terça-feira, 1 de setembro de 2009

QUESTÃO NUCLEAR: IRÃ MUDA, OBAMA IMITA BUSH

Aproxima-se o prazo que Obama estabeleceu para o Irã negociar o problema nuclear. Teerã fez as primeiras concessões. Concordou com as exigências da IAEA (Agência Internacional de Energia Atômica) para expandir o monitoramento das instalações nucleares do país.
Na verdade, a IAEA declara que ainda não pode garantir que parte do urânio enriquecido na usina de Natanz não esteja sendo modificado, tornando-se material físsil para ogivas atômicas. No entanto, a agência está procurando montar um sistema de câmeras e de inspeções em Natanz capaz de acompanhar a rápida aceleração do programa de enriquecimento.
Já é um grande passo para a solução do problema.
Mas não é suficiente para Obama. Ele comporta-se exatamente como Bush. Depois de ensaiar uma atitude conciliatória, falar em negociações, passou a repetir seu antecessor, ameaçando o Irã com novas sanções.
Mesmo que o Irã ceda mais um pouco, facilite mais o trabalho de inspeção da IAEA e esta se declare satisfeita, Obama não aceita. Como Bush, ele exige que o governo de Teerã cesse de produzir urânio enriquecido, embora o Tratado Contra a Proliferação de Armas Atômicas não proíba essa atividade.
É preciso acalmar Israel, para, quem sabe, seu governo acabe concordando com a fundação de algum tipo de estado palestino.
É preciso agradar os “falcões” das Forças Armadas e do Congresso, para manter vivo o sonho impossível do presidente de conseguir o apoio unânime do país às reformas que, aliás, estão sendo descaracterizadas pelo caminho.

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