A onda esquerdista que elegeu os presidentes da Vnezuela, Argentina, Uruguai, Bolivia, Chile, Brasil, Equador, Nicarágua e El Salvador ameaça refluir.
Na Argentina e no Chile, os governos de centro-esquerda correm risco de serem derrotados nas próximas eleições.
No Chile, Eduardo Frei, o candidato presidencial da Concertação - união dos partidos socialista, radical e democrata cristão, no poder há 20 anos- não é bem visto por amplos setores do seu partido que o consideram “muito mais centro do que esquerda” (Frei é democrata-cristão). Eles lançaram um candidato esquerdista, o socialista Enriquez-Ominami que rapidamente conquistou o eleitorado jovem com sua pregação de mudanças radicais.
Por sua vez, a direita tem um candidato muito forte: o bilionário Sebastián Piñera, dono da LAN Airlines e de uma cadeia de emissoras de TV. Piñera se mostra um conservador moderado, garante que votou contra Pinochet no referendo que afastou o ditador do governo do país. Defende a “mudança”, criticando o imobilismo dos diversos governos da Concertação, que não conseguiram mudar o perfil econômico do Chile, ainda um país dependente da exportação do cobre. Sua candidatura é avalizada pelo apoio do senador Fernando Flores, ex- socialista e ex-ministro de Alllende, que passou 3 anos nos cárceres da ditadura chilena. Conta, ainda, a seu favor com um alto índice de conhecimento junto ao povo, tendo disputado as últimas eleições contra a atual presidente, Michlle Bachelet, da qual perdeu por escasso número de votos.
Por enquanto, o direitista Piñera parece ter mais chances. Bachelet não conseguiu transferir para Frei o seu prestígio (ela está com 67% de aprovação). Por sua vez, Ominami vem crescendo muito.Pesquisa realizada neste mês mostra que : entre abril e junho, Frei foi de 29 para 24% ; Piñera de 36 para 33%; Ominami de 14 para 25%.
Já o projeto nacionalista e popular do Partido Justicialista do casal Kirchner também enfrenta um desafio difícil.
Depois dos anos de glória do governo de Nestor Kirchner que, em apenas 5 anos, aumentou em 50% o PIB nacional, reduziu o desemprego de 21 para 8% , venceu batalhas contra o FMI e o mercado financeiro internacional e promoveu o processo e prisão de militares torturadores, sua sucessora, Cristina Kirchner está diante de uma séria crise.
Ela quis aumentar o imposto das exportações de commodities para aumentar os recursos do estado e manter baixo o valor do peso, facilitando as exportações. Os grandes proprietários rurais não aceitaram e uniram-se contra o governo , promovendo um lock-out que reduziu consideravelmente as receitas públicas.. Pior do que isso : deixou a população das cidades com falta de alimentos. Contando com apoio da mídia, os proprietários rurais convenceram a opinião pública de que o governo era o culpado pelo desabastecimento.
Cristina teve de fazer concessões para conseguir um acordo, mas essa situação havia durado tempo suficiente para lesar seriamente sua imagem.
Logo a seguir com a recessão mundial, novos problemas se sucederam. Uma seca implacável derrubou a safra de soja e de outros cereais. As exportações caíram. A inflação cresceu a níveis muito altos -20% segundo alguns institutos. E Cristina passou a receber ataques de todos os lados – da direita à esquerda radical. Ela chega fragilizada nas eleições parlamentares que se realizarão em 26 de junho.
Mas Nestor Kirchner ainda é um nome muito forte. As pesquisas apontam os candidatos do seu partido na liderança, com 28 e 38% das intenções de voto, enquanto os partidos de centro-direita tem entre 24 e 29% e o partido mais à esquerda, de Elisa Carrión, 21 a 24%.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
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