Quando o Brasil denunciou na ONU o cerco da sua embaixada pelas forças do
governo golpista, a representante americana censurou nosso governo.
Declarou que o foro competente para o protesto brasileiro seria a OEA, nunca a
ONU.
Mais uma vez os EUA permitem-se o direito de condenar nos outros o que eles
fazem.
Por exemplo : será que criar, como a Casa Branca criou, um comitê de seis
potências para julgar o programa nuclear do Irã não é função da ONU?
Somando-se ao pronunciamento americano na ONU, o Departamento de Estado
qualificou a atitude de Zelaya como “irresponsável e tola”.
Claro, foi contra seus interesses.
O affair Honduras tinha entrado em compasso de espera: Michelletti não aceitava
a volta de Zelaya de jeito nenhum e as sanções aplicadas contra seu governo não
o comoviam.
Tudo se encaminhava para um fato consumado, com as eleições em novembro
que colocariam no poder alguém de um dos partidos de direita que certamente
refugaria a Alba.
Os Estados Unidos diriam que fez seu papel, condenando a deposição de Zelaya
e até pressionando com algumas punições, na verdade, apenas paliativas.
E teriam conseguido seu objetivo real: retirar Honduras da zona de influencia do
incômodo Chavez.
Um happy end digno dos filmes da Metro dos tempos de Esther Willians,
atrapalhado pela ação de Zelaya, a qual, apoiada pelo Brasil, fez o problema
voltar, gerando protestos populares e violências dos golpistas, numa reação em
cadeia cujo fim passa a ser incerto.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
IRÃ NUCLEAR: DENÚNCIA FALSA DO OCIENTE
Dia 25 de setembro, dramaticamente, os líderes dos EUA, França e Reino Unido
denunciaram a existência de uma usina nuclear secreta no Irã, destinada a
enriquecer urânio, permitindo a produção1 ou 2 bombas atômicas por ano.
Para Obama, Sarkosy e Brown seria uma prova definitiva das más intenções
iranianas e da falsidade de suas alegações de que seu programa nuclear seria
pacífico.
Na ocasião, Obama declarou :”O Irã está quebrando regras que todas as nações
devem seguir”.
Para Brown:”A comunidade internacional hoje não tem escolha senão traçar uma
linha na areia”. Uma metáfora significando que agora a solução seria um
ultimato.
Por sua vez, Sarkosy, belicosamente, declarou :”Tudo, mas tudo, tem de ser posto
na mesa agora”, numa insinuando clara da guerra como opção válida.
O próprio Obama, pela primeira vez, considerou a linguagem dos canhões como
uma alternativa aceitável..
E, eufórica, a falcoa Hillary Clinton, assegurou que nenhuma explicação do Irã
seria possível.
E eis que hoje, que chato, o Ocidente civilizado tem de se curvar diante do
bárbaro Irã, bater no peito e fazer um mea culpa.
Ali Asghar Soltanieh, representante do Irã na IAEA (Agência Internacional de
Energia Atômica), anunciou que a existência da usina de Qud já fora comunicada
por ele a essa agência no dia 21 de setembro. Quatro dias antes da denúncia do
trio de estadistas ocidentais da usina rotulada de “secreta”.
Soltanieh informou que a nova instalação, ora em construção, só se tornará
operacional daqui a 540 dias. E lembrou que, de acordo com a clausula 153 da
AIEA, o Irã ainda tinha muito tempo para anunciar a usina de Quds.
O representante iraniano permitiu-se ser irônico (ele tinha direito) :”É uma pena
que nenhum destes 3 líderes tenha assessores jurídicos para informar que, de
acordo com corretas precauções, nós só seríamos obrigados a informá-los (sobre
Quds) seis meses antes do início da produção do material nuclear.”
E concluiu: ”O problema é que nós somos vítimas da negligência daqueles que
clamam que conhecem a lei internacional.”
Na verdade, pior do que isso. A má vontade dos estadistas ocidentais com
relação ao Irã é manifesta.
denunciaram a existência de uma usina nuclear secreta no Irã, destinada a
enriquecer urânio, permitindo a produção1 ou 2 bombas atômicas por ano.
Para Obama, Sarkosy e Brown seria uma prova definitiva das más intenções
iranianas e da falsidade de suas alegações de que seu programa nuclear seria
pacífico.
Na ocasião, Obama declarou :”O Irã está quebrando regras que todas as nações
devem seguir”.
Para Brown:”A comunidade internacional hoje não tem escolha senão traçar uma
linha na areia”. Uma metáfora significando que agora a solução seria um
ultimato.
Por sua vez, Sarkosy, belicosamente, declarou :”Tudo, mas tudo, tem de ser posto
na mesa agora”, numa insinuando clara da guerra como opção válida.
O próprio Obama, pela primeira vez, considerou a linguagem dos canhões como
uma alternativa aceitável..
E, eufórica, a falcoa Hillary Clinton, assegurou que nenhuma explicação do Irã
seria possível.
E eis que hoje, que chato, o Ocidente civilizado tem de se curvar diante do
bárbaro Irã, bater no peito e fazer um mea culpa.
Ali Asghar Soltanieh, representante do Irã na IAEA (Agência Internacional de
Energia Atômica), anunciou que a existência da usina de Qud já fora comunicada
por ele a essa agência no dia 21 de setembro. Quatro dias antes da denúncia do
trio de estadistas ocidentais da usina rotulada de “secreta”.
Soltanieh informou que a nova instalação, ora em construção, só se tornará
operacional daqui a 540 dias. E lembrou que, de acordo com a clausula 153 da
AIEA, o Irã ainda tinha muito tempo para anunciar a usina de Quds.
O representante iraniano permitiu-se ser irônico (ele tinha direito) :”É uma pena
que nenhum destes 3 líderes tenha assessores jurídicos para informar que, de
acordo com corretas precauções, nós só seríamos obrigados a informá-los (sobre
Quds) seis meses antes do início da produção do material nuclear.”
E concluiu: ”O problema é que nós somos vítimas da negligência daqueles que
clamam que conhecem a lei internacional.”
Na verdade, pior do que isso. A má vontade dos estadistas ocidentais com
relação ao Irã é manifesta.
