mortos e mais de 40 feridos.
Várias vezes Israel acusou o Hamas de usar mesquitas para esconder homens armados e munições como na mesquita de Maqadmah, em Jabaliya, onde teriam sido mortos 6 militantes palestinos.
Mas o Conselho de Direitos Humanos contestou essa versão, dizendo que o ataque aconteceu durante o culto da tarde, quando havia 300 homens e mulheres na mesquita, dos quais 15 foram mortos. Não houve nenhuma “explosão secundária” que indicaria a presença de armamentos. Além disso, se Israel pretendesse bombardear uma mesquita suspeita de esconder armamentos isso deveria ser feito no meio da noite, quando não estivesse vazia.
Talvez um das mais graves acusações foi a de que cerca de 10 bombas, inclusive de fósforo branco, foram lançadas contra o principal edifício da ONU, em Gaza, onde 700 civis estavam refugiados. Havia um grande depósito de combustível no local mas, embora avisados várias vezes, os israelenses continuaram o bombardeio.
Em outro episódio, a destruição de uma casa, com a morte de quase vinte membros de uma família, foi “a conseqüência de uma demolição intencional, não de combates”.
Os palestinos foram acusados de lançar mísseis que, intencionalmente ou por negligência, atingiram zonas urbanas de Israel matando 3 civis e traumatizando toda a população local. Considerou-se também “sérias violações dos direitos humanos” assassinatos e outras violências praticadas pelo Hamas contra membros do Fatah.
Avigdor Lieberman, Ministro das Relações Exteriores de Israel, contestou o relatório, dizendo que era parcial. Difícil de acreditar pois o presidente da comissão de investigação,o juiz Richard Goldstone, é judeu e respeitado internacionalmente por sua atuação nos julgamentos de Ruanda e da antiga Iugoslavia.
O Hamas alegou que lançou os mísseis em auto-defesa.Seu plano seria atingir alvos militares mas acabaram caindo em áreas habitadas por seus mísseis serem muito primitivos.
(resumo de matéria publicada no New York Times, de 15-9-2009)
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
BLACKWATER: SEGURANÇAS OU ASSASSINOS?
Prossegue o processo nos EUA contra os seguranças da Blackwater que mataram 14 civis iraquianos em Bagdá. Sem qualquer provocação, os implicados, que escoltavam um comboio, abriram fogo indiscriminadamente na praça Nisour em pleno meio dia, cheia de pedestres e carros.
A promotoria apresentou novas evidências de que tais crimes seriam um padrão no comportamento dos 5 réus.
Um deles, Nicholas Slatten, costumava dizer que : “queria matar o máximo de iraquianos para vingar o 11 de setembro e repetidas vezes mencionava o número de civis que já alvejara.”
Uma semana antes dos incidentes, outro dos guardas, Evan Liberty havia disparado sua arma automática a esmo, de dentro de um veículo da Blackwater, perto do Almanat City Hall.
Ele e mais dois colegas, Nicholas Slatten e Paul Slough, divertiam-se em jogar garrafas geladas nos carros de iraquianos, numa tentativa de quebrar suas vidraças e provocar acidentes.
Estes novos fatos demonstram o tipo de supervisão negligente sobre os contratados tanto por parte da Blackwater quanto do Departamento de Estado, seu principal cliente.
Lamentavelmente, o governo americano não agiu contra a Blackwater, responsável pelos seus funcionários assassinos. Mas as famílias das vítimas da praça Nizour abriram processo civil contra ela no fórum americano. Além disso, a Casa Branca teve de aceitar que todos os seguranças estrangeiros passassem a ser processados segundo a lei iraquiana. Até então isso não acontecia.
A imagem da Blackwater saiu seriamente deteriorada deste episódio. Ela reagiu, mudando seu nome para XE Services. Mesmo assim perdeu seu contrato com a embaixada americana em Bagdá e seus laços antigos com a CIA estão sendo investigados.
Leon Panetta, o novo diretor da CIA, informou que durante o governo Bush, a agência tinha pensado seriamente em usar os “gunners” da Blackwater num programa secreto de assassinatos dos inimigos do país.
A promotoria apresentou novas evidências de que tais crimes seriam um padrão no comportamento dos 5 réus.
Um deles, Nicholas Slatten, costumava dizer que : “queria matar o máximo de iraquianos para vingar o 11 de setembro e repetidas vezes mencionava o número de civis que já alvejara.”
Uma semana antes dos incidentes, outro dos guardas, Evan Liberty havia disparado sua arma automática a esmo, de dentro de um veículo da Blackwater, perto do Almanat City Hall.
Ele e mais dois colegas, Nicholas Slatten e Paul Slough, divertiam-se em jogar garrafas geladas nos carros de iraquianos, numa tentativa de quebrar suas vidraças e provocar acidentes.
Estes novos fatos demonstram o tipo de supervisão negligente sobre os contratados tanto por parte da Blackwater quanto do Departamento de Estado, seu principal cliente.
Lamentavelmente, o governo americano não agiu contra a Blackwater, responsável pelos seus funcionários assassinos. Mas as famílias das vítimas da praça Nizour abriram processo civil contra ela no fórum americano. Além disso, a Casa Branca teve de aceitar que todos os seguranças estrangeiros passassem a ser processados segundo a lei iraquiana. Até então isso não acontecia.
A imagem da Blackwater saiu seriamente deteriorada deste episódio. Ela reagiu, mudando seu nome para XE Services. Mesmo assim perdeu seu contrato com a embaixada americana em Bagdá e seus laços antigos com a CIA estão sendo investigados.
Leon Panetta, o novo diretor da CIA, informou que durante o governo Bush, a agência tinha pensado seriamente em usar os “gunners” da Blackwater num programa secreto de assassinatos dos inimigos do país.
OS EUA PERDENDO O LIBANO
As últimas eleições libanesas foram vencidas, através de escassa margem, por uma coligação de sunitas, cristãos e drusos contra o Hisbolá , o Amal e outro partido cristão.
Agora, por causa de Israel, esta coligação começa a se esfacelar.
Walid Jumblat, líder dos drusos, aproximou-se do Hisbolá depois que os americanos recusaram-se a vender canhões anti-aéreos e canhões anti-tanques ao governo libanês, alegando que poderiam ser usados contra Israel.
Jumblat declarou não ter importância. O Irã, a China e a Russia forneceriam os equipamentos bélicos desejados.
Em entrevista à TV libanesa, Jumblat referiu-se a crescentes rumores de uma ofensiva israelense contra o Libano :”Eles não escondem isso. Estão dizendo que nos atacarão ou que um dia voltarão ao Libano.” E concluiu :”Eles (os americanos) dizem que as armas que pedimos seriam usadas contra Israel. OK, mas nosso inimigo é Israel.”
Agora, por causa de Israel, esta coligação começa a se esfacelar.
Walid Jumblat, líder dos drusos, aproximou-se do Hisbolá depois que os americanos recusaram-se a vender canhões anti-aéreos e canhões anti-tanques ao governo libanês, alegando que poderiam ser usados contra Israel.
Jumblat declarou não ter importância. O Irã, a China e a Russia forneceriam os equipamentos bélicos desejados.
Em entrevista à TV libanesa, Jumblat referiu-se a crescentes rumores de uma ofensiva israelense contra o Libano :”Eles não escondem isso. Estão dizendo que nos atacarão ou que um dia voltarão ao Libano.” E concluiu :”Eles (os americanos) dizem que as armas que pedimos seriam usadas contra Israel. OK, mas nosso inimigo é Israel.”
domingo, 13 de setembro de 2009
GAZA: A VERDADEIRA DIMENSÃO DO MASSACRE
B´Tselem, organização israelense de defesa dos direitos humanos, acaba de tornar público a conclusão dos seus estudos sobre as vítimas do ataque a Gaza.
Ela contraria a comunicação do exército israelense, que minimizou as mortes de civis e apontou um número muito maior de baixas do Hamas.
A ONG israelense informa o contrário : entre as 1.400 vítimas, 1.070 eram civis, dos quais 252, crianças e adolescentes com menos de 16 anos, enquanto apenas 330 eram guerreiros árabes.
O uso indiscriminado de tanques e canhões contra áreas densamente habitadas, inclusive escolas, depósitos da ONU e hospitais, foi o responsável por esse resultado.
E o drama de Gaza continua, com a persistente recusa do exército israelense em permitir a entrada de material de construção para reconstruir a cidade destruída e deixar que ela volte a viver.
Ela contraria a comunicação do exército israelense, que minimizou as mortes de civis e apontou um número muito maior de baixas do Hamas.
A ONG israelense informa o contrário : entre as 1.400 vítimas, 1.070 eram civis, dos quais 252, crianças e adolescentes com menos de 16 anos, enquanto apenas 330 eram guerreiros árabes.
O uso indiscriminado de tanques e canhões contra áreas densamente habitadas, inclusive escolas, depósitos da ONU e hospitais, foi o responsável por esse resultado.
E o drama de Gaza continua, com a persistente recusa do exército israelense em permitir a entrada de material de construção para reconstruir a cidade destruída e deixar que ela volte a viver.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
QUESTÃO NUCLEAR: O IRÃ CONTRA-ATACA
Surpresa na reunião dos 5 países membros natos do conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha, para discutir o programa nuclear iraquiano.
