segunda-feira, 28 de setembro de 2009

IRÃ NUCLEAR: DENÚNCIA FALSA DO OCIENTE

Dia 25 de setembro, dramaticamente, os líderes dos EUA, França e Reino Unido
denunciaram a existência de uma usina nuclear secreta no Irã, destinada a
enriquecer urânio, permitindo a produção1 ou 2 bombas atômicas por ano.
Para Obama, Sarkosy e Brown seria uma prova definitiva das más intenções
iranianas e da falsidade de suas alegações de que seu programa nuclear seria
pacífico.
Na ocasião, Obama declarou :”O Irã está quebrando regras que todas as nações
devem seguir”.
Para Brown:”A comunidade internacional hoje não tem escolha senão traçar uma
linha na areia”. Uma metáfora significando que agora a solução seria um
ultimato.
Por sua vez, Sarkosy, belicosamente, declarou :”Tudo, mas tudo, tem de ser posto
na mesa agora”, numa insinuando clara da guerra como opção válida.
O próprio Obama, pela primeira vez, considerou a linguagem dos canhões como
uma alternativa aceitável..
E, eufórica, a falcoa Hillary Clinton, assegurou que nenhuma explicação do Irã
seria possível.
E eis que hoje, que chato, o Ocidente civilizado tem de se curvar diante do
bárbaro Irã, bater no peito e fazer um mea culpa.
Ali Asghar Soltanieh, representante do Irã na IAEA (Agência Internacional de
Energia Atômica), anunciou que a existência da usina de Qud já fora comunicada
por ele a essa agência no dia 21 de setembro. Quatro dias antes da denúncia do
trio de estadistas ocidentais da usina rotulada de “secreta”.
Soltanieh informou que a nova instalação, ora em construção, só se tornará
operacional daqui a 540 dias. E lembrou que, de acordo com a clausula 153 da
AIEA, o Irã ainda tinha muito tempo para anunciar a usina de Quds.
O representante iraniano permitiu-se ser irônico (ele tinha direito) :”É uma pena
que nenhum destes 3 líderes tenha assessores jurídicos para informar que, de
acordo com corretas precauções, nós só seríamos obrigados a informá-los (sobre
Quds) seis meses antes do início da produção do material nuclear.”
E concluiu: ”O problema é que nós somos vítimas da negligência daqueles que
clamam que conhecem a lei internacional.”
Na verdade, pior do que isso. A má vontade dos estadistas ocidentais com
relação ao Irã é manifesta.

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