quarta-feira, 10 de junho de 2009

PALESTINA : O DRAMA DE GAZA CONTINUA

Condoídos (e talvez sentindo-se culpados) pelo massacre de Gaza, os Estados Unidos , países árabes aliados da Casa Branca e a Europa prometeram cerca de 3 bilhões e dólares para a recuperação da região.

“Dinheiro é muito importante mas não vai resolver o problema a não ser que a comunidade internacional pressione Israel para abrir as fronteiras de Gaza”, ponderou Gasser Abdel-Razek, porta-voz da ONG, Oxfam Internacional.
Sim, por que, não contentes em matar mais de 1.500 pessoas, a maioria civis, e destruir ou danificar seriamente 15.000 casas, além de escolas, hospitais,lojas, fábricas,usinas e oficinas, Israel continua bloqueando Gaza, 4 meses depois do fim da guerra.

Nada entra ou sai sem autorização do seu exército Alimentos pode, mas com severas limitações. Recentemente, a massa para macarrão foi proibida...
Já materiais de construção, peças de reposição e equipamentos necessários à reconstrução da cidade ,que as bombas e mísseis israelenses transformaram em ruínas, não passam de jeito nenhum.
“Definitivamente, não queremos ver a boa vontade da comunidade internacional explorada pelo Hamas e ser aproveitada por seus objetivos extremistas”, trovejou Mark Regev, em nome do governo de Telavive.
Diz temer que os rebeldes usem o cimento, o aço e os ferros proibidos para produzir foguetes...

Foi inútil Wood, representante do Departamento de Estado americano, explicar que “o Hamas não veria nem um centavo do dinheiro das doações.”
Por que o objetivo do governo de Netanyu é levar a comunidade de Gaza ao desespero – faminta e sem empregos, sem teto, sem assistência médica aceitável sem escolas, com serviços de energia elétrica e água precários– para que ela se volte contra o Hamas, culpando-o por sua infelicidade.

Tendo esse objetivo presente, na semana passada, o bloqueio foi reforçado. Israel decretou que “por razões de segurança”, não poderiam haver plantações, construções e criação de animais numa faixa de 300 metros ao logo de toda a fronteira. Com isso, de acordo com a ONU, foram transformadas em deserto 30% das terras aráveis de Gaza. Dezenas de fazendeiros desavisados, que penetraram nessa “faixa de segurança”, foram mortos ou feridos pelos soldados. E: tornou-se ainda mais grave a crise da falta de alimentos na região.

Mas, dificilmente o drama de Gaza terá o fim que Israel almeja.
A tendência é que aconteça justamente o contrário. O sofrimento costuma gerar um ódio cada vez maior aos algozes. E resultará num inevitável crescimento do prestígio dos únicos que nesta terrível situação tem procurado ajudar o povo de Gaza, ou seja, o Hamas.

Enquanto isso, a comunidade internacional parece ter se contentado em prometer os recursos capazes de salvar Gaza.
Pouco tem feito para forçar Israel a se comportar de uma forma humana, permitindo que esses recursos possam ser devidamente usados.
Prefere fazer de conta que Gaza não existe.
É a solução do avestruz, a mesma que o povo alemão adotou quando preferiu ignorar o que os nazistas estavam fazendo com os judeus.

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