sexta-feira, 23 de outubro de 2009

DEBANDADA NO AFEGANISTÃO

Enquanto o general McChrystal pede mais 60 mil soldados americanos para o Afeganistão, países aliados tratam de se retirar da guerra.
O Canadá, tradicional satélite de Washington, anuncia que seu contingente não ficará depois de 2011. O governo não está nada satisfeito com o aumento das baixas nos últimos meses.
Pressionado pela opinião pública do seu país, o primeiro-ministro italiano Berlusconi, até agora um aliado fiel, declarou em setembro sua intenção de trazer seus soldados de volta logo que possível.
Por fim, as tropas australianas, 1.500 homens,um dos maiores contingentes no Afeganistão, também vai embora. As perdas cestão crescendo e o povo australiano reclama que o governo está envolvido de modo exagerado em uma guerra que não é dele mas apenas dos EUA.
‘Não quero ver soldados australianos no Afeganistão um dia a mais do que o necessário,” declarou Faulkner, o Ministro da Defesa. E já em novembro um terço das tropas do seu país estarão de volta para casa.
Apesar dos repetidos apelos por mais soldados feito aos países amigos pela Administração Obama, a guerra do Afeganistão está se tornando cada vez mais uma guerra exclusivamente americana.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

UMA GUERRA DESNECESSÁRIA

Para o presidente Obama, a operação no Afeganistão é “uma guerra necessária”. Logo após o atentado contra as torres gêmeas, ela foi declarada para destruir a ameaça representada pela Al Qaeda, protegida pelo Talibã quando era governo.
Por isso mesmo, poucas semanas depois de sua possa, Obama enviou mais 21 mil soldados para o Afeganistão. E, agora, atendendo a solicitação do general McChrystal deve elevar o contingente americano com outros 45 mil.
Sucede que, nos dias de hoje, a Al Qaeda não é mais aquela.
Os números não mentem jamais.
Segundo o próprio assessor de segurança nacional, o general James Jones, ela estaria reduzida a menos de 100 guerreiros e, assim mesmo, nem todos no Afeganistão.
O estudo de Marc Sageman, ex-membro da CIA, realizado em associação com o serviço secreto dos EUA, conclui que as relações dela com o Talibã vão mal. Sageman sustenta que uma eventual volta do Talibã ao poder não significaria necessariamente liberdade para a Al Qaeda se instalar no país. As perspectivas são opostas: há evidências de que os militantes da Al Qaeda são mal vistos. E é justamente devido ao isolamento que lhes é imposto pelos talibãs que a organização terrorista acha-se em completo declínio no Afeganistão.
Portanto, que ameaça Bin Laden e asseclas podem representar para a segurança dos EUA?
A resposta lógica conduziria evidentemente a uma volta para casa dos soldados americanos.

ESPIÕES ISRAELENSES NOS EUA

Num telefonema ao cientista David Nozette, alguém se declara agente do Mossad (serviço secreto de Israel), interessado em contratar seu trabalho.
Nozette não estranha, nem desconfia. Topa. Marcam um encontro e o cientista descobre que o suposto agente do Mossad era do FBI.
Claro, foi mais do que isso. Houve vários encontros, solicitações de segredos, pagamentos de subornos.
Nozette era um cientista de alto nível, detentor de uma série de segredos confidenciais de grande importância para a segurança nacional. Especialmente ligados ao setor espacial.
Mas, por que o FBI desconfiou dele? E por que seu agente apresentou-se como agente de Israel?
Existem algumas eventuais explicações.
Entre 1998 e 2008, Nozette prestou serviços de consultoria a uma empresa aeroespacial pertencente ao governo de Telaviv. Cerca de uma vez, por mês representantes da empresa israelense apresentavam perguntas ao cientista, que recebeu como pagamento um total de 250 mil dólares.
Além disso, no começo do ano, ele viajou para um país estrangeiro, levando dois pen-drives. 3 semanas depois voltou sem eles. A quem e onde teria entregue?
Esses fatos levaram o FBI a desconfiar de Nozette e, provavelmente, de possível envolvimento com Israel.
Aliás não é a primeira vez que são flagrados espiões americanos em favor de Israel.
Jonathan Pollard (cumprindo prisão perpétua) foi um deles. Roubou segredos de tal magnitude que quando o governo de Israel propôs ao então presidente Clinton sua troca por concessões no processo de paz palestino, todos os principais líderes dos serviços secretos americanos ameaçaram demitir-se em massa.
Entre outros agentes israelenses nos EUA, cite-se Bem Ami Kadish e dois dirigentes da AIPAC (ONG americana pró-Israel) : Steve Rosen e Keith Weissman.
Normalmente, um país espiona inimigos.
O governo militarista israelense não tem escrúpulos em fazer isso até ‘com amigos.