PAQUISTÃO: NOVA ESCALADA MILITAR AMERICANA?
O Departamento de Estado ameaçou o governo do Paquistão de intervenção
militar na cidade de Quetta, caso o governo de Islamabad não atue contra os
talibãs no local, reporta o site Anti-war.
Quetta, a capital da província do Baloquistão, com 750 mil habitantes, é
considerada um refúgio dos principais chefes talibãs.
Até agora as ações militares americanas no país tem se sido bombardeios de
regiões rurais por aviões sem piloto. Muitos militantes inimigos tem sido mortos
assim, mas, além deles, um número bem maior de civis inocentes foi
vitimizado, o que gerou um profundo anti- americanismo na população
paquistanesa.
Este sentimento tende a se agravar se os EUA cumprirem sua ameaça, quer
atacando Quetta com aviões sem piloto, quer usando forças terrestres. Qualquer
que seja a opção, as mortes de civis inocentes superarão largamente as que já
ocorreram até agora pois Quetta é uma cidade densamente povoada e nenhum
ataque dito “cirúrgico” poderá atingir somente os talibãs que vivem misturados
com a população.
militar na cidade de Quetta, caso o governo de Islamabad não atue contra os
talibãs no local, reporta o site Anti-war.
Quetta, a capital da província do Baloquistão, com 750 mil habitantes, é
considerada um refúgio dos principais chefes talibãs.
Até agora as ações militares americanas no país tem se sido bombardeios de
regiões rurais por aviões sem piloto. Muitos militantes inimigos tem sido mortos
assim, mas, além deles, um número bem maior de civis inocentes foi
vitimizado, o que gerou um profundo anti- americanismo na população
paquistanesa.
Este sentimento tende a se agravar se os EUA cumprirem sua ameaça, quer
atacando Quetta com aviões sem piloto, quer usando forças terrestres. Qualquer
que seja a opção, as mortes de civis inocentes superarão largamente as que já
ocorreram até agora pois Quetta é uma cidade densamente povoada e nenhum
ataque dito “cirúrgico” poderá atingir somente os talibãs que vivem misturados
com a população.
AFEGANISTÃO: A GUERRA PERDE TERRENO NOS EUA
Pesquisa recente do Wall Street Journal e da NBC mostra que o povo americano vê a guerra do
Afeganistão com maus olhos. 51% dos respondentes são contra o envio de mais soldados e 59%
tem pouca confiança no sucesso americano.
As últimas mudanças na política externa de Barack Obama – desistindo de obrigar Israel a parar de
ampliar os assentamentos e tornando-se crescentemente agressivo com relação ao Irã –
aparentemente pegaram mal.
A aprovação às ações de Obama nessa área caiu de 57%, em julho, para 50%, em agosto.
Afeganistão com maus olhos. 51% dos respondentes são contra o envio de mais soldados e 59%
tem pouca confiança no sucesso americano.
As últimas mudanças na política externa de Barack Obama – desistindo de obrigar Israel a parar de
ampliar os assentamentos e tornando-se crescentemente agressivo com relação ao Irã –
aparentemente pegaram mal.
A aprovação às ações de Obama nessa área caiu de 57%, em julho, para 50%, em agosto.
domingo, 20 de setembro de 2009
EX-DIRETORES DA CIA TENTAM ABAFAR INVESTIGAÇÕES
Sete ex diretores da CIA enviaram carta a Obama pedindo o fim das investigações sobre torturas praticadas pela “agência” no período de George Bush. Segundo o texto, publicado na página web da cadeia ABC, eles alegaram que “a divulgação de antigas operações de inteligência só pode ajudar a Al Qaeda a enganar a espionagem americana e a preparar futuras operações.” Argumento nada claro.
Também afirmaram que os governos aliados poderiam se sentir inibidos em colaborar. Ou, trocando em miúdos : países como o Egito ou a Romêia, para onde a CIA costumava enviar prisioneiros para serem torturados sem problemas com a imprensa, poderão ficar com receio de aplicar tais métodos.
Sabe-se que o Departamento de Justiça pretende concentrar suas investigações só nos casos mais graves, naqueles que resultaram em morte dos suspeitos, por exemplo.
Infelizmente, não há indicação de que os principais culpados, aqueles que deram as ordens, serão indiciados. George Bush seria um deles. Reporta Richard Clarke, ex diretor de contra terrorismo, no seu livro Agains All Enemies, que ,numa reunião na Casa Branca, em 2001, foi dito que a lei internacional proibia torturas. E o presidente replicou :”Não me incomodo com o que os advogados internacionais dizem, nós vamos chutar alguns rabos.”
Seis dias depois ele deu à CIA a “ampla autoridade” por ela requerida...
Em 2002, num memorando ao presidente, seu Secretário da Justiça, Alberto Gonzalez, dizia :”Sua determinação de que Genebra não se aplica criaria uma base legal racional de que a Seção 2441(do Ato 1996, sobre crimes de guerra) não se aplica, fornecendo uma defesa sólida contra qualquer processo futuro”.
Diante deste “parecer”, Bush editou uma ordem executiva , estabelecendo :”Aceito a conclusão legal do Departamento de Justiça e determino que o artigo 3 de Genebra (que condena as torturas) não se aplica nem Al Qaeda, nem ao Talibã.””
Assim não entendeu a Suprema Corte que . em junho de 2006, decidiu que a Convenção de Genebra aplica-se sim à Al Qaeda e ao Talçibã. E o juiz Anthony M.Kennedy determinou que as “violações do Artigo 3 são consideradas crimes de guerra, puníveis como transgressões federais.”
Como se vê, a base legal que existe é para Bush ser processado. Mas isso não Vai acontecer. A real politik de Obama impede. Nos termos dela, ele tem feito concessões e mais concessões ao Partido Republicano, pensando na aprovação das suas reformas da Economia e da Saúde. Até agora, sem nenhuma reciprocidade..
Também afirmaram que os governos aliados poderiam se sentir inibidos em colaborar. Ou, trocando em miúdos : países como o Egito ou a Romêia, para onde a CIA costumava enviar prisioneiros para serem torturados sem problemas com a imprensa, poderão ficar com receio de aplicar tais métodos.
