sexta-feira, 7 de agosto de 2009

BLACKWATER: CRIME E CASTIGO

Há 2 anos atrás, membros da Blackwater, empresa contratada por autoridades americanas para serviços de segurança no Iraque, assassinaram 17 civis, sem justificativas, na praça de Nisour Square, em pleno centro de Bagdá.
Pelos acordos com o governo de ocupação, eles não estavam sujeitos à lei do Iraque. Os iraquianos não se conformaram. Seu governo exigiu a expulsão da Blackwater e que ela fosse processada nos Estados Unidos, segundo as leis de lá.
Como a Blackwater tinha bons amigos no governo Bush, continuou atuando no Iraque. A partir de 2009, nos termos do acordo sobre a permanência das forças americanas (o SOFA), o governo iraquiano teria autonomia para livrar-se dela. Mas a Blackwater deu um “jeitinho”: mudou seu nome para “Xe” e firmou contratos para proteção de diplomatas americanos até setembro. Agora agindo com muito cuidado pois, com o SOFA, passara a estar sob jurisdição iraquiana.
Enquanto isso, o processo contra a Blackwater, no estado de Virginia, seguiu e chegou próximo á sua decisão.
Foram apresentadas acusações de que em muitos episódios os guardas da Blackwater mataram iraquianos a tiros sem provocação.
Antigos funcionários da empresa depuseram, revelando que seu presidente e fundador, Eric Prince,”se considerava um cruzado cristão cuja missão era eliminar os muçulmanos e a religião islâmica do globo.” Acusaram também a empresa de seguir uma política de assassinatos intencionais e empregar pessoas sem qualificações e treinamento para lidar com armas mortíferas.
A Blackwater foi a maior das empresas de segurança contratadas pelo governo americano para, não apenas proteger diplomatas e empresários, mas também realizar tarefas privativas das forças armadas tais como interrogatórios (muitas vezes com torturas), investigações e treinamento. Suas ações violentas geraram revolta no povo iraquiano.
Disse o deputado Legaa AL-Yassef:”Acredito que as autoridades americanas tem a principal responsabilidade pelo que aconteceu porque a Blackwater veio ao Iraque com sua permissão.” E concluiu :”A tragédia que aconteceu para o povo iraniano em Nisour Square e outros lugares não podem ser dissociadas das forças dos EUA no Iraque. O governo americano está tentando afastar sua responsabilidade, culpando as companhias privadas.”
Farid Walid, um dos feridos em Nisour Square, é menos severo :” Eles (a Blackwater e semelhantes) são um símbolo da ocupação. Ninguem esquecerá. Mas a imagem dos americano poderá, pelo menos melhorar um pouco, se os assassinos forem postos na prisão.”
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