AS VÍTIMAS DOS AVIÕES SEMM PILOTO

Bombardeando com aviões sem piloto a região do Paquistão que faz fronteira com o Afeganistão, os EUA já mataram, desde 2006, entre 750 e 1.000 pessoas. Segundo pesquisa da New America Foundation, 20 eram líderes do Talibã, Al Qaeda ou congêneres, sendo que 320 não passavam de civis inocentes.
Vale lembrar que, em 2001, bombardeios de aviões sem piloto contra terroristas palestinos foram condenado pelos americanos. George Tenet, diretor da CIA na época, garantiu que sua agência somente usaria tais equipamentos para objetivos de segurança.
7 anos depois, estas promessas foram esquecidas. Especialmente pelo Prêmio Nobel da Paz, que aumentou os vôos bélicos de aviões sem piloto, levando a guerra contra pacíficos aldeões que nada tinham a ver com ela.

AINDA O RELATÓRIO GOLDSTONE

Apresento mais uma vez as principais conclusões do relatório Goldstone.
”Foi um ataque intencionalmente desproporcional, planejado para punir, humilhar e aterrorizar a população civil, reduzir drasticamente os recursos econômicos da comunidade local para poder trabalhar e prover seu sustento e , com isso, forçar uma dependência e vulnerabilidade sempre crescentes”.A comissão reportou que em 11 situações o exército israelense alvejou civis diretamente, em alguns casos “quando tentavam sair de casa, buscando locais mais seguros, agitando bandeiras brancas”. Foi verificado que quase nunca havia qualquer justificação militar para estas violências.O relatório citou outros possíveis crimes de responsabilidade dos israelense : destruir intencionalmente plantações de alimentos e serviços de água e esgotos; destruir áreas com grande número de civis com o objetivo de matar uns poucos combatentes; usar palestinos como escudos humanos e aprisionar homens, mulheres e crianças em covas. O exército de Israel também foi acusado de usar bombas de fósforo branco em áreas densamente povoadas, o que é proibido pelas leis internacionais.Foram citados alguns fatos particularmente graves como o bombardeio por morteiros israelenses de uma escola da ONU no campo de refugiados de Jabaliya, que abrigava 1.300 pessoas, com o saldo de 35 civis mortos e mais de 40 feridos.Várias vezes Israel acusou o Hamas de usar mesquitas para esconder homens armados e munições como na mesquita de Maqadmah, em Jabaliya, onde teriam sido mortos 6 militantes palestinos.Mas o Conselho de Direitos Humanos contestou essa versão, dizendo que o ataque aconteceu durante o culto da tarde, quando havia 300 homens e mulheres na mesquita, dos quais 15 foram mortos. Não houve nenhuma “explosão secundária” que indicaria a presença de armamentos. Além disso, se Israel pretendesse bombardear uma mesquita suspeita de esconder armamentos isso deveria ser feito no meio da noite, quando não estivesse vazia.Talvez um das mais graves acusações foi a de que cerca de 10 bombas, inclusive de fósforo branco, foram lançadas contra o principal edifício da ONU, em Gaza, onde 700 civis estavam refugiados. Havia um grande depósito de combustível no local mas, embora avisados várias vezes, os israelenses continuaram o bombardeio.Em outro episódio, a destruição de uma casa, com a morte de quase vinte membros de uma família, foi “a conseqüência de uma demolição intencional, não de combates”.Os palestinos foram acusados de lançar mísseis que, intencionalmente ou por negligência, atingiram zonas urbanas de Israel matando 3 civis e traumatizando toda a população local. Considerou-se também “sérias violações dos direitos humanos” assassinatos e outras violências praticadas pelo Hamas contra membros do Fatah.
O relatório Goldstone foi aprovado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, que recomendou
às partes que realizassem investigações, sob a supervisão do Conselho, para descobrir e punir os culpados. Por enquanto, o primeiro-ministro israelense limitou-se a pedir a modificação das leis de guerra, levando em conta o combate ao terrorismo. Talvez para legitimar, a posteriori, as
hoje condenáveism ações do exército israelense em Gaza.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