Esperava-se os EUA no ataque, propondo sanções ainda mais terríveis contra o Irã, caso persistisse no enriquecimento do urânio, que, presumivelmente, se destinaria à produção de armas nucleares.
O Irã defendeu-se atacando. Apresentou uma proposta banindo todas as armas atômicas de todos os países produtores.
Declarou Samarah Hashemi, o representante iraniano :”Já que as armas são uma ameaça mundial, com a cooperação de todos os países, poderemos criar um projeto internacional que impeça a pesquisa, a multiplicação e a manutenção de armas nucleares e também promova a destruição das armas nucleares existentes. O Irã está pronto a oferecer toda e qualquer cooperação e esforços nesse sentido. Nenhuma nação pode ficar fora deste pacto internacional contra as armas nucleares.”
No primeiro momento, P.J. Crowlwy, representante do Departamento de Estado americano, já foi rejeitando. Depois, caiu em si, e declarou que os EUA estariam consultando a Russia, a China, a Alemanha, a Inglaterra e a França para analisar se o Irã estava de fato disposto a assumir o que havia proposto.
Uma coisa é certa: Israel não vai topar. De acordo com seus princípios, é necessário à sobrevivência do país que ele detenha uma força militar muito superior à dos países islâmicos. Sem a exclusividade das armas nucleares na região, essa superioridade ficaria comprometida.
Esperava-se os EUA no ataque, propondo sanções ainda mais terríveis contra o Irã, caso persistisse no enriquecimento do urânio, que, presumivelmente, se destinaria à produção de armas nucleares.
O Irã defendeu-se atacando. Apresentou uma proposta banindo todas as armas atômicas de todos os países produtores.
Declarou Samarah Hashemi, o representante iraniano :”Já que as armas são uma ameaça mundial, com a cooperação de todos os países, poderemos criar um projeto internacional que impeça a pesquisa, a multiplicação e a manutenção de armas nucleares e também promova a destruição das armas nucleares existentes. O Irã está pronto a oferecer toda e qualquer cooperação e esforços nesse sentido. Nenhuma nação pode ficar fora deste pacto internacional contra as armas nucleares.”
No primeiro momento, P.J. Crowlwy, representante do Departamento de Estado americano, já foi rejeitando. Depois, caiu em si, e declarou que os EUA estariam consultando a Russia, a China, a Alemanha, a Inglaterra e a França para analisar se o Irã estava de fato disposto a assumir o que havia proposto.
Uma coisa é certa: Israel não vai topar. De acordo com seus princípios, é necessário à sobrevivência do país que ele detenha uma força militar muito superior à dos países islâmicos. Sem a exclusividade das armas nucleares na região, essa superioridade ficaria comprometida.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
PALESTINA: UM PLANO DE PAZ INACEITÁVEL
O “Mapa da Estrada” é um plano elaborado, em 2003, por um quarteto de entidades- ONU, Russia, EUA e União Européia – para ser o ponto de partida para um acordo de paz que resultaria na criação de um estado palestino ao lado do estado de Israel. Ele foi aceito por árabes e judeus.
Em sua primeira fase, estabelecia que os árabes cessariam suas atividades terroristas e os israelenses congelariam os assentamentos.
Em junho, no discurso do Cairo, Obama declarou :”A situação para o povo palestino é intolerável. As obrigações com que as partes concordaram sob o “Mapa da Estrada” são claras. Para a paz chegar, é tempo para nós – e todos nós – assumirmos nossas responsabilidades.”
Os árabes assumiram, os atentados terroristas pararam.
Mas os israelenses, não.
O primeiro=ministro Netanyu concordou com um congelamento apenas parcial – as obras de 2.500 edifícios em construção continuarão assim como mais 500 que se achavam em planejamento- e temporário – deverá acabar entre 6 e 9 meses. E ainda deixou bem claro que esse congelamento só atingiria a Cisjordânia já que as novas construções em Jerusalem Oriental não seriam interrompidas.
Os EUA protestaram : a continuidade dessas construções em andamento ou planejamento seriam “inconsistentes” com as obrigações anteriormente assumidas por Israel com o”Mapa da Estrada”.
George Mitchel, o enviado de Obama para mediar a paz na Palestina, irá no fim de semana a Israel para concluir um acordo para o início das conversações entre árabes e judeus.
Recorda-se que, confiando em que Netanyu acabaria cedendo, o governo Obama pressionou diversos países árabes para ,em troca do congelamento (que ele previa total e duradouro), aceitarem concessões como permissão para vôos da El Al sobre os territórios deles, abertura de escritórios comerciais israelenses e diversas medidas preparatórias do estabelecimento de relações diplomáticas.
A Arábia Saudita, principal aliado dos EUA na região, contestou tudo isso mas informa-se que diversos governos árabes haviam concordado, em princípio.
Ninguém duvida que Netanyu irá manter sua posição. Ele se sente forte, as pesquisas internas mostram que o povo de Israel apóia sua atitude. Os partidos da sua base aliada, de extrema-direita, estão com ele. E, nos EUA, a maioria do Senado acaba de aprovar uma solicitação a Obama para que pressione os países árabes a fazerem concessões.
E agora, o que fará Obama ?Se ele concordar com um acordo nos termos propostos por Netanyu estará renegando o discurso do Cairo e a aproximação que deseja com o mundo islâmico.
Se recusar-se, tudo volta à estaca zero. O que provavelmente, em qualquer hipótese, acabará acontecendo, já que mesmo os palestinos moderados jamais aceitarão iniciar negociações de paz de maneira tão desfavorável.
Em sua primeira fase, estabelecia que os árabes cessariam suas atividades terroristas e os israelenses congelariam os assentamentos.
Em junho, no discurso do Cairo, Obama declarou :”A situação para o povo palestino é intolerável. As obrigações com que as partes concordaram sob o “Mapa da Estrada” são claras. Para a paz chegar, é tempo para nós – e todos nós – assumirmos nossas responsabilidades.”
Os árabes assumiram, os atentados terroristas pararam.
Mas os israelenses, não.
O primeiro=ministro Netanyu concordou com um congelamento apenas parcial – as obras de 2.500 edifícios em construção continuarão assim como mais 500 que se achavam em planejamento- e temporário – deverá acabar entre 6 e 9 meses. E ainda deixou bem claro que esse congelamento só atingiria a Cisjordânia já que as novas construções em Jerusalem Oriental não seriam interrompidas.
Os EUA protestaram : a continuidade dessas construções em andamento ou planejamento seriam “inconsistentes” com as obrigações anteriormente assumidas por Israel com o”Mapa da Estrada”.
George Mitchel, o enviado de Obama para mediar a paz na Palestina, irá no fim de semana a Israel para concluir um acordo para o início das conversações entre árabes e judeus.
Recorda-se que, confiando em que Netanyu acabaria cedendo, o governo Obama pressionou diversos países árabes para ,em troca do congelamento (que ele previa total e duradouro), aceitarem concessões como permissão para vôos da El Al sobre os territórios deles, abertura de escritórios comerciais israelenses e diversas medidas preparatórias do estabelecimento de relações diplomáticas.
A Arábia Saudita, principal aliado dos EUA na região, contestou tudo isso mas informa-se que diversos governos árabes haviam concordado, em princípio.
Ninguém duvida que Netanyu irá manter sua posição. Ele se sente forte, as pesquisas internas mostram que o povo de Israel apóia sua atitude. Os partidos da sua base aliada, de extrema-direita, estão com ele. E, nos EUA, a maioria do Senado acaba de aprovar uma solicitação a Obama para que pressione os países árabes a fazerem concessões.
E agora, o que fará Obama ?Se ele concordar com um acordo nos termos propostos por Netanyu estará renegando o discurso do Cairo e a aproximação que deseja com o mundo islâmico.
Se recusar-se, tudo volta à estaca zero. O que provavelmente, em qualquer hipótese, acabará acontecendo, já que mesmo os palestinos moderados jamais aceitarão iniciar negociações de paz de maneira tão desfavorável.
AFEGANISTÃO: A CRIATURA CONTRA O CRIADOR
Karsai, ex-agente da CIA, presidente por obra e graça da Casa Branca, acusou-A de estar por trás das denúncias de ilegalidades nas eleições que acaba de vencer.
Alegou que os americanos não gostam dele pela sua independência e recusa de se tornar um fantoche dos exércitos de ocupação. Na verdade, até há bem pouco tempo, Karsai era exatamente isso.
Começou a mudar quando o governo Obama demonstrou estar perdendo a confiança que depositava nele devido a sua tolerância para com os chefões do tráfico de ópio e com a corrupção da sua administração. Preocupados com a revolta do povo diante dos das ações e omissões de Karsai, os americanos procuraram apertar as rédeas no chefe do governo afegão.
Karsai também teve idênticas preocupações e para ganhar apoio popular passou a condenar severamente as mortes de civis inocentes em bombardeios realizados pelas forças ocidentais.
Agora, aproveitando a indignação dos afegãos diante de mais um ataque de aviões americanos que causou a morte de cerca de 70 civis, procurou atribuir a eles as denúncias de corrupção nas eleições.
