Nos termos do SOFA, acordo firmado com o governo do Iraque para o fim da ocupação, as tropas americanas deverão deixar suas bases nas cidades até 30 de junho, deslocando-se para o interior.
O general Odierno, comandante em chefe americano, acaba de assegurar que esse prazo será respeitado religiosamente.
Mas as coisas não são bem assim.
Na semana passada, o exército informou que continuaria em Bagdá Sul pois, num curioso raciocínio geográfico, essa região não faria parte de Bagdá e, como não se tratava de uma cidade, ficaria fora das áreas a serem desocupadas.
E hoje, o próprio general Odierno, se contradisse.Segundo ele, o exército americano continuará estabelecido também em Sadr City, um subúrbio de Bagdá, centro do poder de Al Sadr, o líder insurgente cuja milícia enfrentou o exército americano nas ruas de Najaf, Faluja , Bagdá e outras cidades. A milícia de Al Sadr, o chamado exército Mehdi, já recolheu as armas, convencido da inutilidade de combater os exércitos dos Estados Unidos e do governo a iraquiano juntos e ingressou no jogo político oficial. Mas, you never know, vai que eles decidam voltar às armas... Ad cautelam o comando americano optou por manter suas tropas em Sadr City, contra o disposto no SOFA. Aliás, segundo fontes do exército, haverá outras violações desse tipo. Em mais 14 cidades, os soldados americanos permanecerão , alegando , que é para “aconselhar” os oficiais do ira que e treinar seus solfdados.
Esse desrespeito a um tratado firmado entre dois países não está sendo feito à revelia do governo de Bagdá. Embora o primeiro-ministro iraquiano proteste e exija o cumprimento dos artigos do SOFA, na verdade, ele quer que os soldados americanos permaneçam nas cidades não só para dispor de mais força para combater os terroristas e os insurgentes, mas também para pressionar a oposição.
O mais grave é que regras do SOFA estão sendo descumpridas pelos Estados Unidos pela segunda vez em apenas 5 meses de vigência do tratado. Recorde-se que a primeira violação ocorreu há um mês quando tropas americanas atacaram uma casa, presumivelmente cheia de militantes da Al Qaeda, sem a autorização das autoridades iraquianas como preceitua o SOFA. Registre-se que, além da violar o tratado, a ação americana foi totalmente furada, matando um inocente, prendendo outro e ferindo vários. Nenhum era terrorista.
Esta sem cerimônia com que os militares americanos ignoram o SOFA fazem temer que seu objetivo final – a retirada em dezembro de 2010 – não seja cumprido.
O próprio chefe das forças armadas americanas no Iraque, o general Casey, confirmou estas apreensões quando declarou que “o mundo segue perigoso e imprevisível”, sendo lógico que o exército de Tio Sam permaneça no Iraque por mais uma década. Na ocasião ele apressou-se a iacrescentar que não lhe caberia a tomada de decisões sobre a política do país..
Aí foi modesto ou talvez cínico. Desde a posse de Obama, os generais tem pressionado e conseguido importantes concessões, como o prolongamento do prazo de retirada do Iraque ,dos prometidos 16 meses para 2 anos, e a nomeação para o Afeganistão de um chefe militar “duro” , ex-comandante do Camp Nama, onde se torturava até mesmo meros suspeitos
Com base nisso tudo, é razoável supor que os militares pressionarão Obama para permanecer mais tempo no Iraque.
Será mais um desafio a ser vencido, vital para que o presidente mostrar a que veio..
quarta-feira, 10 de junho de 2009
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