JOVENS ISRAELENSES REJEITAM EXÉRCITO

84 estudantes israelenses recusam-se a prestar serviço militar devido ao´”histórico de opressão do povo palestino” por Israel.
Os objetores de consciência publicaram uma carta explicando suas razões durante uma conferência em Telaviv de protesto contra as políticas do governo em Gaza e na Cisjordânia.
“Não podemos ignorar a verdade -a ocupação é violenta, racista, desumana, ilegal, anti-democrática e imoral e representa um perigo mortal para os dois povos”, diz a carta.
A atitude dos 84 jovens lhes valerá uma pena de prisão e um peso considerável no seu currículo que tornará extremamente difícil suas futuras carreiras profissionais, numa sociedade hoje completamente submetida ao “establishment” industrial-militar que governa o país praticamente desde sua fundação, com exceção talvez no período de Isaac Rabin.

O JAPÃO ESTÁ ABRINDO OS OLHOS

Depois de quase 55 anos de ininterrupto governo conservador, subserviente aos interesses dos EUA, chegou ao poder a oposição de centro-esquerda- o Partido Democrático do Japão.
E já começou a mostrar a que veio.
Primeiro, exigiu rediscutir o base militar de Okinawa, que ela quer fechada.
Agora, anunciou que, a partir de janeiro, dará um ponto final na sua missão de reabastecimento dos navios da campanha militar americana no Afeganistão.
“O Japão se retirará de uma maneira ordeira, baseada na lei”, informou O Ministro da Defesa, Toshimi Kitaawa, “dentro do prazo fixado pelo Parlamento”.
Prazo esse forçado pelo Partido Democrático do Japão, através de manobras parlamentares, alegando que o país – oficialmente pacifista depois da 2ªGuerrea Mundial, não deveria prestar auxílio ás guerras americanas.

AMANHÃ, A COMUNIDADE INTERNACIONAL DECIDE SE O MARTÍRIO DE GAZA VAI CONTINUAR ESQUECIDO

Na reunião de amanhã do Conselho de Segurança da ONU serão discutidos os problemas do Oriente Médio, especialmente o relatório sofre o massacre de Gaza e a situação angustiante desta região.
O chamado relatório Goldstone acusou o Hamas e Israel de cometerem crimes de guerra e possíveis crimes contra a humanidade, tendo Israel recebido uma carga muito maior de acusações.
‘Como aconteceu em outros conflitos,” disse Steve Crawshaw, advogado da ONU e diretor da Ong Human Rights Watch,”o Conselho deve solicitar que os países envolvidos indiquem os responsáveis pelas violências para serem processados.”
Assim não entende o governo Obama , que tem se oposto a esta medida.
Como se sabe, já quando o caso foi levado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, Obama, atendendo aos protestos de Israel- o principal acusado – pressionou para que o fraco presidente da Autoridade Palestina retirasse seu apoio ao relatório.
Mas a Líbia conseguiu que o assunto fosse colocado na pauta da próxima reunião do Conselho de Segurança da ONU.
.Por sua vez, Gaza não pode esperar mais pela ação da comunidade internacional para salvar sua população de uma crise de proporções gravíssimas.
O ataque israelense destruiu todas as indústrias locais, deixando a população sem trabalho e a economia aniquilada. 3.600 residências também foram totalmente destruídas, enquanto 2.700 o foram parcialmente. Como resultado, existem 52.000 famílias sem teto.
Como o exército israelense proíbe a entrada de material de construção, no inverno que se aproxima o número de mortos de frio poderá ser altíssimo.
O impacto da invasão e do bloqueio atinge pesadamente as crianças -que são 750.000 na população de 1,500.000 habitantes - devido á falta de alimentos e de escolas,das quais a maioria foi destruída, sendo sua reconstrução impedida pela falta de materiais.
‘O bloqueio de Israel afeta cada aspecto da vida em Gaza “, resume Sarah Leah Whitson, diretora da Human Rights Watch.
A reunião do Conselho de Segurança, a realizar-se amanhã,. é o momento para resgatar Gaza de seu martírio.
Vamos ficar de olho na atuação de Barack Obama, premio Nobel da Paz .