Mas não vai pegar. Afinal, os EUA foram o único país que oficialmente considerou as eleições “um sucesso”, apesar das muitas centenas de fraudes comprovadas. Algumas até grotescas como seções eleitorais onde TODOS os votos foram dados a Karsai. Ou urnas onde havia 10 vezes mais votos do que eleitores inscritos.
Alegou que os americanos não gostam dele pela sua independência e recusa de se tornar um fantoche dos exércitos de ocupação. Na verdade, até há bem pouco tempo, Karsai era exatamente isso.
Começou a mudar quando o governo Obama demonstrou estar perdendo a confiança que depositava nele devido a sua tolerância para com os chefões do tráfico de ópio e com a corrupção da sua administração. Preocupados com a revolta do povo diante dos das ações e omissões de Karsai, os americanos procuraram apertar as rédeas no chefe do governo afegão.
Karsai também teve idênticas preocupações e para ganhar apoio popular passou a condenar severamente as mortes de civis inocentes em bombardeios realizados pelas forças ocidentais.
Agora, aproveitando a indignação dos afegãos diante de mais um ataque de aviões americanos que causou a morte de cerca de 70 civis, procurou atribuir a eles as denúncias de corrupção nas eleições.
Mas não vai pegar. Afinal, os EUA foram o único país que oficialmente considerou as eleições “um sucesso”, apesar das muitas centenas de fraudes comprovadas. Algumas até grotescas como seções eleitorais onde TODOS os votos foram dados a Karsai. Ou urnas onde havia 10 vezes mais votos do que eleitores inscritos.
GUANTANAMO; LIBERADOS CONTINUAM PRESOS
Desde que a Suprema Corte decidiu no ano passado que os presos em Guantanamo tinham direito a contestar judicialmente sua prisão, 150 deles entraram com processos. Destes, 35 já foram concluídos, resultando em 29 ordens de soltura.
Nas suas sentenças, os juízes americanos basearam-se em dois pontos : falta de provas ou confissões obtidas com torturas.
O incrível é que, apesar das decisões judiciais favoráveis, 20 dos presos continuam nas celas de Guantanamo.
O governo Obama alega, ora que ,uma vez soltos, os presos poderiam representar riscos para os EUA, ora que não podem ser mandado de volta para seus países pois lá sofreriam perseguições.
O major David Frakt, advogado de defesa de muitos dos presumíveis “terroristas”, condena severamente esta situação:”É simplesmente inaceitável que uma vez determinado, ou mesmo concedido pelo governo dos EUA, que não há base legal para deter um indivíduo, que ele continua mantido numa prisão.”
Nas suas sentenças, os juízes americanos basearam-se em dois pontos : falta de provas ou confissões obtidas com torturas.
O incrível é que, apesar das decisões judiciais favoráveis, 20 dos presos continuam nas celas de Guantanamo.
O governo Obama alega, ora que ,uma vez soltos, os presos poderiam representar riscos para os EUA, ora que não podem ser mandado de volta para seus países pois lá sofreriam perseguições.
O major David Frakt, advogado de defesa de muitos dos presumíveis “terroristas”, condena severamente esta situação:”É simplesmente inaceitável que uma vez determinado, ou mesmo concedido pelo governo dos EUA, que não há base legal para deter um indivíduo, que ele continua mantido numa prisão.”
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
"BOMBAS AMIGAS' NO AFEGANISTÃO
.Dennis Blair, Diretor da ODNI (Escritório da Diretoria da Inteligência Nacional) renovou as acusações de que o Irã estaria fornecendo armas aos talibãs. Desta vez, citando comandantes talibãs como autores desta afirmativa.
Na verdade ele apenas repetiu o sub-título de um artigo do Telegraph, com uma ligeira mas significativa modificação. O Telegraph falava em “comandante” e o ODNI transformou-o em “comandantes”.
No entanto, segundo o próprio Pentágono, a origem das minas que vem causando cada vez mais danos nos exércitos americanos é bem outra :italiana. Elas foram fornecidas pela CIA ao movimento rebelde jihadista contra as forças soviéticas, em 1980.
Trágica ironia. Agora, quase 30 anos depois, o feitiço virou contra o feiticeiro. As bombas “amigas” estão sendo usadas contra os próprios americanos pelos aliados jihadistas de então, hoje, seus inimigos irreconciliáveis.
Na verdade ele apenas repetiu o sub-título de um artigo do Telegraph, com uma ligeira mas significativa modificação. O Telegraph falava em “comandante” e o ODNI transformou-o em “comandantes”.
No entanto, segundo o próprio Pentágono, a origem das minas que vem causando cada vez mais danos nos exércitos americanos é bem outra :italiana. Elas foram fornecidas pela CIA ao movimento rebelde jihadista contra as forças soviéticas, em 1980.
Trágica ironia. Agora, quase 30 anos depois, o feitiço virou contra o feiticeiro. As bombas “amigas” estão sendo usadas contra os próprios americanos pelos aliados jihadistas de então, hoje, seus inimigos irreconciliáveis.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
BAIXAS NAS GUERRAS DO ORIENTE
IRAQUE :
Soldados americanos mortos 4.337
Soldados americanos feridos 31.469 (dados oficiais) Mais de 100.000(estimativa)
Soldados de outros países mortos 318
Mercenários idem 1.395
AFEGANISTÃO
Soldados americanos mortos 813
Soldados de outros países idem 542
Soldados americanos mortos 4.337
Soldados americanos feridos 31.469 (dados oficiais) Mais de 100.000(estimativa)
Soldados de outros países mortos 318
Mercenários idem 1.395
AFEGANISTÃO
Soldados americanos mortos 813
Soldados de outros países idem 542
AFEGANISTÃO; CADA VEZ MAIS COMPLICADO
6 meses depois de Barack Obama anunciar uma nova estratégia para vencer a guerra do Afeganistão, o general McChrystal, comandante das tropas americanas, apresentou um novo plano.
Obama pretendia ganhar os “hearts and minds” dos afegãos, trazendo centenas de técnicos e investimentos para organizar a economia, os serviços públicos, a assistência social, o país, enfim. E, de fato, eles estão chegando.
McChrystal, com o mesmo objetivo, acha mais importante promover o aumento e treinamento da polícia e do exército afegão para virem a substituir aos o poucos os contingentes estrangeiros. Isso representaria a convocação de algumas centenas de milhares de soldados do país e o embarque de mais 20 mil soldados americanos para treiná-los.
Para Nir Rosen, conhecido jornalista que cobre Iraque e Afeganistão desde 2003, as dificuldades serão imensas. Em entrevista a Democracy Now, ele fez sérios reparos ás forças armadas do Afeganistão :”Em muitos distritos, 60% deles consumem ópio e marijuana. Eles são antipatizados por que estorquem dinheiro do povo nas estradas e assaltam suas casas. Muitas pessoas vêm a polícia do Afeganistão como o maior recrutador para o Talibã porque ela é a face do governo que os afegãos podem ver.”
Ganhar “hearts and minds” do povo afegão com tais figuras será na verdade um trabalho de eficiência altamente duvidosa. Os americanos também duvidam: pesquisa publicada hoje (2 de setembro) pela CNN e a Opinion Research Corporation indicava que 54% da população era contra a guerra do Afeganistão. E a tendência é esta porcentagem crescer pois há um mês apenas 51% queriam o fim da guerra.
E agora Obama ? Vai ficar com o povo ou com o Pentágono, a indústria de armas e os falcões do Senado ?
Obama pretendia ganhar os “hearts and minds” dos afegãos, trazendo centenas de técnicos e investimentos para organizar a economia, os serviços públicos, a assistência social, o país, enfim. E, de fato, eles estão chegando.
McChrystal, com o mesmo objetivo, acha mais importante promover o aumento e treinamento da polícia e do exército afegão para virem a substituir aos o poucos os contingentes estrangeiros. Isso representaria a convocação de algumas centenas de milhares de soldados do país e o embarque de mais 20 mil soldados americanos para treiná-los.
Para Nir Rosen, conhecido jornalista que cobre Iraque e Afeganistão desde 2003, as dificuldades serão imensas. Em entrevista a Democracy Now, ele fez sérios reparos ás forças armadas do Afeganistão :”Em muitos distritos, 60% deles consumem ópio e marijuana. Eles são antipatizados por que estorquem dinheiro do povo nas estradas e assaltam suas casas. Muitas pessoas vêm a polícia do Afeganistão como o maior recrutador para o Talibã porque ela é a face do governo que os afegãos podem ver.”
Ganhar “hearts and minds” do povo afegão com tais figuras será na verdade um trabalho de eficiência altamente duvidosa. Os americanos também duvidam: pesquisa publicada hoje (2 de setembro) pela CNN e a Opinion Research Corporation indicava que 54% da população era contra a guerra do Afeganistão. E a tendência é esta porcentagem crescer pois há um mês apenas 51% queriam o fim da guerra.
E agora Obama ? Vai ficar com o povo ou com o Pentágono, a indústria de armas e os falcões do Senado ?