Sabe-se que o Departamento de Justiça pretende concentrar suas investigações só nos casos mais graves, naqueles que resultaram em morte dos suspeitos, por exemplo.
Infelizmente, não há indicação de que os principais culpados, aqueles que deram as ordens, serão indiciados. George Bush seria um deles. Reporta Richard Clarke, ex diretor de contra terrorismo, no seu livro Agains All Enemies, que ,numa reunião na Casa Branca, em 2001, foi dito que a lei internacional proibia torturas. E o presidente replicou :”Não me incomodo com o que os advogados internacionais dizem, nós vamos chutar alguns rabos.”
Seis dias depois ele deu à CIA a “ampla autoridade” por ela requerida...
Em 2002, num memorando ao presidente, seu Secretário da Justiça, Alberto Gonzalez, dizia :”Sua determinação de que Genebra não se aplica criaria uma base legal racional de que a Seção 2441(do Ato 1996, sobre crimes de guerra) não se aplica, fornecendo uma defesa sólida contra qualquer processo futuro”.
Diante deste “parecer”, Bush editou uma ordem executiva , estabelecendo :”Aceito a conclusão legal do Departamento de Justiça e determino que o artigo 3 de Genebra (que condena as torturas) não se aplica nem Al Qaeda, nem ao Talibã.””
Assim não entendeu a Suprema Corte que . em junho de 2006, decidiu que a Convenção de Genebra aplica-se sim à Al Qaeda e ao Talçibã. E o juiz Anthony M.Kennedy determinou que as “violações do Artigo 3 são consideradas crimes de guerra, puníveis como transgressões federais.”
Como se vê, a base legal que existe é para Bush ser processado. Mas isso não Vai acontecer. A real politik de Obama impede. Nos termos dela, ele tem feito concessões e mais concessões ao Partido Republicano, pensando na aprovação das suas reformas da Economia e da Saúde. Até agora, sem nenhuma reciprocidade..
sábado, 19 de setembro de 2009
INTELIGÊNCIA AMERICANA: IRÃ SEM PROGRAMA DE BOMBA NUCLEAR
O serviços de inteligência dos EUA reafirmaram seu relatório apresentado em 2007: o Irã não desenvolve um programa de produção de armas nucleares. Claro, informaram á Casa Branca mas Obama, aparentemente, fez ouvidos moucos. Prefere acreditar em Israel e continua exigindo o fim do enriquecimento do urânio , o qual, para ele, se destinaria à produção de artefatos nucleares.
Os serviços de inteligência constataram que até 2003, realmente o exército iraniano buscava desenvolver uma bomba desse tipo mas nesse ano interrompeu completamente o programa. Enquanto outras agências do governo americano sustentam que os iranianos deixaram em aberto sua opção para desenvolver tais armas, os serviços de inteligência (leia-se espionagem) tem confiança moderada de que isso não acontece. Por enquanto, não há indícios de espécie alguma nesse sentido.
Os serviços de inteligência constataram que até 2003, realmente o exército iraniano buscava desenvolver uma bomba desse tipo mas nesse ano interrompeu completamente o programa. Enquanto outras agências do governo americano sustentam que os iranianos deixaram em aberto sua opção para desenvolver tais armas, os serviços de inteligência (leia-se espionagem) tem confiança moderada de que isso não acontece. Por enquanto, não há indícios de espécie alguma nesse sentido.
A RUSSIA FECHA COM O IRÃ NUCLEAR
Obama desistiu da idéia de cercar a Russia de uma barragem de mísseis e anti-mísseis porque as experiências realizadas pela Força Aérea com esse sistema fracassaram.
Espertamente, declarou aos russos que o fizera como ato de boa vontade já que Moscou era violentamente contra o projeto.Pediu em troca apoio para mais sanções contra o Irã.
Parece que não conseguiu.
Serge Lavrov, o Ministro das Relações Exteriores russo,foi muito claro : qualificou as novas sanções como “um sérrio erro.”
Portanto, veto certo ás sanções no Conselho de Segurança.
E aí, Israel atacará ? Os EUA apoiarão? E a ONU ficará de braços cruzados ?
Espertamente, declarou aos russos que o fizera como ato de boa vontade já que Moscou era violentamente contra o projeto.Pediu em troca apoio para mais sanções contra o Irã.
Parece que não conseguiu.
Serge Lavrov, o Ministro das Relações Exteriores russo,foi muito claro : qualificou as novas sanções como “um sérrio erro.”
Portanto, veto certo ás sanções no Conselho de Segurança.
E aí, Israel atacará ? Os EUA apoiarão? E a ONU ficará de braços cruzados ?
ORIENTE MÉDIO: OBAMA ENTREGANDO OS PONTOS
Obama ofereceu a Israel um negócio de pai para filho : licença para abrir escritórios comerciais em vários países árabes, direito da El Al economizar toneladas de combustível voando sobre o território árabe e, visto para entrada de missões culturais israelenses nesses países, entre outras vantagens. Só pedia em troca o que Israel, desde os acordos do “mapa da mina” havia se comprometido a fazer : cessar os assentamentos, aliás, declarados ilegais pela ONU.
Obama insistiu, exigiu, gritou.
Nada feito. Netanyu disse”não” e Obama não teve coragem de ao menos ameaçar cortar um dos muitos recursos, que fazem de Israel a nação mais beneficiada pelos EUA em todo o mundo.
Na mesma ocasião, veio o relatório da investigação da ONU sobre a guerra de Gaza. Realizada por personalidades do mais alto conceito. Seu presidente era um juiz judeu, com reputação firmada em julgamentos semelhantes em Ruanda e na ex-Iugoslavia.
Claro, o mundo inteiro aprovou. Mas a chancelaria americana, leia-se Hillary Clinton, veio com uma ridícula crítica de que o relatório concentrava-se nos crimes do exército israelense, pouco falando daqueles que eram de responsabilidade do Hamas. O que era lógico, afinal os israelenses promoveram violências que excediam em muito o que o Hamas fez.