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

OBAMA, NOBEL DA PAZ: MERECE?

Por ordem dele, aumentaram os bombardeios por aviões sem piloto do Waziristão, iniciados por Bush, que já mataram centenas de civis paquistaneses. Ele é o responsável pelo aumento das tropas americanas no Afeganistão. Ele não cumpriu sua promessa de retirar-se do Iraque em 16 meses pois deixará mais 50 mil soldados até 2011. Falou muito mas nada fez para forçar Israel a congelar os assentamentos. Pressionou a Autoridade Palestina para evitar a aprovação pelo Conselho dos Direitos Humanos da ONU do relatório sobre o massacre de Gaza que condenava Israel. Recusa-se a adotar as medidas que forçariam o governo golpista de Honduras a entregar os pontos.

Você acha que Obama merece receber o Prêmio Nobel de Paz?

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

VITIMAS NAS GUERRAS DO ORIENTE

Até 6 de outubro de 2009

IRAQUE :
Soldados americanos mortos...4.348
Soldados americanos feridos..31.527(oficial).. + de 100.000 (estimativa)
Mortos de outras nações.............355
Mercenários mortos.................1.395
Civís iraqueanos mortos..... .331.771

AFEGANISTÃO :
Soldados americanos mortos........869
Soldados de outras nações...........577

OBAMA: SÓ ISRAEL PODE TER BOMBA ATÔMICA

Em maio, o presidente Barack Obama fez mais um empolgante discurso, defendendo a existência de um mundo sem armas nucleares.
Pena que pouco depois ele autorizou o governo de Israel a continuar mantendo e produzindo secretamente essas tão temidas armas de destruição em massa.
Em 3 de outubro último, o Washington Times citou três fontes como tendo informado que, num encontro com o primeiro-ministro Nethanyu, Obama garantira o silêncio dos EUA sobre o programa nuclear israelense. Continuaria o acordo Nixon-Golda Meir, de 1969, no qual os EUA se comprometiam a manter esse programa secreto e livre de inspeções internacionais.
Nem a Casa Branca, nem a embaixada de Israel contestaram o Washington Post.Em recente entrevista ao Canal 2 da Tv israelense, Nethanyu comentou as declarações de Obama referentes a um mundo sem armas nucleares, dizendo que ele se referia ao Irã e à Corea do Norte. E confirmou que na reunião com Obama, o presidente americano teria confirmado o acordo com Israel.