KHAMENEI CONTINUA SURPREENDENDO
Depois de admitir que errara ao acusar os EUA e a Inglaterra de estarem por trás do movimento contra as eleições, o aiatolá Khamenei, Supremo Líder da República, condenou as violências praticadas nos manifestantes. E assegurou que os responsáveis seriam processados e punidos.
Por sua vez, o antigo chefe do judiciário foi demitido por sua responsabilidade nos excessos cometidos e o seu sucessor exigiu a rápida libertação de um grupo de prisioneiros que haviam participado do movimento.
Os reformistas perderam as eleições mas parece que suas idéias estão ganhando cada vez mais espaço no governo dos aiatolás.
Por sua vez, o antigo chefe do judiciário foi demitido por sua responsabilidade nos excessos cometidos e o seu sucessor exigiu a rápida libertação de um grupo de prisioneiros que haviam participado do movimento.
Os reformistas perderam as eleições mas parece que suas idéias estão ganhando cada vez mais espaço no governo dos aiatolás.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
QUESTÃO NUCLEAR: IRÃ MUDA, OBAMA IMITA BUSH
Aproxima-se o prazo que Obama estabeleceu para o Irã negociar o problema nuclear. Teerã fez as primeiras concessões. Concordou com as exigências da IAEA (Agência Internacional de Energia Atômica) para expandir o monitoramento das instalações nucleares do país.
Na verdade, a IAEA declara que ainda não pode garantir que parte do urânio enriquecido na usina de Natanz não esteja sendo modificado, tornando-se material físsil para ogivas atômicas. No entanto, a agência está procurando montar um sistema de câmeras e de inspeções em Natanz capaz de acompanhar a rápida aceleração do programa de enriquecimento.
Já é um grande passo para a solução do problema.
Mas não é suficiente para Obama. Ele comporta-se exatamente como Bush. Depois de ensaiar uma atitude conciliatória, falar em negociações, passou a repetir seu antecessor, ameaçando o Irã com novas sanções.
Mesmo que o Irã ceda mais um pouco, facilite mais o trabalho de inspeção da IAEA e esta se declare satisfeita, Obama não aceita. Como Bush, ele exige que o governo de Teerã cesse de produzir urânio enriquecido, embora o Tratado Contra a Proliferação de Armas Atômicas não proíba essa atividade.
É preciso acalmar Israel, para, quem sabe, seu governo acabe concordando com a fundação de algum tipo de estado palestino.
É preciso agradar os “falcões” das Forças Armadas e do Congresso, para manter vivo o sonho impossível do presidente de conseguir o apoio unânime do país às reformas que, aliás, estão sendo descaracterizadas pelo caminho.
Na verdade, a IAEA declara que ainda não pode garantir que parte do urânio enriquecido na usina de Natanz não esteja sendo modificado, tornando-se material físsil para ogivas atômicas. No entanto, a agência está procurando montar um sistema de câmeras e de inspeções em Natanz capaz de acompanhar a rápida aceleração do programa de enriquecimento.
Já é um grande passo para a solução do problema.
Mas não é suficiente para Obama. Ele comporta-se exatamente como Bush. Depois de ensaiar uma atitude conciliatória, falar em negociações, passou a repetir seu antecessor, ameaçando o Irã com novas sanções.
Mesmo que o Irã ceda mais um pouco, facilite mais o trabalho de inspeção da IAEA e esta se declare satisfeita, Obama não aceita. Como Bush, ele exige que o governo de Teerã cesse de produzir urânio enriquecido, embora o Tratado Contra a Proliferação de Armas Atômicas não proíba essa atividade.
É preciso acalmar Israel, para, quem sabe, seu governo acabe concordando com a fundação de algum tipo de estado palestino.
É preciso agradar os “falcões” das Forças Armadas e do Congresso, para manter vivo o sonho impossível do presidente de conseguir o apoio unânime do país às reformas que, aliás, estão sendo descaracterizadas pelo caminho.
sábado, 29 de agosto de 2009
BASES NA COLÔMBIA; O IMPÉRIO ESTENDE OS BRAÇOS
Entre os vários motivos alegados para explicar as 7 bases dos EUA na Colômbia, o mais importante foi esquecido. É da essência de um império mundial, ter postos militares em todos os continentes para afirmar sua força e desencorajar eventuais contestadores de sua hegemonia.
A curto prazo, os americanos não cobiçam nosso petróleo ou a bio diversidade da Amazônia, tampouco o cobre do Chile ou o gás da Bolívia. Gostariam de ver Chavez fora do governo mas não pensam em derrubá-lo como outrora fariam. Simplesmente desejam postar suas bases militares na Colômbia, em condições de atuar em toda América do Sul. Com o mesmo raciocínio que os leva a manter custosas bases no resto do mundo. É como um vizinho muito forte que flexiona seus músculos para impor respeito aos vizinhos mais fracos. Pertence à lógica dos impérios.
Quando acabou a Guerra Fria a OTAN perdeu a razão de ser. Proteger a Europa do que ? Não de uma Russia enfraquecida, é claro. Pois bem, ao contrário do que o bom senso recomendaria, a OTAN não só permaneceu como também se expandiu com a inclusão de diversos países ex-comunistas. A OTAN, como se sabe, foi criada por inspiração dos EUA, é um dos longos braços do seu império.
Nem um presidente com idéias liberais como Obama ousou mudar. Pelo contrário : nos primeiros dias do seu governo, apressou-se a informar que investiria pesado em armamentos para que os EUA continuassem a ser a maior potência militar do mundo. Prometeu sair do Iraque, mas logo acrescentou que ficariam 50 mil soldados para “treinamento e assessoria”, sem data marcada para a partida. E, ainda, para contrabalançar, anunciou aumento das tropas no Afeganistão e dos bombardeios da zona limítrofe do Paquistão.
Fez isto para sossegar os “guardiões do império”: as forças armadas, os congressistas do Partido Republicano, a burocracia e a “velha guarda”do Partido Democrata, as empresas de armamentos e mesmo o homem comum das pequenas cidades do interior, para quem a idéia de uma América super-poderosa e hegemônica é vital.
A curto prazo, os americanos não cobiçam nosso petróleo ou a bio diversidade da Amazônia, tampouco o cobre do Chile ou o gás da Bolívia. Gostariam de ver Chavez fora do governo mas não pensam em derrubá-lo como outrora fariam. Simplesmente desejam postar suas bases militares na Colômbia, em condições de atuar em toda América do Sul. Com o mesmo raciocínio que os leva a manter custosas bases no resto do mundo. É como um vizinho muito forte que flexiona seus músculos para impor respeito aos vizinhos mais fracos. Pertence à lógica dos impérios.
Quando acabou a Guerra Fria a OTAN perdeu a razão de ser. Proteger a Europa do que ? Não de uma Russia enfraquecida, é claro. Pois bem, ao contrário do que o bom senso recomendaria, a OTAN não só permaneceu como também se expandiu com a inclusão de diversos países ex-comunistas. A OTAN, como se sabe, foi criada por inspiração dos EUA, é um dos longos braços do seu império.
Nem um presidente com idéias liberais como Obama ousou mudar. Pelo contrário : nos primeiros dias do seu governo, apressou-se a informar que investiria pesado em armamentos para que os EUA continuassem a ser a maior potência militar do mundo. Prometeu sair do Iraque, mas logo acrescentou que ficariam 50 mil soldados para “treinamento e assessoria”, sem data marcada para a partida. E, ainda, para contrabalançar, anunciou aumento das tropas no Afeganistão e dos bombardeios da zona limítrofe do Paquistão.
Fez isto para sossegar os “guardiões do império”: as forças armadas, os congressistas do Partido Republicano, a burocracia e a “velha guarda”do Partido Democrata, as empresas de armamentos e mesmo o homem comum das pequenas cidades do interior, para quem a idéia de uma América super-poderosa e hegemônica é vital.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
HONDURAS: POR TRÁS DO RECÚO DE MICHELETTI
Nada convencia Micheletti, o presidente do golpe, a aceitar qualquer concessão a favor do deposto Zelaya, até que os EUA resolveram começar a pressionar de fato. Hoje, a Reuters informou que 5ª.feira o “staff” do Departamento de Estado recomendara a Hillary Clinton que o movimento que expulsou o presidente eleito fosse declarado “golpe militar”. Com isso, de acordo com a lei americana, os EUA teriam de suspender toda a ajuda concedida a Honduras, ou seja, 215 milhões de dólares.
Ameaça de peso ! E ,assim, antes mesmo da declaração oficial da Casa Branca, Michelletti apressou-se a oferecer sua renúncia e a anistia a Zelaya, o qual até então ameaçava de prisão tão logo entrasse em território hondurenho. Deixou claro, porém, que o presidente deposto não reassumiria o poder.
