Obama ofereceu a Israel um negócio de pai para filho : licença para abrir escritórios comerciais em vários países árabes, direito da El Al economizar toneladas de combustível voando sobre o território árabe e, visto para entrada de missões culturais israelenses nesses países, entre outras vantagens. Só pedia em troca o que Israel, desde os acordos do “mapa da mina” havia se comprometido a fazer : cessar os assentamentos, aliás, declarados ilegais pela ONU.
Obama insistiu, exigiu, gritou.
Nada feito. Netanyu disse”não” e Obama não teve coragem de ao menos ameaçar cortar um dos muitos recursos, que fazem de Israel a nação mais beneficiada pelos EUA em todo o mundo.
Na mesma ocasião, veio o relatório da investigação da ONU sobre a guerra de Gaza. Realizada por personalidades do mais alto conceito. Seu presidente era um juiz judeu, com reputação firmada em julgamentos semelhantes em Ruanda e na ex-Iugoslavia.
Claro, o mundo inteiro aprovou. Mas a chancelaria americana, leia-se Hillary Clinton, veio com uma ridícula crítica de que o relatório concentrava-se nos crimes do exército israelense, pouco falando daqueles que eram de responsabilidade do Hamas. O que era lógico, afinal os israelenses promoveram violências que excediam em muito o que o Hamas fez.
No mesmo dia, o governo americano declarou que a descrença de Ahmadinejad no Holocausto afastaria ainda mais o Irã do convívio internacional. Mas nunca estigmatizaram com a mesma fúria os turcos por negarem que massacraram 2 milhões de armênios no século passado.
A “mudança” de Obama vai ficando cada vez mais para a retórica enquanto cresce a idéia de que a política externa americana continua sendo feita em Telaviv.
sábado, 19 de setembro de 2009
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