Aqui são apresentadas as principais denúncias, algumas não noticiadas pela nossa grande imprensa, relativas aos crimes cometidos em Gaza
O relatório da comissão da ONU que investigou a guerra de Gaza condenou os foguetes lançados pelos palestinos mas foi muito mais crítico da atuação de Israel.:”Foi um ataque intencionalmente desproporcional, planejado para punir, humilhar e aterrorizar a população civil, reduzir drasticamente os recursos econômicos da comunidade local para poder trabalhar e prover seu sustento e , com isso, forçar uma dependência e vulnerabilidade sempre crescentes”.
A comissão reportou que em 11 situações o exército israelense alvejou civis diretamente, em alguns casos “quando tentavam sair de casa, buscando locais mais seguros, agitando bandeiras brancas”. Foi verificado que quase nunca havia qualquer justificação militar para estas violências.
O relatório citou outros possíveis crimes de responsabilidade dos israelense : destruir intencionalmente plantações de alimentos e serviços de água e esgotos; destruir áreas com grande número de civis com o objetivo de matar uns poucos combatentes; usar palestinos como escudos humanos e aprisionar homens, mulheres e crianças em covas. O exército de Israel também foi acusado de usar bombas de fósforo branco em áreas densamente povoadas, o que é proibido pelas leis internacionais.
Foram citados alguns fatos particularmente graves como o bombardeio por morteiros israelenses de uma escola da ONU no campo de refugiados de Jabaliya, que abrigava 1.300 pessoas, com o saldo de 35 civis mortos e mais de 40 feridos.
Várias vezes Israel acusou o Hamas de usar mesquitas para esconder homens armados e munições como na mesquita de Maqadmah, em Jabaliya, onde teriam sido mortos 6 militantes palestinos.
Mas o Conselho de Direitos Humanos contestou essa versão, dizendo que o ataque aconteceu durante o culto da tarde, quando havia 300 homens e mulheres na mesquita, dos quais 15 foram mortos. Não houve nenhuma “explosão secundária” que indicaria a presença de armamentos. Além disso, se Israel pretendesse bombardear uma mesquita suspeita de esconder armamentos isso deveria ser feito no meio da noite, quando não estivesse vazia.
Talvez um das mais graves acusações foi a de que cerca de 10 bombas, inclusive de fósforo branco, foram lançadas contra o principal edifício da ONU, em Gaza, onde 700 civis estavam refugiados. Havia um grande depósito de combustível no local mas, embora avisados várias vezes, os israelenses continuaram o bombardeio.
Em outro episódio, a destruição de uma casa, com a morte de quase vinte membros de uma família, foi “a conseqüência de uma demolição intencional, não de combates”.
Os palestinos foram acusados de lançar mísseis que, intencionalmente ou por negligência, atingiram zonas urbanas de Israel matando 3 civis e traumatizando toda a população local. Considerou-se também “sérias violações dos direitos humanos” assassinatos e outras violências praticadas pelo Hamas contra membros do Fatah.
Avigdor Lieberman, Ministro das Relações Exteriores de Israel, contestou o relatório, dizendo que era parcial. Difícil de acreditar pois o presidente da comissão de investigação,o juiz Richard Goldstone, é judeu e respeitado internacionalmente por sua atuação nos julgamentos de Ruanda e da antiga Iugoslavia.
O Hamas alegou que lançou os mísseis em auto-defesa.Seu plano seria atingir alvos militares mas acabaram caindo em áreas habitadas por seus mísseis serem muito primitivos.
(resumo de matéria publicada no New York Times, de 15-9-2009)
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
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