Foi o primeiro recuo e provavelmente será seguido por outros até chegar à proposta do presidente Arias, da Costa Rica : Zelaya volta à presidência, com um governo de “conciliação”, integrado também pelos golpistas. E nada de referendo constitucional, que era o verdadeiro fantasma a ser exorcisado, não por permitir a reeleição do presidente (o que não acontecia) mas pelas leis avançadas que prometia ensejar.O que não seria mau, nem para os golpistas, nem para os EUA. Estando as eleições muito próximas, Zelaya não teria tempo de organizar as forças que o apóiam em torno de um nome com chance de se eleger presidente. Vencedores, os partidos de direita tratariam de romper relações com a ALBA e impedir qualquer reforma na Constituição para melhorar a qualidade de vida do pobríssimo povo hondurenho
Ameaça de peso ! E ,assim, antes mesmo da declaração oficial da Casa Branca, Michelletti apressou-se a oferecer sua renúncia e a anistia a Zelaya, o qual até então ameaçava de prisão tão logo entrasse em território hondurenho. Deixou claro, porém, que o presidente deposto não reassumiria o poder.
Foi o primeiro recuo e provavelmente será seguido por outros até chegar à proposta do presidente Arias, da Costa Rica : Zelaya volta à presidência, com um governo de “conciliação”, integrado também pelos golpistas. E nada de referendo constitucional, que era o verdadeiro fantasma a ser exorcisado, não por permitir a reeleição do presidente (o que não acontecia) mas pelas leis avançadas que prometia ensejar.O que não seria mau, nem para os golpistas, nem para os EUA. Estando as eleições muito próximas, Zelaya não teria tempo de organizar as forças que o apóiam em torno de um nome com chance de se eleger presidente. Vencedores, os partidos de direita tratariam de romper relações com a ALBA e impedir qualquer reforma na Constituição para melhorar a qualidade de vida do pobríssimo povo hondurenho
KHAMENEI NÃO É TÃO FEIO QUANTO O PINTAM
No episódio das manifestações contra as eleições iranianas, Khamenei, o Líder Supremo, foi rotulado de intransigente, autoritário, impiedoso, ditatorial, entre outros adjetivos igualmente negativos. Agora vemos que houve um certo exagêro. Ele acaba de admitir estar errado quando acusou os líderes oposicionistas de terem agido segundo planos tenebrosos de agentes americanos e ingleses. Falando à Tv oficial, admitiu que não encontrou uma única prova de ingerência ocidental no movimento de protesto.
Ditadores não costumam reconhecer seus êrros, não é mesmo?
Nossa grande imprensa, preocupada em demonizar os governantes do Irã, ignorou esta notícia.
Ditadores não costumam reconhecer seus êrros, não é mesmo?
Nossa grande imprensa, preocupada em demonizar os governantes do Irã, ignorou esta notícia.
domingo, 23 de agosto de 2009
AFEGANISTÃO ; ELEIÇÕES AMPLAMENTE FRAUDULENTAS
Foi o que constatou a Fundação por Eleições Livres e Justas, através dos seus 7.000 observadores espalhados por todo o país. Além de muitas irregularidades, encontraram grande número dos funcionários das seções atuando claramente pró-Karsai(o presidente atual) e urnas estufadas com mais votos do que eleitores.
O Times de Londres conta que, em artigo publicado hoje, numa das seções que seus enviados visitaram não apareceu um único eleitor. No entanto, os funcionários locais contabilizaram 5.530 votos. Como o Times havia chegado 1 hora depois da abertura da seção, foi lhes dito que todos os eleitores haviam votado nesse período. O que daria uma incrível média de 100 votos por minuto...
Na mesma seção, foram registrados 3.000 votos femininos. O que também provou ser falso pois, pela lei afegã, mulheres só podem votar numa seção onde haja funcionárias. Ora, naquela seção, todos os funcionários eram homens.
O Times de Londres conta que, em artigo publicado hoje, numa das seções que seus enviados visitaram não apareceu um único eleitor. No entanto, os funcionários locais contabilizaram 5.530 votos. Como o Times havia chegado 1 hora depois da abertura da seção, foi lhes dito que todos os eleitores haviam votado nesse período. O que daria uma incrível média de 100 votos por minuto...
Na mesma seção, foram registrados 3.000 votos femininos. O que também provou ser falso pois, pela lei afegã, mulheres só podem votar numa seção onde haja funcionárias. Ora, naquela seção, todos os funcionários eram homens.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
FRACASSO NAS ELEIÇÕES AFEGÃS
Nem aumentar em 1 hora o prazo de encerramento das eleições afegãs adiantou...Foram um completo fracasso com 50 a 60% de abstenções, quase o dobro da apresentada na anterior. O medo dos talibãs foi uma das razões principais, especialmente nas regiões do extremo sul, onde sua força é maior. Mas, de um modo geral, a população demonstrou estar desencantada com os candidatos, todos eles favoráveis à permanência das tropas americanas.
Apesar de notoriamente corrupto, o presidente Karsai deve ganhar pois conta com o apoio da maioria dos senhores da guerra, que no medieval interior afegão são donos dos votos. Conta-se entre eles o general Dostum, assassino de 2.000 prisioneiros, convenientemente importado da Turquia, onde se refugiara, para garantir os votos dos usbeques, 10% da população.
Ainda não começaram as apurações e já surgem inúmeras denúncias de fraudes em favor do presidente. Como a comissão encarregada de supervisionar as eleições foi nomeada pelo governo, prevê-se que tais acusações não sejam levadas em conta. Assim, é bem possível que Karsai seja eleito já no primeiro turno, com mais de 50% dos votos válidos. Ou, considerando a abstenção, 20 a 25% do povo.
Apesar de notoriamente corrupto, o presidente Karsai deve ganhar pois conta com o apoio da maioria dos senhores da guerra, que no medieval interior afegão são donos dos votos. Conta-se entre eles o general Dostum, assassino de 2.000 prisioneiros, convenientemente importado da Turquia, onde se refugiara, para garantir os votos dos usbeques, 10% da população.
Ainda não começaram as apurações e já surgem inúmeras denúncias de fraudes em favor do presidente. Como a comissão encarregada de supervisionar as eleições foi nomeada pelo governo, prevê-se que tais acusações não sejam levadas em conta. Assim, é bem possível que Karsai seja eleito já no primeiro turno, com mais de 50% dos votos válidos. Ou, considerando a abstenção, 20 a 25% do povo.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
JAPÃO: OPOSIÇÃO CRESCE E PREOCUPA EUA
Durante 50 anos quase ininterruptos o Partido Liberal Democrático (LDP) tem dirigido o Japão, mantendo-se sempre um fiel seguidor da política externa americana.
Esse alinhamento incondicional parece prestes a acabar. Em duas pesquisas realizadas ultimamente, no início da campanha eleitoral japonesa, um adversário, o Partido Democrático do Japão(DPJ) lidera : 35% conta 16% do partido do governo, segundo a pesquisa da Toquio Shinbum, e 45% contra 21%, pela Asahi Daily.
Más notícias para os EUA. O DPJ defende uma política internacional independente. Critica o LDP pela sua submissão à Casa Branca - cujo exemplo mais dramático foi aceitar a valorização do yen para garantir competitividade à indústria americana, o que causou uma crise séria da qual o Japão custou a sair. E defende uma melhoria das relações com a China e as duas Coréias. Para completar este conjunto de teses mal vistas pelos EUA, o DPJ quer simplesmente fechar as bases americanas no Japão, considerando-as desinteressantes ao país.
Evidentemente, o cenário exibido agora pelas pesquisas pode mudar até o dia das eleições. Seja lá o que vier a acontecer, com o crescimento do DPJ,
o Japão passa de aliado garantido à categoria de problema para Washington.
Esse alinhamento incondicional parece prestes a acabar. Em duas pesquisas realizadas ultimamente, no início da campanha eleitoral japonesa, um adversário, o Partido Democrático do Japão(DPJ) lidera : 35% conta 16% do partido do governo, segundo a pesquisa da Toquio Shinbum, e 45% contra 21%, pela Asahi Daily.
Más notícias para os EUA. O DPJ defende uma política internacional independente. Critica o LDP pela sua submissão à Casa Branca - cujo exemplo mais dramático foi aceitar a valorização do yen para garantir competitividade à indústria americana, o que causou uma crise séria da qual o Japão custou a sair. E defende uma melhoria das relações com a China e as duas Coréias. Para completar este conjunto de teses mal vistas pelos EUA, o DPJ quer simplesmente fechar as bases americanas no Japão, considerando-as desinteressantes ao país.
Evidentemente, o cenário exibido agora pelas pesquisas pode mudar até o dia das eleições. Seja lá o que vier a acontecer, com o crescimento do DPJ,
o Japão passa de aliado garantido à categoria de problema para Washington.
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
MULHERES NO MINISTÉRIO DO IRÃ; UMA FALSA REVOLUÇÃO
Ahmadinejad surpreendeu agradavelmente ao anunciar a nomeação de três mulheres para seu ministério. Parecia que ele fôra sensibilizado pelos clamores dos manifestantes reformistas de Teerã.
Doce ilusão... Duas delas (a terceira ainda não se conhece) são militantes linha dura, seguidoras do mais atrasado pensamento islâmico. Fatemeh Ajorlou, indicada para Bem Estar e Segurança Social e Marzieh Vahid Dastjerdi, para Saúde, foram deputadas que defenderam leis contra a igualdade entre os sexos, tornaram mais dificil para as mulheres requerer o divórcio, a custódia dos seus filhos e fazerem aborto. Fatemeh defende o uso do chador (manto que cobre a mulher da cabeça aos pés) – como protetor da castidade - e propôs uma lei restringindo o ingresso de mulheres nas universidades, sob alegação de que não estava havendo um “balanço” : nos últimos anos, 70% dos novos estudantes eram mulheres.
