Domingo, a Argentina elege metade da Câmara e um terço do Senado. E o projeto dos Kirchner, até agora sustentado pela maioria das duas Casas, corre riscos. Nas últimas 5 pesquisas, na provincia de Buenos Aires, o maior colégio eleitoral do país ,com 37% dos votos, o governo obtinha entre 34 e 38% das intenções. A oposição de direita, entre 29 e 34%, a coalizão de radicais e social demócratas, entre 16 e 21% e os demais partidos, inclusive grupos esquerdistas, entre 5 e 8%.. Mantendo-se esse resultado, o governo prcisará do apoio da esquerda para governar. O que não será fácil de conseguir apesar das afinidades ideológicas entre os dois lados. Afinal,o projeto Kirchner é nacionalista, com intervenção estatal na economía, visando a promoção das classes pobres. Mas as relações estão azedadas, os políticos esquerdistas consideram o casal Kirchner populistas e oportunista.
No seu governo, Nestor Kirchner rompeu com o FMI e seus principios neoliberais, forçando a baixa dos juros e a valorização do dólar para facilitar as exportações, e a renegociação da dívida externa em condições extremamente favoráveis. No plano interno, estatizou empresas de serviços públicos que funcionavam mal. Com isso, nos 5 anos do seu mandato, a Argentina cresceu cerca de 50%, o desemprêgo caiu de 20% para 9%e E a pobreza de 54% para 23%.
Sua sucessora, Cristina Kirchner antagonizou-se com as clases empresariais.
Primeiro com os latifundiários. Ela quiz aumentar a taxação sobre as exportações de commodities. A reação foi um locaute que privou as cidades de alimentos de primeira necessidade. Contando com o apoio da maior parte da mídia, os produtores coseguiram jogar a população contra Cristina. A isso somou-se a inflação, que chegou a dois digitos, e uma seca sem precedentes, que reduziu consideravelmente a safra de cereais.Como resultado, no início da campanha eleitoral, a imagen de Cristina estava em forte queda : de 60 para 30%.
Novos problemas surgiram quando Chavez nacionalizou 3 empresas da Technit, maior multinacional do país, e empresarios urbanos de todos os setores reclamaram de uma suposta inércia do governo na defesa dos intereses argentinos. Os protestos se ampliaram quando Cristina forçou a disrtibuidora de energía Edesur a investir seus lucros ao invés de convertê-los em dividendos.
Baseando-se nesses fatos e nas restatizações da Previdência Social e das Aerolineas Argentinas, a oposição de direita passou a atacar o intervencionismo estatal, acoimando-o de chavismo”.
Aparentemente, não pegou bem já que, na semana da eleição, o deputado federal Narvaez, líder dos partidos de direita, numa incrível reviravolta, passou a defender a estatização de todos os serviços públicos e empresas de energia, inclusive a Yacimientos Petrolíferos.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
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