Assim Stephen Corry, diretor da ong SURVIVAL, chamou os acontecimentos na cidade de Bagua Grande, no Peru amazônico. Ali a polícia ,fortemente armada, entrou em choques com 2.000 manifestantes indígenas.
Segundo as autoridades, morreram 32 pessoas, sendo 23 policiais, mas advogados de direitos humanos peruanos falam em 60 indígenas comprovadamente mortos, além de centenas desaparecidos. Informes vindos da região relatam que as forças de segurança impuseram um toque de recolher e estariam queimando e enterrando índios mortos. Acusando o governo, Ernesto de La Jara, do Instituto de Defesa Legal, declarou :”Corpos mortos podem ser ocultos mas, pouco a pouco, a verdade virá a público e eles terão de responder por isso.”
A crise prende-se à promulgação por Alan Garcia, presidente do Peru, de decretos concedendo vastas áreas no Peru amazônico a empresas estrangeiras para a exploração de gás e petróleo em territórios ancestrais das comunidades indígenas. Nos termos da Constituição, elas deveriam ser consultadas, o que Garcia não fez. Em defesa dos seus direitos, índios de 56 comunidades revoltaram-se, bloqueando rodovias e estradas de ferro.
A violência policial provocou muitos protestos internacionais e passeatas em cidades do Peru. E o Conselho Mundial das Igrejas exigiu uma investigação internacional. Preocupado com as dimensões da questão, Alan Garcia suspendeu os decretos e dispôs-se a discuti-los com as comunidades indígenas.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
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