Por sua vez, Vahid opôs-se à lei que facilitaria a adesão do Irã à Convenção pela Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres.
Pelo jeito, Ahmadinejad quis agradar ao mesmo tempo à oposição reformista, nomeando mulheres, e ao situacionismo conservador, escolhendo-as entre as mais retrógadas de suas militantes.
É provável que tenha fracassado duplamente. A oposição recebeu mal as indicações que devem ainda ser aprovadas por um parlamento tão conservador que talvez não aceite mulheres ministros, ainda que tenham as credenciais das nomeadas.
Doce ilusão... Duas delas (a terceira ainda não se conhece) são militantes linha dura, seguidoras do mais atrasado pensamento islâmico. Fatemeh Ajorlou, indicada para Bem Estar e Segurança Social e Marzieh Vahid Dastjerdi, para Saúde, foram deputadas que defenderam leis contra a igualdade entre os sexos, tornaram mais dificil para as mulheres requerer o divórcio, a custódia dos seus filhos e fazerem aborto. Fatemeh defende o uso do chador (manto que cobre a mulher da cabeça aos pés) – como protetor da castidade - e propôs uma lei restringindo o ingresso de mulheres nas universidades, sob alegação de que não estava havendo um “balanço” : nos últimos anos, 70% dos novos estudantes eram mulheres.
Por sua vez, Vahid opôs-se à lei que facilitaria a adesão do Irã à Convenção pela Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres.
Pelo jeito, Ahmadinejad quis agradar ao mesmo tempo à oposição reformista, nomeando mulheres, e ao situacionismo conservador, escolhendo-as entre as mais retrógadas de suas militantes.
É provável que tenha fracassado duplamente. A oposição recebeu mal as indicações que devem ainda ser aprovadas por um parlamento tão conservador que talvez não aceite mulheres ministros, ainda que tenham as credenciais das nomeadas.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
PAQUISTÃO CONDENA BOMBARDEIO COM AVIÕES SEM PILOTO AMERICANOS
No governo Bush, os EUA começaram a bombardear com aviões sem piloto a região do Paquistão fronteira ao Afeganistão para destruir as células talibãs ali localizadas. Com Obama o número desses ataques aumentou muito.
Várias vezes autoridades paquistanesas protestaram contra eles pois, além dos talibãs, muitos civis inocentes são mortos.
Ontem, Raza Gilani, o primeiro-ministro do Paquistão, em reunião com Richard Holbrooke, enviado do governo Obama, condenou formalmente o bombardeio com aviões sem piloto americanos. Alegou que estavam gerando uma elevação do anti-americanismo no país, devido às muitas vítimas civis inocentes.
Interessante que os escrúpulos anti-intervencionistas de Barack Obama não são afetados pelo bombardeio constante de um país aliado. Nem mesmo pelos protestos das autoridades desse país pois os bombardeios prosseguem.
Também é interessante notar que o argumento do primeiro-ministro Gilani contra o ataque dos aviões sem piloto não é o massacre dos civis do seu país mas sim algo que interessa aos EUA, ou seja, a necessidade de evitar o crescimento do sentimento anti-americano.
Gilani concluiu suas palavras solicitando que a Casa Branca disponibilizasse a tecnologia dos aviões sem piloto para o Paquistão proceder aos bombardeios por sua conta, o que acalmaria os brios nacionalistas da população do país. Não é a primeira vez que essa solicitação é feita. Tudo indica que continuará não sendo atendida.
Várias vezes autoridades paquistanesas protestaram contra eles pois, além dos talibãs, muitos civis inocentes são mortos.
Ontem, Raza Gilani, o primeiro-ministro do Paquistão, em reunião com Richard Holbrooke, enviado do governo Obama, condenou formalmente o bombardeio com aviões sem piloto americanos. Alegou que estavam gerando uma elevação do anti-americanismo no país, devido às muitas vítimas civis inocentes.
Interessante que os escrúpulos anti-intervencionistas de Barack Obama não são afetados pelo bombardeio constante de um país aliado. Nem mesmo pelos protestos das autoridades desse país pois os bombardeios prosseguem.
Também é interessante notar que o argumento do primeiro-ministro Gilani contra o ataque dos aviões sem piloto não é o massacre dos civis do seu país mas sim algo que interessa aos EUA, ou seja, a necessidade de evitar o crescimento do sentimento anti-americano.
Gilani concluiu suas palavras solicitando que a Casa Branca disponibilizasse a tecnologia dos aviões sem piloto para o Paquistão proceder aos bombardeios por sua conta, o que acalmaria os brios nacionalistas da população do país. Não é a primeira vez que essa solicitação é feita. Tudo indica que continuará não sendo atendida.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
SISTEMA DE DEFESA ANTI-MÍSSEIS : UM FURO NA ÁGUA ?
O sistema de defesa anti-mísseis que o governo Bush pretendia instalar nas fronteiras da República Checa e da Polônia com a Rússia provocou desde logo o furor de Moscou. Em diversas ocasiões, o pessoal de Bush tentou convencer os russos de que não era dirigido contra eles mas sim para proteger a Europa de possíveis mísseis iranianos. Em vão, Moscou jamais aceitou esta explicação, o que estremeceu as relações entre os dois países.
Parece que foi muito barulho por nada. Revela o Pravda (não é mais um jornal comunista) que 20 dos principais físicos americanos, inclusive 10 prêmios Nobel, enviaram uma carta ao presidente Obama informando que ele deveria desistir de instalar o sistema anti-mísseis de Bush na Europa. O motivo é que ele não passara nos testes em condições de ataque a que fora submetido.
Theodore Postol, professor de Ciência, Tecnologia e Segurança Internacional no Instituto de Tecnologia de Massachussetts informou a imprensa que foram realizados testes em 1997, 1999, 200, 2001 e 2007. Em todos eles, o sistema teria falhado.
Como haviam garantido que seus anti-mísseis funcionavam, os militares do Pentágono resolveram apelar. Segundo o professor Postol, eles acabaram fazendo um teste usando como alvo um balão gigantesco, completamente fora das dimensões adequadas a uma situação real. O cientista acusou-os de negligência e incompetência diante dos sub-secretários de Defesa. Com isso, o Pentágono ficou numa saia justa.
Parece que foi muito barulho por nada. Revela o Pravda (não é mais um jornal comunista) que 20 dos principais físicos americanos, inclusive 10 prêmios Nobel, enviaram uma carta ao presidente Obama informando que ele deveria desistir de instalar o sistema anti-mísseis de Bush na Europa. O motivo é que ele não passara nos testes em condições de ataque a que fora submetido.
Theodore Postol, professor de Ciência, Tecnologia e Segurança Internacional no Instituto de Tecnologia de Massachussetts informou a imprensa que foram realizados testes em 1997, 1999, 200, 2001 e 2007. Em todos eles, o sistema teria falhado.
Como haviam garantido que seus anti-mísseis funcionavam, os militares do Pentágono resolveram apelar. Segundo o professor Postol, eles acabaram fazendo um teste usando como alvo um balão gigantesco, completamente fora das dimensões adequadas a uma situação real. O cientista acusou-os de negligência e incompetência diante dos sub-secretários de Defesa. Com isso, o Pentágono ficou numa saia justa.
domingo, 16 de agosto de 2009
PEDIDA INVESTIGAÇÃO DO PROGRAMA NUCLEAR...DE ISRAEL
A Liga Árabe vai propor investigação do programa atômico israelense secreto na reunião da Agência Internacional de Energia Atômica, em setembro. E mandou mensagens aos 26 países da comunidade européia pedindo seu apoio.
Nada mais justo. Num momento em que o Ocidente trata como se fosse um cataclisma a existência de um possível programa similar iraniano – negada pelos dois últimos presidentes daquela agência da ONU e pelo próprio serviço secreto dos EUA – não pode continuar oculto um arsenal que, de fato, existe, com um potencial estimado entre 150 e 200 artefatos.
Assim como Israel teme bombas nucleares nas mãos de países inimigos, a recíproca é verdadeira. Esses países acham-se no direito de saber o tamanho da ameaça. Só assim poderão propor medidas como as que Israel e seus aliados vem propondo com o mesmo objetivo : proteger-se.
Nada mais justo. Num momento em que o Ocidente trata como se fosse um cataclisma a existência de um possível programa similar iraniano – negada pelos dois últimos presidentes daquela agência da ONU e pelo próprio serviço secreto dos EUA – não pode continuar oculto um arsenal que, de fato, existe, com um potencial estimado entre 150 e 200 artefatos.
Assim como Israel teme bombas nucleares nas mãos de países inimigos, a recíproca é verdadeira. Esses países acham-se no direito de saber o tamanho da ameaça. Só assim poderão propor medidas como as que Israel e seus aliados vem propondo com o mesmo objetivo : proteger-se.
sábado, 15 de agosto de 2009
AINDA O NÃO-INTERVENCIONISMO DE OBAMA
Estranha a tirada de Obama, ridicularizando aqueles que clamam contra o intervencionismo yankee na América Latina mas querem que ele intervenha em Honduras.