No mesmo dia, o governo americano declarou que a descrença de Ahmadinejad no Holocausto afastaria ainda mais o Irã do convívio internacional. Mas nunca estigmatizaram com a mesma fúria os turcos por negarem que massacraram 2 milhões de armênios no século passado.
A “mudança” de Obama vai ficando cada vez mais para a retórica enquanto cresce a idéia de que a política externa americana continua sendo feita em Telaviv.
Obama insistiu, exigiu, gritou.
Nada feito. Netanyu disse”não” e Obama não teve coragem de ao menos ameaçar cortar um dos muitos recursos, que fazem de Israel a nação mais beneficiada pelos EUA em todo o mundo.
Na mesma ocasião, veio o relatório da investigação da ONU sobre a guerra de Gaza. Realizada por personalidades do mais alto conceito. Seu presidente era um juiz judeu, com reputação firmada em julgamentos semelhantes em Ruanda e na ex-Iugoslavia.
Claro, o mundo inteiro aprovou. Mas a chancelaria americana, leia-se Hillary Clinton, veio com uma ridícula crítica de que o relatório concentrava-se nos crimes do exército israelense, pouco falando daqueles que eram de responsabilidade do Hamas. O que era lógico, afinal os israelenses promoveram violências que excediam em muito o que o Hamas fez.
No mesmo dia, o governo americano declarou que a descrença de Ahmadinejad no Holocausto afastaria ainda mais o Irã do convívio internacional. Mas nunca estigmatizaram com a mesma fúria os turcos por negarem que massacraram 2 milhões de armênios no século passado.
A “mudança” de Obama vai ficando cada vez mais para a retórica enquanto cresce a idéia de que a política externa americana continua sendo feita em Telaviv.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
GAZA: OS FATOS PRINCIPAIS DA INVESTIGAÇÃO DA ONU
Aqui são apresentadas as principais denúncias, algumas não noticiadas pela nossa grande imprensa, relativas aos crimes cometidos em Gaza
O relatório da comissão da ONU que investigou a guerra de Gaza condenou os foguetes lançados pelos palestinos mas foi muito mais crítico da atuação de Israel.:”Foi um ataque intencionalmente desproporcional, planejado para punir, humilhar e aterrorizar a população civil, reduzir drasticamente os recursos econômicos da comunidade local para poder trabalhar e prover seu sustento e , com isso, forçar uma dependência e vulnerabilidade sempre crescentes”.
A comissão reportou que em 11 situações o exército israelense alvejou civis diretamente, em alguns casos “quando tentavam sair de casa, buscando locais mais seguros, agitando bandeiras brancas”. Foi verificado que quase nunca havia qualquer justificação militar para estas violências.
O relatório citou outros possíveis crimes de responsabilidade dos israelense : destruir intencionalmente plantações de alimentos e serviços de água e esgotos; destruir áreas com grande número de civis com o objetivo de matar uns poucos combatentes; usar palestinos como escudos humanos e aprisionar homens, mulheres e crianças em covas. O exército de Israel também foi acusado de usar bombas de fósforo branco em áreas densamente povoadas, o que é proibido pelas leis internacionais.
Foram citados alguns fatos particularmente graves como o bombardeio por morteiros israelenses de uma escola da ONU no campo de refugiados de Jabaliya, que abrigava 1.300 pessoas, com o saldo de 35 civis mortos e mais de 40 feridos.
Várias vezes Israel acusou o Hamas de usar mesquitas para esconder homens armados e munições como na mesquita de Maqadmah, em Jabaliya, onde teriam sido mortos 6 militantes palestinos.
Mas o Conselho de Direitos Humanos contestou essa versão, dizendo que o ataque aconteceu durante o culto da tarde, quando havia 300 homens e mulheres na mesquita, dos quais 15 foram mortos. Não houve nenhuma “explosão secundária” que indicaria a presença de armamentos. Além disso, se Israel pretendesse bombardear uma mesquita suspeita de esconder armamentos isso deveria ser feito no meio da noite, quando não estivesse vazia.
Talvez um das mais graves acusações foi a de que cerca de 10 bombas, inclusive de fósforo branco, foram lançadas contra o principal edifício da ONU, em Gaza, onde 700 civis estavam refugiados. Havia um grande depósito de combustível no local mas, embora avisados várias vezes, os israelenses continuaram o bombardeio.
Em outro episódio, a destruição de uma casa, com a morte de quase vinte membros de uma família, foi “a conseqüência de uma demolição intencional, não de combates”.
Os palestinos foram acusados de lançar mísseis que, intencionalmente ou por negligência, atingiram zonas urbanas de Israel matando 3 civis e traumatizando toda a população local. Considerou-se também “sérias violações dos direitos humanos” assassinatos e outras violências praticadas pelo Hamas contra membros do Fatah.
Avigdor Lieberman, Ministro das Relações Exteriores de Israel, contestou o relatório, dizendo que era parcial. Difícil de acreditar pois o presidente da comissão de investigação,o juiz Richard Goldstone, é judeu e respeitado internacionalmente por sua atuação nos julgamentos de Ruanda e da antiga Iugoslavia.
O Hamas alegou que lançou os mísseis em auto-defesa.Seu plano seria atingir alvos militares mas acabaram caindo em áreas habitadas por seus mísseis serem muito primitivos.
(resumo de matéria publicada no New York Times, de 15-9-2009)
O relatório da comissão da ONU que investigou a guerra de Gaza condenou os foguetes lançados pelos palestinos mas foi muito mais crítico da atuação de Israel.:”Foi um ataque intencionalmente desproporcional, planejado para punir, humilhar e aterrorizar a população civil, reduzir drasticamente os recursos econômicos da comunidade local para poder trabalhar e prover seu sustento e , com isso, forçar uma dependência e vulnerabilidade sempre crescentes”.
A comissão reportou que em 11 situações o exército israelense alvejou civis diretamente, em alguns casos “quando tentavam sair de casa, buscando locais mais seguros, agitando bandeiras brancas”. Foi verificado que quase nunca havia qualquer justificação militar para estas violências.
O relatório citou outros possíveis crimes de responsabilidade dos israelense : destruir intencionalmente plantações de alimentos e serviços de água e esgotos; destruir áreas com grande número de civis com o objetivo de matar uns poucos combatentes; usar palestinos como escudos humanos e aprisionar homens, mulheres e crianças em covas. O exército de Israel também foi acusado de usar bombas de fósforo branco em áreas densamente povoadas, o que é proibido pelas leis internacionais.
