sexta-feira, 28 de agosto de 2009

HONDURAS: POR TRÁS DO RECÚO DE MICHELETTI

Nada convencia Micheletti, o presidente do golpe, a aceitar qualquer concessão a favor do deposto Zelaya, até que os EUA resolveram começar a pressionar de fato. Hoje, a Reuters informou que 5ª.feira o “staff” do Departamento de Estado recomendara a Hillary Clinton que o movimento que expulsou o presidente eleito fosse declarado “golpe militar”. Com isso, de acordo com a lei americana, os EUA teriam de suspender toda a ajuda concedida a Honduras, ou seja, 215 milhões de dólares.
Ameaça de peso ! E ,assim, antes mesmo da declaração oficial da Casa Branca, Michelletti apressou-se a oferecer sua renúncia e a anistia a Zelaya, o qual até então ameaçava de prisão tão logo entrasse em território hondurenho. Deixou claro, porém, que o presidente deposto não reassumiria o poder.
Foi o primeiro recuo e provavelmente será seguido por outros até chegar à proposta do presidente Arias, da Costa Rica : Zelaya volta à presidência, com um governo de “conciliação”, integrado também pelos golpistas. E nada de referendo constitucional, que era o verdadeiro fantasma a ser exorcisado, não por permitir a reeleição do presidente (o que não acontecia) mas pelas leis avançadas que prometia ensejar.O que não seria mau, nem para os golpistas, nem para os EUA. Estando as eleições muito próximas, Zelaya não teria tempo de organizar as forças que o apóiam em torno de um nome com chance de se eleger presidente. Vencedores, os partidos de direita tratariam de romper relações com a ALBA e impedir qualquer reforma na Constituição para melhorar a qualidade de vida do pobríssimo povo hondurenho

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Luiz Eça,
Sou um habitual leitor do seu blog. Acompanho com interesse tudo o que você escreve. Chamou-me a atenção, hoje, quando ao abrir o jornal me deparei com uma notícia que você havia antecipado no seu blog. Parabéns pela perspicácia e análise profunda.
Edilson Ribeiro