Na verdade, não se espera que ele mande os marines atacarem Tegucigalpa. Basta que corte relações diplomáticas e comerciais com os golpistas. Como os Estados Unidos recebem 70% das exportações de Honduras é de se crer que o governo atual hasteasse a bandeira branca rapidamente.
Se o intervencionismo da Casa Branca nos países ao sul do rio Grande tivesse sempre se limitado a esse tipo de ação, provavelmente não existiria anti-americanismo por estas bandas..
Na verdade, não se espera que ele mande os marines atacarem Tegucigalpa. Basta que corte relações diplomáticas e comerciais com os golpistas. Como os Estados Unidos recebem 70% das exportações de Honduras é de se crer que o governo atual hasteasse a bandeira branca rapidamente.
Se o intervencionismo da Casa Branca nos países ao sul do rio Grande tivesse sempre se limitado a esse tipo de ação, provavelmente não existiria anti-americanismo por estas bandas..
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
CHAVEZ FAZ NEGÓCIOS DA CHINA
Em 1999, o comércio da China com a Venezuela não chegava a 200 milhões de dólares anuais. Hoje vai a quase 10 bilhões. E o país tornou-se o principal parceiro de Beijing na América Latina.
A China tem no governo Chavez um fornecedor garantido de petróleo. Atualmente são exportados 400 mil barris por dia, mas a meta é chegar a 1 milhão em 2010. E há planos de se construir refinarias na China. Para a Venezuela, tudo isso é ótimo pois livra o país da dependência ao mercado consumidor americano.
Em Faja Del Orinoco, considerada a maior reserva mundial de petróleo, avaliada em 40 bilhões de barrís, os chineses estão ajudando a Venezuela a explorar esta fabulosa riqueza.
As telecomunicações e a infra estrutura hi-tech são outros setores em que a China está presente. Como na produção do primeiro celular do país. Por sinal, custa apenas 14 dólares, preço acessível ás camadas mais pobres.
A VTELCA, fabricante desse produto, é uma das 290 empresas socialistas modelares que Chavez fundou para alcançar o que ele chama de “soberania tecnológica nacional.” Nela, engenheiros chineses estão ajudando os venezuelanos a criar o primeiro computador com tecnologia própria.
Chavez aposta nesta parceria para tirar seu país do atraso. Tem chance por que seu parceiro é forte.
A China tem no governo Chavez um fornecedor garantido de petróleo. Atualmente são exportados 400 mil barris por dia, mas a meta é chegar a 1 milhão em 2010. E há planos de se construir refinarias na China. Para a Venezuela, tudo isso é ótimo pois livra o país da dependência ao mercado consumidor americano.
Em Faja Del Orinoco, considerada a maior reserva mundial de petróleo, avaliada em 40 bilhões de barrís, os chineses estão ajudando a Venezuela a explorar esta fabulosa riqueza.
As telecomunicações e a infra estrutura hi-tech são outros setores em que a China está presente. Como na produção do primeiro celular do país. Por sinal, custa apenas 14 dólares, preço acessível ás camadas mais pobres.
A VTELCA, fabricante desse produto, é uma das 290 empresas socialistas modelares que Chavez fundou para alcançar o que ele chama de “soberania tecnológica nacional.” Nela, engenheiros chineses estão ajudando os venezuelanos a criar o primeiro computador com tecnologia própria.
Chavez aposta nesta parceria para tirar seu país do atraso. Tem chance por que seu parceiro é forte.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
CONCESSÕES A ISRAEL: NEM OS ALIADOS DOS EUA TOPAM
Primeiro foi Hillary Clinton (sempre ela) que solicitou aos governos árabes “gestos de boa vontade” em relação a Israel.
Depois George Mitchel, representante do presidente Obama no Oriente Médio, propôs um congelamento de 1 ano nos assentamentos na Cisjordânia em troca de concessões dos países islâmicos, entre as quais o virtual estabelecimento de relações comerciais com Telavive..
Por fim, 70 senadores americanos (entre 100) enviaram carta a Obama, manifestando seu desejo de que o presidente pressionasse os dirigentes desses países a “gestos dramáticos” em favor de Israel, dando como exemplo as atitudes dos governantes da Jordânia e do Egito, ao estabelecerem relações diplomáticas com Israel.
Nada disso pegou bem no mundo islâmico. A reação mais significativa partiu do mais firme aliado dos Estados Unidos, na região : a Arábia Saudita. Seu Ministro das Relações Exteriores, o príncipe Saud Al-Faisal, ponderou que Israel não merecia recompensas por interromper um programa de ações ilegais como é a expansão dos assentamentos na Cisjordânia..
Comentando o assunto, disse Chas Frreman, ex-embaixador dos EUA na Arábia Saudita :”Muitos americanos tem dito que algum gesto dos árabes favorável a Israel causaria um gesto recíproco, trazendo progressos para a paz entre Israel e os palestinos. Na verdade, nenhum dos gestos desse tipo, que já aconteceram, resultou em uma resposta positiva da parte dos israelenses.”
Depois George Mitchel, representante do presidente Obama no Oriente Médio, propôs um congelamento de 1 ano nos assentamentos na Cisjordânia em troca de concessões dos países islâmicos, entre as quais o virtual estabelecimento de relações comerciais com Telavive..
Por fim, 70 senadores americanos (entre 100) enviaram carta a Obama, manifestando seu desejo de que o presidente pressionasse os dirigentes desses países a “gestos dramáticos” em favor de Israel, dando como exemplo as atitudes dos governantes da Jordânia e do Egito, ao estabelecerem relações diplomáticas com Israel.
Nada disso pegou bem no mundo islâmico. A reação mais significativa partiu do mais firme aliado dos Estados Unidos, na região : a Arábia Saudita. Seu Ministro das Relações Exteriores, o príncipe Saud Al-Faisal, ponderou que Israel não merecia recompensas por interromper um programa de ações ilegais como é a expansão dos assentamentos na Cisjordânia..
Comentando o assunto, disse Chas Frreman, ex-embaixador dos EUA na Arábia Saudita :”Muitos americanos tem dito que algum gesto dos árabes favorável a Israel causaria um gesto recíproco, trazendo progressos para a paz entre Israel e os palestinos. Na verdade, nenhum dos gestos desse tipo, que já aconteceram, resultou em uma resposta positiva da parte dos israelenses.”
terça-feira, 11 de agosto de 2009
O PAQUISTÃO NÃO QUER SER BOMBARDEADO
A região paquistanesa que faz fronteira com o Afeganistão é usada pelos talibãs como santuário para onde fogem depois de realizarem ações contra o exército americano.
Por isso, o governo Bush, foi atrás deles : passou a atacá-los nos seus refúgios, com mísseis lançados por aviões sem piloto que sobrevoam essa região.
Tendo Barack Obama eleito como prioritária a guerra do Afeganistão, continuou e mesmo aumentou o número de ataques. Considerando o prazo de 1 ano, a partir de agosto de 2008, foram realizados 50 raids, que deixaram cerca de 500 mortos..
O exército americano encontra-se satisfeito com os resultados da “operação aviões sem piloto.” 14 líderes talibãs foram eliminados, inclusive o seu no.1. No entanto, esta alegria não é compartilhada pelos paquistaneses pois muitos dos mortos eram civis.
Recente pesquisa do Gallup revela que o povo considera os americanos a maior ameaça para o Paquistão. 59% dos respondentes votaram assim. A seguir, vieram a Índia (inimigo histórico) com 18% e o Talibã com 11%. Ratificando esse resultado, as operações militares americanas no país foram condenadas por 67% das pessoas.
Alarmado, o governo Zardari opôs-se formalmente aos ataques dos aviões sem piloto, afirmando que eles violam a soberania do país e causam baixas entre os civis o que pode levar a opinião pública a uma posição contrária aos esforços do exército nacional para derrotar os talibãs. Não consta que o governo Obama tenha se tocado com isso.
Comentando a situação, o tenente-general Hamid Nawaz Khan declarou à Al Jazeera :”Os americanos nos forçaram a lutar nesta guerra ao terror…o que quer que eles queriam, conseguiram, pois o governo é fraco demais para resistir a qualquer dos falcões americanos...”
O povo com concorda com ele. Na mesma pesquisa Gallup, o governo Zardari foi reprovado por 43% da população, contra apenas 11% a favor e 34%, indecisos.
Se Obama pretende conquistar os “hearts and minds” dos paquistanis, vai por caminho errado. Não vale à pena liquidar talibãs, com riscos de perder o Paquistão.
Por isso, o governo Bush, foi atrás deles : passou a atacá-los nos seus refúgios, com mísseis lançados por aviões sem piloto que sobrevoam essa região.
Tendo Barack Obama eleito como prioritária a guerra do Afeganistão, continuou e mesmo aumentou o número de ataques. Considerando o prazo de 1 ano, a partir de agosto de 2008, foram realizados 50 raids, que deixaram cerca de 500 mortos..