JAPÃO CONTESTA BASES AMERICANAS

O governo do Partido Democrático do Japão (PDJ), que desbancou o Partido Liberal Democrático (PLD) há 54 anos no poder, começa a mostrar a que veio.
Durante a campanha, seus líderes garantiram que o Japão continuaria aliado dos Estados Unidos, doravante, porém, independente. Mostraram-se contrários, então, à existência das bases americanas no país. Seu argumento principal era que seriam inúteis, pois os japoneses não temiam ataques nem da China, nem da Coréa do Norte.
Longe de proteger o território japonês, as forças dos EUA ali sediadas poderiam torná-lo alvo de chineses e coreanos do norte, respectivamente inimigos potenciais e atuais do governo de Washington.
Portanto, tropas americanas no Japão seriam até contrárias aos interesses do país.
Nem bem saíram os resultados das eleições, o governo Obama já estava descartando discussões sobre bases pois tudo já teria sido tratado com o PLD, os antecessores do PDJ. Mas o novo governo japonês parece não ter aceitado essa recusa.
Há muito tempo o povo da ilha de Okinawa reclama dos problemas com os milhares de soldados americanos ali estacionados. Tóquio quer agora colocar em discussão sua saída. E o faz com insistência, ressaltando como isso é importante para manter as boas relações entre os dois países.
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terça-feira, 6 de outubro de 2009

LEI DE AJUDA DOS EUA É MAL RECEBIDA NO PAQUISTÃO

Depois de multiplicar os bombardeios das regiões do Paquistão limítrofes com o Afeganistão, o governo dos EUA pretende triplicar sua “ajuda”. O Congresso, com maioria situacionista, discute uma lei nesse sentido, entusiasticamente apoiada pelo presidente Obama.
Políticos e militares paquistaneses, que ingratos, parecem não ter gostado nada. Acham que a lei Kerry-Lugar seria uma tentativa de exercer controle crescente dos assuntos internos do país.
Os senadores da oposição apelaram para que o governo rejeite o “presente”, alegando que seria contrário à soberania do país pois dá aos americanos o poder de monitorar o exército paquistanês.
“Isto é menos um programa de assistência do que um tratado de rendição”, escreveu o deputado Ayaz Amir em editorial publicado em vários jornais locais.
O Primeiro Ministro Raza Gilani ordenou ao Ministro das Relações Exteriores, Qureshi, em visita aos EUA, que não comentasse publicamente a lei.
Como o anti americanismo cresce no Paquistão, é provável que o governo de Islamabad rejeite a aplicação da lei Kerry-Lugar, depois de aprovada nos EUA.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

