quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

OS EUA ESNOBAM PROPOSTA DE PAZ DO TALIBÃ

Revela o Wall Street Journal que, em 5 de dezembro, o Talibã enviou a empresas jornalísticas um e-mail que dizia: ”Não está em nossa agenda intervir nos assuntos internos de outros países e estamos prontos a fornecer garantias legais disso se as forças estrangeiras se retirarem do Afeganistão.”
Para os analistas, estaria implícita nessas “garantias legais” a proibição do uso do território pela Al Qaeda como base para praticar ações terroristas em outros países. Sem a Al Qaeda, a guerra se tornaria desnecessária. Maravilha, não?
Não.
Em entrevista à cadeia de TV ABC, Hillary saiu com essa:” Pedimos ao mulá Omar (o chefe do Talibã) que renunciasse às relações com Bin Laden depois do atentado de 9 de setembro e ele não aceitou. Não sei por que ele haveria de mudar de idéia agora”.
Na verdade, sabe-se que as razões podem ser várias: desinteligências (já comprovadas) com a Al Qaeda tornariam exagerado o preço pago para o Talibã defendê-la; preponderância dos elementos moderados sobre os radicais; confiança em que, sem as forças estrangeiras, o corrupto governo Kasai cairia facilmente.
O que não se sabe é porque Hillary desdenhou uma proposta que evitaria a morte de muitos soldados americanos, além de gastos orçados em 100 bilhões de dólares anuais.
Alguns analistas acreditam que a esnobação de Hillary seria uma estratégia para os EUA negociarem em posição privilegiada e assim poderem fazer exigências como: expulsão da Qaeda do território afegão (e não simples proibição); desarmamento das milícias talibãs; compromisso de se integrarem na legalidade como partido político, etc
Mas há outra hipótese.
O complexo industrial-militar, que, com a guerra está lucrando horrores, não estaria disposto a aceitar uma retirada brusca que acabaria com sua festa.
Obama, através de Hillary, estaria manobrando com cuidado para, aos poucos, conseguir dobrar prováveis reações contra a paz.

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