terça-feira, 11 de agosto de 2009

O PAQUISTÃO NÃO QUER SER BOMBARDEADO

A região paquistanesa que faz fronteira com o Afeganistão é usada pelos talibãs como santuário para onde fogem depois de realizarem ações contra o exército americano.
Por isso, o governo Bush, foi atrás deles : passou a atacá-los nos seus refúgios, com mísseis lançados por aviões sem piloto que sobrevoam essa região.
Tendo Barack Obama eleito como prioritária a guerra do Afeganistão, continuou e mesmo aumentou o número de ataques. Considerando o prazo de 1 ano, a partir de agosto de 2008, foram realizados 50 raids, que deixaram cerca de 500 mortos..
O exército americano encontra-se satisfeito com os resultados da “operação aviões sem piloto.” 14 líderes talibãs foram eliminados, inclusive o seu no.1. No entanto, esta alegria não é compartilhada pelos paquistaneses pois muitos dos mortos eram civis.
Recente pesquisa do Gallup revela que o povo considera os americanos a maior ameaça para o Paquistão. 59% dos respondentes votaram assim. A seguir, vieram a Índia (inimigo histórico) com 18% e o Talibã com 11%. Ratificando esse resultado, as operações militares americanas no país foram condenadas por 67% das pessoas.
Alarmado, o governo Zardari opôs-se formalmente aos ataques dos aviões sem piloto, afirmando que eles violam a soberania do país e causam baixas entre os civis o que pode levar a opinião pública a uma posição contrária aos esforços do exército nacional para derrotar os talibãs. Não consta que o governo Obama tenha se tocado com isso.
Comentando a situação, o tenente-general Hamid Nawaz Khan declarou à Al Jazeera :”Os americanos nos forçaram a lutar nesta guerra ao terror…o que quer que eles queriam, conseguiram, pois o governo é fraco demais para resistir a qualquer dos falcões americanos...”
O povo com concorda com ele. Na mesma pesquisa Gallup, o governo Zardari foi reprovado por 43% da população, contra apenas 11% a favor e 34%, indecisos.
Se Obama pretende conquistar os “hearts and minds” dos paquistanis, vai por caminho errado. Não vale à pena liquidar talibãs, com riscos de perder o Paquistão.

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