Foram citados alguns fatos particularmente graves como o bombardeio por morteiros israelenses de uma escola da ONU no campo de refugiados de Jabaliya, que abrigava 1.300 pessoas, com o saldo de 35 civis mortos e mais de 40 feridos.
Várias vezes Israel acusou o Hamas de usar mesquitas para esconder homens armados e munições como na mesquita de Maqadmah, em Jabaliya, onde teriam sido mortos 6 militantes palestinos.
Mas o Conselho de Direitos Humanos contestou essa versão, dizendo que o ataque aconteceu durante o culto da tarde, quando havia 300 homens e mulheres na mesquita, dos quais 15 foram mortos. Não houve nenhuma “explosão secundária” que indicaria a presença de armamentos. Além disso, se Israel pretendesse bombardear uma mesquita suspeita de esconder armamentos isso deveria ser feito no meio da noite, quando não estivesse vazia.
Talvez um das mais graves acusações foi a de que cerca de 10 bombas, inclusive de fósforo branco, foram lançadas contra o principal edifício da ONU, em Gaza, onde 700 civis estavam refugiados. Havia um grande depósito de combustível no local mas, embora avisados várias vezes, os israelenses continuaram o bombardeio.
Em outro episódio, a destruição de uma casa, com a morte de quase vinte membros de uma família, foi “a conseqüência de uma demolição intencional, não de combates”.
Os palestinos foram acusados de lançar mísseis que, intencionalmente ou por negligência, atingiram zonas urbanas de Israel matando 3 civis e traumatizando toda a população local. Considerou-se também “sérias violações dos direitos humanos” assassinatos e outras violências praticadas pelo Hamas contra membros do Fatah.
Avigdor Lieberman, Ministro das Relações Exteriores de Israel, contestou o relatório, dizendo que era parcial. Difícil de acreditar pois o presidente da comissão de investigação,o juiz Richard Goldstone, é judeu e respeitado internacionalmente por sua atuação nos julgamentos de Ruanda e da antiga Iugoslavia.
O Hamas alegou que lançou os mísseis em auto-defesa.Seu plano seria atingir alvos militares mas acabaram caindo em áreas habitadas por seus mísseis serem muito primitivos.
(resumo de matéria publicada no New York Times, de 15-9-2009)
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
BLACKWATER: SEGURANÇAS OU ASSASSINOS?
Prossegue o processo nos EUA contra os seguranças da Blackwater que mataram 14 civis iraquianos em Bagdá. Sem qualquer provocação, os implicados, que escoltavam um comboio, abriram fogo indiscriminadamente na praça Nisour em pleno meio dia, cheia de pedestres e carros.
A promotoria apresentou novas evidências de que tais crimes seriam um padrão no comportamento dos 5 réus.
Um deles, Nicholas Slatten, costumava dizer que : “queria matar o máximo de iraquianos para vingar o 11 de setembro e repetidas vezes mencionava o número de civis que já alvejara.”
Uma semana antes dos incidentes, outro dos guardas, Evan Liberty havia disparado sua arma automática a esmo, de dentro de um veículo da Blackwater, perto do Almanat City Hall.
Ele e mais dois colegas, Nicholas Slatten e Paul Slough, divertiam-se em jogar garrafas geladas nos carros de iraquianos, numa tentativa de quebrar suas vidraças e provocar acidentes.
Estes novos fatos demonstram o tipo de supervisão negligente sobre os contratados tanto por parte da Blackwater quanto do Departamento de Estado, seu principal cliente.
Lamentavelmente, o governo americano não agiu contra a Blackwater, responsável pelos seus funcionários assassinos. Mas as famílias das vítimas da praça Nizour abriram processo civil contra ela no fórum americano. Além disso, a Casa Branca teve de aceitar que todos os seguranças estrangeiros passassem a ser processados segundo a lei iraquiana. Até então isso não acontecia.
A imagem da Blackwater saiu seriamente deteriorada deste episódio. Ela reagiu, mudando seu nome para XE Services. Mesmo assim perdeu seu contrato com a embaixada americana em Bagdá e seus laços antigos com a CIA estão sendo investigados.
Leon Panetta, o novo diretor da CIA, informou que durante o governo Bush, a agência tinha pensado seriamente em usar os “gunners” da Blackwater num programa secreto de assassinatos dos inimigos do país.
A promotoria apresentou novas evidências de que tais crimes seriam um padrão no comportamento dos 5 réus.
Um deles, Nicholas Slatten, costumava dizer que : “queria matar o máximo de iraquianos para vingar o 11 de setembro e repetidas vezes mencionava o número de civis que já alvejara.”
Uma semana antes dos incidentes, outro dos guardas, Evan Liberty havia disparado sua arma automática a esmo, de dentro de um veículo da Blackwater, perto do Almanat City Hall.
Ele e mais dois colegas, Nicholas Slatten e Paul Slough, divertiam-se em jogar garrafas geladas nos carros de iraquianos, numa tentativa de quebrar suas vidraças e provocar acidentes.
Estes novos fatos demonstram o tipo de supervisão negligente sobre os contratados tanto por parte da Blackwater quanto do Departamento de Estado, seu principal cliente.
Lamentavelmente, o governo americano não agiu contra a Blackwater, responsável pelos seus funcionários assassinos. Mas as famílias das vítimas da praça Nizour abriram processo civil contra ela no fórum americano. Além disso, a Casa Branca teve de aceitar que todos os seguranças estrangeiros passassem a ser processados segundo a lei iraquiana. Até então isso não acontecia.
A imagem da Blackwater saiu seriamente deteriorada deste episódio. Ela reagiu, mudando seu nome para XE Services. Mesmo assim perdeu seu contrato com a embaixada americana em Bagdá e seus laços antigos com a CIA estão sendo investigados.
Leon Panetta, o novo diretor da CIA, informou que durante o governo Bush, a agência tinha pensado seriamente em usar os “gunners” da Blackwater num programa secreto de assassinatos dos inimigos do país.