PRESSÃO CONTRA RELATÓRIO SOBRE ATROCIDADES EM GAZA

O relatório da Comissão da ONU que investigou a guerra de Gaza provocou o furor de Israel. Seu exército fôra condenado por crimes de guerra e contra a humanidade. O Hamas também foi, mas de forma muito mais leve.
Submetido ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, aconteceu uma surpresa. Obama, que havia jurado amizade aos islâmicos, pressionou a Autoridade Palestina para retirar seu apoio ao relatório. O argumento foi a ameaça de Netanyu de cortar quaisquer negociações sobre a Palestina caso seu país fosse condenado. Abbas, o presidente da Autoridade Palestina, cedeu. Sem seu endosso, os demais países-membros resolveram adiar a discussão por 6 meses para poderem analisar melhor o assunto.
Foi mais uma vitória do Netanyu.E também mais uma demonstração de que Obama acaba sempre se curvando diante das forças que dão suporte aos interesses israelenses nos Estados Unidos.
Ele até parecia que poderia se impor quando repetidas vezes exigiu a interrupção da construção de assentamentos na Cisjordânia, como pré-condição para se iniciarem as negociações da solução do problema palestino. Tinha força para isso. Se os EUA cortassem os bilhões de ajuda anuais a Israel e sua eterna defesa no Conselho de Segurança contra as constantes transgressões ao Direito internaqiconal do governo de Telaviv, este teria de ceder.
Todos sabem o que aconteceu. Netanyu manteve firmemente sua oposição à redução dos assentamentos. Obama ficou na retórica e acabou concordando com negociações sem mexer nos assentamentos. Pressionando por sua vez Abbas, este também aceitou. E, quando Netanyu ameaçou desistir das negociações caso o relatório fosse votado, pressionou novamente Abbas, que mais uma vez, rendeu-se, pensando em preservar as negociações.
O que é uma ilusão. Netanyu e seus aliados já declararam repetidas vezes que não entregarão 1 milímetro de terras ocupadas por judeus na Cisjordania e em Jerusalém Oriental, nem permitirão a volta das centenas de milhares de famílias palestinas expulsas de suas casas e terras, quando da criação do estado de Israel.
Nretanyu já sabe o que fazer. A experiência lhe mostrou que basta ficar firme e manter sua posição para sair ganhando..
A tendência é que Obama se conforme e force a Autoridade Palestina a aceitar migalhas, ou seja,. os batustões hoje ocupados por árabes:, regiões sem água, sem ligação entre si, com estradas controladas pelo exército israelense, a economia totalmente dependente de Israel. Um estado frágil, sem exército e sem controle do espaço aéreo, como já estabeleceu o primeiro ministro israelense.
No episódio do Conselho de Direitos Humanos da ONU,a atitude submissa de Abbas causou grandes reações, tanto do Hamas, quanto do próprio Fatá liderado por ele.
A principio o presidente da Autoridade Palestina repetiu a desculpa usada para adiar a discussão do relatório : mais tempo para analisá-lo. Como não pegou, assumiu o erro, culpando, porém, seus assessores que o teriam convencido que retirar seu apoio seria mais realista.
Como se sabe, no fim deste mês, Hamas e Fatá se reunião buscando a unidade. Há uma perspectiva da liderança do grupo unido não ficar nas mãos de Abbas, enfraquecido pelo episódio do Conselho dos Direitos Humanos. Poderá haver então um evolução substancial no movimento palestino como um todo.
Por enquanto, não parece que os árabes voltarão ao terrorismo. Mas certamente eles passarão a exigir o que tem direito: o cumprimento do chamado Mapa do Caminho, que determina, em sua primeira fase, que os árabes interrompessem suas ações bélicas (o que já foi feito), e os israelenses seus assentamentos.
Se isso acontecer, como então ficará Obama ?

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

IRÃ; OS PORQUÊS DA USINA DE QUDS

Apesar de ser o segundo produtor mundial de petróleo, o Irã importa 40% da gasolina que consome. Prefere suplementar assim suas necessidades de energia para poder exportar ao máximo petróleo e gás, multiplicando suas receitas em dólares.
Daí a importância do seu programa nuclear.
A usina de Quds está sendo construída para que a produção de urânio enriquecido não seja interrompida por um eventual bombardeio da usina de Natanz. Quds é semi-subterrânea e estrategicamente localizada numa região montanhosa, próxima a uma zona militar fortemente protegida por sistemas anti-míssil.
A construção de uma segunda usina tornou-se necessária face às repetidas ameaças de Israel e dos EUA, através de Bush, posteriormente,’’’’’’’’’’’ de Hillary Clinton e, por fim, do próprio Obama. No ano passado, os israelenses chegaram a realizar manobras com grande número de aviões para demonstrar sua capacidade de atingir qualquer alvo em território iraniano.

A UNIDADE PALESTINA ESTÁ PRÓXIMA

Depois de 6 tentativas frustradas, o Fatah e o Hamas buscam a unidade em reunião a realizar-se no Egito, em fins de outubro.
Parece que desta vez dará certo. A opinião pública palestina e o Egito vem pressionando nesse sentido.
O acordo vai ser facilitado pelo fim em janeiro de 2010 dos mandatos do presidente Abbas, membro do Fatá, e do parlamento, onde o Hamas tem maioria, o que levará a eleições gerais.
Para as lideranças dos dois movimentos a unidade torna-se necessária à luta pela independência depois do fracasso das iniciativas de paz do presidente Obama. Os palestinos sentem que, agora, tudo depende deles.
Israel não vê essa paz com bons olhos. Para o vice-presidente Silvan Shalom, a unidade palestina seria “a prova de que Abbas abandonou a busca de um acordo (com os israelenses)”, garantindo ao Hamas “credibilidade” e a posição de “influente protagonista político”. O que acabaria com o isolamento desses inimigos do “establishment” político israelense.