quarta-feira, 19 de agosto de 2009

MULHERES NO MINISTÉRIO DO IRÃ; UMA FALSA REVOLUÇÃO

Ahmadinejad surpreendeu agradavelmente ao anunciar a nomeação de três mulheres para seu ministério. Parecia que ele fôra sensibilizado pelos clamores dos manifestantes reformistas de Teerã.
Doce ilusão... Duas delas (a terceira ainda não se conhece) são militantes linha dura, seguidoras do mais atrasado pensamento islâmico. Fatemeh Ajorlou, indicada para Bem Estar e Segurança Social e Marzieh Vahid Dastjerdi, para Saúde, foram deputadas que defenderam leis contra a igualdade entre os sexos, tornaram mais dificil para as mulheres requerer o divórcio, a custódia dos seus filhos e fazerem aborto. Fatemeh defende o uso do chador (manto que cobre a mulher da cabeça aos pés) – como protetor da castidade - e propôs uma lei restringindo o ingresso de mulheres nas universidades, sob alegação de que não estava havendo um “balanço” : nos últimos anos, 70% dos novos estudantes eram mulheres.
Por sua vez, Vahid opôs-se à lei que facilitaria a adesão do Irã à Convenção pela Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres.
Pelo jeito, Ahmadinejad quis agradar ao mesmo tempo à oposição reformista, nomeando mulheres, e ao situacionismo conservador, escolhendo-as entre as mais retrógadas de suas militantes.
É provável que tenha fracassado duplamente. A oposição recebeu mal as indicações que devem ainda ser aprovadas por um parlamento tão conservador que talvez não aceite mulheres ministros, ainda que tenham as credenciais das nomeadas.

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