OS EUA PERDENDO O LIBANO
As últimas eleições libanesas foram vencidas, através de escassa margem, por uma coligação de sunitas, cristãos e drusos contra o Hisbolá , o Amal e outro partido cristão.
Agora, por causa de Israel, esta coligação começa a se esfacelar.
Walid Jumblat, líder dos drusos, aproximou-se do Hisbolá depois que os americanos recusaram-se a vender canhões anti-aéreos e canhões anti-tanques ao governo libanês, alegando que poderiam ser usados contra Israel.
Jumblat declarou não ter importância. O Irã, a China e a Russia forneceriam os equipamentos bélicos desejados.
Em entrevista à TV libanesa, Jumblat referiu-se a crescentes rumores de uma ofensiva israelense contra o Libano :”Eles não escondem isso. Estão dizendo que nos atacarão ou que um dia voltarão ao Libano.” E concluiu :”Eles (os americanos) dizem que as armas que pedimos seriam usadas contra Israel. OK, mas nosso inimigo é Israel.”
Agora, por causa de Israel, esta coligação começa a se esfacelar.
Walid Jumblat, líder dos drusos, aproximou-se do Hisbolá depois que os americanos recusaram-se a vender canhões anti-aéreos e canhões anti-tanques ao governo libanês, alegando que poderiam ser usados contra Israel.
Jumblat declarou não ter importância. O Irã, a China e a Russia forneceriam os equipamentos bélicos desejados.
Em entrevista à TV libanesa, Jumblat referiu-se a crescentes rumores de uma ofensiva israelense contra o Libano :”Eles não escondem isso. Estão dizendo que nos atacarão ou que um dia voltarão ao Libano.” E concluiu :”Eles (os americanos) dizem que as armas que pedimos seriam usadas contra Israel. OK, mas nosso inimigo é Israel.”
domingo, 13 de setembro de 2009
GAZA: A VERDADEIRA DIMENSÃO DO MASSACRE
B´Tselem, organização israelense de defesa dos direitos humanos, acaba de tornar público a conclusão dos seus estudos sobre as vítimas do ataque a Gaza.
Ela contraria a comunicação do exército israelense, que minimizou as mortes de civis e apontou um número muito maior de baixas do Hamas.
A ONG israelense informa o contrário : entre as 1.400 vítimas, 1.070 eram civis, dos quais 252, crianças e adolescentes com menos de 16 anos, enquanto apenas 330 eram guerreiros árabes.
O uso indiscriminado de tanques e canhões contra áreas densamente habitadas, inclusive escolas, depósitos da ONU e hospitais, foi o responsável por esse resultado.
E o drama de Gaza continua, com a persistente recusa do exército israelense em permitir a entrada de material de construção para reconstruir a cidade destruída e deixar que ela volte a viver.
Ela contraria a comunicação do exército israelense, que minimizou as mortes de civis e apontou um número muito maior de baixas do Hamas.
A ONG israelense informa o contrário : entre as 1.400 vítimas, 1.070 eram civis, dos quais 252, crianças e adolescentes com menos de 16 anos, enquanto apenas 330 eram guerreiros árabes.
O uso indiscriminado de tanques e canhões contra áreas densamente habitadas, inclusive escolas, depósitos da ONU e hospitais, foi o responsável por esse resultado.
E o drama de Gaza continua, com a persistente recusa do exército israelense em permitir a entrada de material de construção para reconstruir a cidade destruída e deixar que ela volte a viver.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
QUESTÃO NUCLEAR: O IRÃ CONTRA-ATACA
Surpresa na reunião dos 5 países membros natos do conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha, para discutir o programa nuclear iraquiano.
Esperava-se os EUA no ataque, propondo sanções ainda mais terríveis contra o Irã, caso persistisse no enriquecimento do urânio, que, presumivelmente, se destinaria à produção de armas nucleares.
O Irã defendeu-se atacando. Apresentou uma proposta banindo todas as armas atômicas de todos os países produtores.
Declarou Samarah Hashemi, o representante iraniano :”Já que as armas são uma ameaça mundial, com a cooperação de todos os países, poderemos criar um projeto internacional que impeça a pesquisa, a multiplicação e a manutenção de armas nucleares e também promova a destruição das armas nucleares existentes. O Irã está pronto a oferecer toda e qualquer cooperação e esforços nesse sentido. Nenhuma nação pode ficar fora deste pacto internacional contra as armas nucleares.”
No primeiro momento, P.J. Crowlwy, representante do Departamento de Estado americano, já foi rejeitando. Depois, caiu em si, e declarou que os EUA estariam consultando a Russia, a China, a Alemanha, a Inglaterra e a França para analisar se o Irã estava de fato disposto a assumir o que havia proposto.
Uma coisa é certa: Israel não vai topar. De acordo com seus princípios, é necessário à sobrevivência do país que ele detenha uma força militar muito superior à dos países islâmicos. Sem a exclusividade das armas nucleares na região, essa superioridade ficaria comprometida.
Esperava-se os EUA no ataque, propondo sanções ainda mais terríveis contra o Irã, caso persistisse no enriquecimento do urânio, que, presumivelmente, se destinaria à produção de armas nucleares.
O Irã defendeu-se atacando. Apresentou uma proposta banindo todas as armas atômicas de todos os países produtores.
Declarou Samarah Hashemi, o representante iraniano :”Já que as armas são uma ameaça mundial, com a cooperação de todos os países, poderemos criar um projeto internacional que impeça a pesquisa, a multiplicação e a manutenção de armas nucleares e também promova a destruição das armas nucleares existentes. O Irã está pronto a oferecer toda e qualquer cooperação e esforços nesse sentido. Nenhuma nação pode ficar fora deste pacto internacional contra as armas nucleares.”
No primeiro momento, P.J. Crowlwy, representante do Departamento de Estado americano, já foi rejeitando. Depois, caiu em si, e declarou que os EUA estariam consultando a Russia, a China, a Alemanha, a Inglaterra e a França para analisar se o Irã estava de fato disposto a assumir o que havia proposto.