O exército americano encontra-se satisfeito com os resultados da “operação aviões sem piloto.” 14 líderes talibãs foram eliminados, inclusive o seu no.1. No entanto, esta alegria não é compartilhada pelos paquistaneses pois muitos dos mortos eram civis.
Recente pesquisa do Gallup revela que o povo considera os americanos a maior ameaça para o Paquistão. 59% dos respondentes votaram assim. A seguir, vieram a Índia (inimigo histórico) com 18% e o Talibã com 11%. Ratificando esse resultado, as operações militares americanas no país foram condenadas por 67% das pessoas.
Alarmado, o governo Zardari opôs-se formalmente aos ataques dos aviões sem piloto, afirmando que eles violam a soberania do país e causam baixas entre os civis o que pode levar a opinião pública a uma posição contrária aos esforços do exército nacional para derrotar os talibãs. Não consta que o governo Obama tenha se tocado com isso.
Comentando a situação, o tenente-general Hamid Nawaz Khan declarou à Al Jazeera :”Os americanos nos forçaram a lutar nesta guerra ao terror…o que quer que eles queriam, conseguiram, pois o governo é fraco demais para resistir a qualquer dos falcões americanos...”
O povo com concorda com ele. Na mesma pesquisa Gallup, o governo Zardari foi reprovado por 43% da população, contra apenas 11% a favor e 34%, indecisos.
Se Obama pretende conquistar os “hearts and minds” dos paquistanis, vai por caminho errado. Não vale à pena liquidar talibãs, com riscos de perder o Paquistão.
OBAMA E A HIPOCRISIA
Falando na Conferência dos Presidentes da América do Norte, Barack Obama chamou de hipócritas aqueles que o criticam por não intervir de forma eficiente em Honduras :”...são os mesmos que dizem que estamos sempre intervindo e que os ianques devem sair da América Latina.”
Com isso, qualificou-se também como hipócrita. Rígido defensor do não-intervencionismo no que tange ao golpe hondurenho, Obama segue atacando o Paquistão com mísseis disparados por aviões sem piloto contra talibãs, além de continuar ocupando militarmente o Iraque e o Afeganistão.
Com isso, qualificou-se também como hipócrita. Rígido defensor do não-intervencionismo no que tange ao golpe hondurenho, Obama segue atacando o Paquistão com mísseis disparados por aviões sem piloto contra talibãs, além de continuar ocupando militarmente o Iraque e o Afeganistão.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
IRÃ : HILLARY CONFESSA INTERVENÇÃO
Foi numa entrevista, hoje, na CNN. Hillary Clinton contou que o Departamento de Estado estava “fazendo muito para realmente fortalecer os manifestantes “contra as eleições do Irã. Citou, como exemplo, pressões para a Twiter adiar uma interrupção de serviço programada. E admitiu que tudo fora feito “por trás da cortina” para evitar que os aiatolás usassem o anti-americanismo, que é muito forte no Irã, contra a oposição.
Recorde-se que , em junho, o governo Obama deu continuidade a planos dos tempos de Bush de subsídios à oposição iraniana da ordem de 20 milhões de dólares. Não se sabe qual foi a oposição beneficiada: os reformistas ou os terroristas que agem na fronteira norte do Irã.
Financiar movimentos anti-governos é uma forma de intervir nos negócios de outro país, muito própria do governo Bush que, parece, não está entre as criticadas políticas que Obama pretende mudar. E contribui decisivamente para criar um clima raivoso, nada adequado às esperadas negociações com o Irã sobre seu programa nuclear.
Aliás, Hillary, várias vezes já declarou que não acredita que essas negociações possam dar certo.
Não acredita ou não quer ?
Recorde-se que , em junho, o governo Obama deu continuidade a planos dos tempos de Bush de subsídios à oposição iraniana da ordem de 20 milhões de dólares. Não se sabe qual foi a oposição beneficiada: os reformistas ou os terroristas que agem na fronteira norte do Irã.
Financiar movimentos anti-governos é uma forma de intervir nos negócios de outro país, muito própria do governo Bush que, parece, não está entre as criticadas políticas que Obama pretende mudar. E contribui decisivamente para criar um clima raivoso, nada adequado às esperadas negociações com o Irã sobre seu programa nuclear.
Aliás, Hillary, várias vezes já declarou que não acredita que essas negociações possam dar certo.
Não acredita ou não quer ?
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
BLACKWATER: CRIME E CASTIGO
Há 2 anos atrás, membros da Blackwater, empresa contratada por autoridades americanas para serviços de segurança no Iraque, assassinaram 17 civis, sem justificativas, na praça de Nisour Square, em pleno centro de Bagdá.
Pelos acordos com o governo de ocupação, eles não estavam sujeitos à lei do Iraque. Os iraquianos não se conformaram. Seu governo exigiu a expulsão da Blackwater e que ela fosse processada nos Estados Unidos, segundo as leis de lá.
Como a Blackwater tinha bons amigos no governo Bush, continuou atuando no Iraque. A partir de 2009, nos termos do acordo sobre a permanência das forças americanas (o SOFA), o governo iraquiano teria autonomia para livrar-se dela. Mas a Blackwater deu um “jeitinho”: mudou seu nome para “Xe” e firmou contratos para proteção de diplomatas americanos até setembro. Agora agindo com muito cuidado pois, com o SOFA, passara a estar sob jurisdição iraquiana.
Enquanto isso, o processo contra a Blackwater, no estado de Virginia, seguiu e chegou próximo á sua decisão.
Foram apresentadas acusações de que em muitos episódios os guardas da Blackwater mataram iraquianos a tiros sem provocação.
Antigos funcionários da empresa depuseram, revelando que seu presidente e fundador, Eric Prince,”se considerava um cruzado cristão cuja missão era eliminar os muçulmanos e a religião islâmica do globo.” Acusaram também a empresa de seguir uma política de assassinatos intencionais e empregar pessoas sem qualificações e treinamento para lidar com armas mortíferas.
A Blackwater foi a maior das empresas de segurança contratadas pelo governo americano para, não apenas proteger diplomatas e empresários, mas também realizar tarefas privativas das forças armadas tais como interrogatórios (muitas vezes com torturas), investigações e treinamento. Suas ações violentas geraram revolta no povo iraquiano.
Disse o deputado Legaa AL-Yassef:”Acredito que as autoridades americanas tem a principal responsabilidade pelo que aconteceu porque a Blackwater veio ao Iraque com sua permissão.” E concluiu :”A tragédia que aconteceu para o povo iraniano em Nisour Square e outros lugares não podem ser dissociadas das forças dos EUA no Iraque. O governo americano está tentando afastar sua responsabilidade, culpando as companhias privadas.”
Farid Walid, um dos feridos em Nisour Square, é menos severo :” Eles (a Blackwater e semelhantes) são um símbolo da ocupação. Ninguem esquecerá. Mas a imagem dos americano poderá, pelo menos melhorar um pouco, se os assassinos forem postos na prisão.”
.
Pelos acordos com o governo de ocupação, eles não estavam sujeitos à lei do Iraque. Os iraquianos não se conformaram. Seu governo exigiu a expulsão da Blackwater e que ela fosse processada nos Estados Unidos, segundo as leis de lá.
Como a Blackwater tinha bons amigos no governo Bush, continuou atuando no Iraque. A partir de 2009, nos termos do acordo sobre a permanência das forças americanas (o SOFA), o governo iraquiano teria autonomia para livrar-se dela. Mas a Blackwater deu um “jeitinho”: mudou seu nome para “Xe” e firmou contratos para proteção de diplomatas americanos até setembro. Agora agindo com muito cuidado pois, com o SOFA, passara a estar sob jurisdição iraquiana.
Enquanto isso, o processo contra a Blackwater, no estado de Virginia, seguiu e chegou próximo á sua decisão.
Foram apresentadas acusações de que em muitos episódios os guardas da Blackwater mataram iraquianos a tiros sem provocação.
Antigos funcionários da empresa depuseram, revelando que seu presidente e fundador, Eric Prince,”se considerava um cruzado cristão cuja missão era eliminar os muçulmanos e a religião islâmica do globo.” Acusaram também a empresa de seguir uma política de assassinatos intencionais e empregar pessoas sem qualificações e treinamento para lidar com armas mortíferas.
A Blackwater foi a maior das empresas de segurança contratadas pelo governo americano para, não apenas proteger diplomatas e empresários, mas também realizar tarefas privativas das forças armadas tais como interrogatórios (muitas vezes com torturas), investigações e treinamento. Suas ações violentas geraram revolta no povo iraquiano.
Disse o deputado Legaa AL-Yassef:”Acredito que as autoridades americanas tem a principal responsabilidade pelo que aconteceu porque a Blackwater veio ao Iraque com sua permissão.” E concluiu :”A tragédia que aconteceu para o povo iraniano em Nisour Square e outros lugares não podem ser dissociadas das forças dos EUA no Iraque. O governo americano está tentando afastar sua responsabilidade, culpando as companhias privadas.”
Farid Walid, um dos feridos em Nisour Square, é menos severo :” Eles (a Blackwater e semelhantes) são um símbolo da ocupação. Ninguem esquecerá. Mas a imagem dos americano poderá, pelo menos melhorar um pouco, se os assassinos forem postos na prisão.”
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