Uma coisa é certa: Israel não vai topar. De acordo com seus princípios, é necessário à sobrevivência do país que ele detenha uma força militar muito superior à dos países islâmicos. Sem a exclusividade das armas nucleares na região, essa superioridade ficaria comprometida.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
PALESTINA: UM PLANO DE PAZ INACEITÁVEL
O “Mapa da Estrada” é um plano elaborado, em 2003, por um quarteto de entidades- ONU, Russia, EUA e União Européia – para ser o ponto de partida para um acordo de paz que resultaria na criação de um estado palestino ao lado do estado de Israel. Ele foi aceito por árabes e judeus.
Em sua primeira fase, estabelecia que os árabes cessariam suas atividades terroristas e os israelenses congelariam os assentamentos.
Em junho, no discurso do Cairo, Obama declarou :”A situação para o povo palestino é intolerável. As obrigações com que as partes concordaram sob o “Mapa da Estrada” são claras. Para a paz chegar, é tempo para nós – e todos nós – assumirmos nossas responsabilidades.”
Os árabes assumiram, os atentados terroristas pararam.
Mas os israelenses, não.
O primeiro=ministro Netanyu concordou com um congelamento apenas parcial – as obras de 2.500 edifícios em construção continuarão assim como mais 500 que se achavam em planejamento- e temporário – deverá acabar entre 6 e 9 meses. E ainda deixou bem claro que esse congelamento só atingiria a Cisjordânia já que as novas construções em Jerusalem Oriental não seriam interrompidas.
Os EUA protestaram : a continuidade dessas construções em andamento ou planejamento seriam “inconsistentes” com as obrigações anteriormente assumidas por Israel com o”Mapa da Estrada”.
George Mitchel, o enviado de Obama para mediar a paz na Palestina, irá no fim de semana a Israel para concluir um acordo para o início das conversações entre árabes e judeus.
Recorda-se que, confiando em que Netanyu acabaria cedendo, o governo Obama pressionou diversos países árabes para ,em troca do congelamento (que ele previa total e duradouro), aceitarem concessões como permissão para vôos da El Al sobre os territórios deles, abertura de escritórios comerciais israelenses e diversas medidas preparatórias do estabelecimento de relações diplomáticas.
A Arábia Saudita, principal aliado dos EUA na região, contestou tudo isso mas informa-se que diversos governos árabes haviam concordado, em princípio.
Ninguém duvida que Netanyu irá manter sua posição. Ele se sente forte, as pesquisas internas mostram que o povo de Israel apóia sua atitude. Os partidos da sua base aliada, de extrema-direita, estão com ele. E, nos EUA, a maioria do Senado acaba de aprovar uma solicitação a Obama para que pressione os países árabes a fazerem concessões.
E agora, o que fará Obama ?Se ele concordar com um acordo nos termos propostos por Netanyu estará renegando o discurso do Cairo e a aproximação que deseja com o mundo islâmico.
Se recusar-se, tudo volta à estaca zero. O que provavelmente, em qualquer hipótese, acabará acontecendo, já que mesmo os palestinos moderados jamais aceitarão iniciar negociações de paz de maneira tão desfavorável.
Em sua primeira fase, estabelecia que os árabes cessariam suas atividades terroristas e os israelenses congelariam os assentamentos.
Em junho, no discurso do Cairo, Obama declarou :”A situação para o povo palestino é intolerável. As obrigações com que as partes concordaram sob o “Mapa da Estrada” são claras. Para a paz chegar, é tempo para nós – e todos nós – assumirmos nossas responsabilidades.”
Os árabes assumiram, os atentados terroristas pararam.
Mas os israelenses, não.
O primeiro=ministro Netanyu concordou com um congelamento apenas parcial – as obras de 2.500 edifícios em construção continuarão assim como mais 500 que se achavam em planejamento- e temporário – deverá acabar entre 6 e 9 meses. E ainda deixou bem claro que esse congelamento só atingiria a Cisjordânia já que as novas construções em Jerusalem Oriental não seriam interrompidas.
Os EUA protestaram : a continuidade dessas construções em andamento ou planejamento seriam “inconsistentes” com as obrigações anteriormente assumidas por Israel com o”Mapa da Estrada”.
George Mitchel, o enviado de Obama para mediar a paz na Palestina, irá no fim de semana a Israel para concluir um acordo para o início das conversações entre árabes e judeus.
Recorda-se que, confiando em que Netanyu acabaria cedendo, o governo Obama pressionou diversos países árabes para ,em troca do congelamento (que ele previa total e duradouro), aceitarem concessões como permissão para vôos da El Al sobre os territórios deles, abertura de escritórios comerciais israelenses e diversas medidas preparatórias do estabelecimento de relações diplomáticas.
A Arábia Saudita, principal aliado dos EUA na região, contestou tudo isso mas informa-se que diversos governos árabes haviam concordado, em princípio.
Ninguém duvida que Netanyu irá manter sua posição. Ele se sente forte, as pesquisas internas mostram que o povo de Israel apóia sua atitude. Os partidos da sua base aliada, de extrema-direita, estão com ele. E, nos EUA, a maioria do Senado acaba de aprovar uma solicitação a Obama para que pressione os países árabes a fazerem concessões.
E agora, o que fará Obama ?Se ele concordar com um acordo nos termos propostos por Netanyu estará renegando o discurso do Cairo e a aproximação que deseja com o mundo islâmico.
Se recusar-se, tudo volta à estaca zero. O que provavelmente, em qualquer hipótese, acabará acontecendo, já que mesmo os palestinos moderados jamais aceitarão iniciar negociações de paz de maneira tão desfavorável.
AFEGANISTÃO: A CRIATURA CONTRA O CRIADOR
Karsai, ex-agente da CIA, presidente por obra e graça da Casa Branca, acusou-A de estar por trás das denúncias de ilegalidades nas eleições que acaba de vencer.
Alegou que os americanos não gostam dele pela sua independência e recusa de se tornar um fantoche dos exércitos de ocupação. Na verdade, até há bem pouco tempo, Karsai era exatamente isso.
Começou a mudar quando o governo Obama demonstrou estar perdendo a confiança que depositava nele devido a sua tolerância para com os chefões do tráfico de ópio e com a corrupção da sua administração. Preocupados com a revolta do povo diante dos das ações e omissões de Karsai, os americanos procuraram apertar as rédeas no chefe do governo afegão.
Karsai também teve idênticas preocupações e para ganhar apoio popular passou a condenar severamente as mortes de civis inocentes em bombardeios realizados pelas forças ocidentais.
Agora, aproveitando a indignação dos afegãos diante de mais um ataque de aviões americanos que causou a morte de cerca de 70 civis, procurou atribuir a eles as denúncias de corrupção nas eleições.
Mas não vai pegar. Afinal, os EUA foram o único país que oficialmente considerou as eleições “um sucesso”, apesar das muitas centenas de fraudes comprovadas. Algumas até grotescas como seções eleitorais onde TODOS os votos foram dados a Karsai. Ou urnas onde havia 10 vezes mais votos do que eleitores inscritos.
Alegou que os americanos não gostam dele pela sua independência e recusa de se tornar um fantoche dos exércitos de ocupação. Na verdade, até há bem pouco tempo, Karsai era exatamente isso.
Começou a mudar quando o governo Obama demonstrou estar perdendo a confiança que depositava nele devido a sua tolerância para com os chefões do tráfico de ópio e com a corrupção da sua administração. Preocupados com a revolta do povo diante dos das ações e omissões de Karsai, os americanos procuraram apertar as rédeas no chefe do governo afegão.
Karsai também teve idênticas preocupações e para ganhar apoio popular passou a condenar severamente as mortes de civis inocentes em bombardeios realizados pelas forças ocidentais.
Agora, aproveitando a indignação dos afegãos diante de mais um ataque de aviões americanos que causou a morte de cerca de 70 civis, procurou atribuir a eles as denúncias de corrupção nas eleições.
Mas não vai pegar. Afinal, os EUA foram o único país que oficialmente considerou as eleições “um sucesso”, apesar das muitas centenas de fraudes comprovadas. Algumas até grotescas como seções eleitorais onde TODOS os votos foram dados a Karsai. Ou urnas onde havia 10 vezes mais votos do que eleitores inscritos.
GUANTANAMO; LIBERADOS CONTINUAM PRESOS
Desde que a Suprema Corte decidiu no ano passado que os presos em Guantanamo tinham direito a contestar judicialmente sua prisão, 150 deles entraram com processos. Destes, 35 já foram concluídos, resultando em 29 ordens de soltura.
Nas suas sentenças, os juízes americanos basearam-se em dois pontos : falta de provas ou confissões obtidas com torturas.
O incrível é que, apesar das decisões judiciais favoráveis, 20 dos presos continuam nas celas de Guantanamo.
O governo Obama alega, ora que ,uma vez soltos, os presos poderiam representar riscos para os EUA, ora que não podem ser mandado de volta para seus países pois lá sofreriam perseguições.
O major David Frakt, advogado de defesa de muitos dos presumíveis “terroristas”, condena severamente esta situação:”É simplesmente inaceitável que uma vez determinado, ou mesmo concedido pelo governo dos EUA, que não há base legal para deter um indivíduo, que ele continua mantido numa prisão.”
Nas suas sentenças, os juízes americanos basearam-se em dois pontos : falta de provas ou confissões obtidas com torturas.
O incrível é que, apesar das decisões judiciais favoráveis, 20 dos presos continuam nas celas de Guantanamo.
O governo Obama alega, ora que ,uma vez soltos, os presos poderiam representar riscos para os EUA, ora que não podem ser mandado de volta para seus países pois lá sofreriam perseguições.
O major David Frakt, advogado de defesa de muitos dos presumíveis “terroristas”, condena severamente esta situação:”É simplesmente inaceitável que uma vez determinado, ou mesmo concedido pelo governo dos EUA, que não há base legal para deter um indivíduo, que ele continua mantido numa prisão.”
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
"BOMBAS AMIGAS' NO AFEGANISTÃO
.Dennis Blair, Diretor da ODNI (Escritório da Diretoria da Inteligência Nacional) renovou as acusações de que o Irã estaria fornecendo armas aos talibãs. Desta vez, citando comandantes talibãs como autores desta afirmativa.
Na verdade ele apenas repetiu o sub-título de um artigo do Telegraph, com uma ligeira mas significativa modificação. O Telegraph falava em “comandante” e o ODNI transformou-o em “comandantes”.
No entanto, segundo o próprio Pentágono, a origem das minas que vem causando cada vez mais danos nos exércitos americanos é bem outra :italiana. Elas foram fornecidas pela CIA ao movimento rebelde jihadista contra as forças soviéticas, em 1980.
Trágica ironia. Agora, quase 30 anos depois, o feitiço virou contra o feiticeiro. As bombas “amigas” estão sendo usadas contra os próprios americanos pelos aliados jihadistas de então, hoje, seus inimigos irreconciliáveis.
Na verdade ele apenas repetiu o sub-título de um artigo do Telegraph, com uma ligeira mas significativa modificação. O Telegraph falava em “comandante” e o ODNI transformou-o em “comandantes”.
No entanto, segundo o próprio Pentágono, a origem das minas que vem causando cada vez mais danos nos exércitos americanos é bem outra :italiana. Elas foram fornecidas pela CIA ao movimento rebelde jihadista contra as forças soviéticas, em 1980.
Trágica ironia. Agora, quase 30 anos depois, o feitiço virou contra o feiticeiro. As bombas “amigas” estão sendo usadas contra os próprios americanos pelos aliados jihadistas de então, hoje, seus inimigos irreconciliáveis.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
BAIXAS NAS GUERRAS DO ORIENTE
IRAQUE :
Soldados americanos mortos 4.337
Soldados americanos feridos 31.469 (dados oficiais) Mais de 100.000(estimativa)
Soldados de outros países mortos 318
Mercenários idem 1.395
AFEGANISTÃO
Soldados americanos mortos 813
Soldados de outros países idem 542
Soldados americanos mortos 4.337
Soldados americanos feridos 31.469 (dados oficiais) Mais de 100.000(estimativa)
Soldados de outros países mortos 318
Mercenários idem 1.395
AFEGANISTÃO
Soldados americanos mortos 813
Soldados de outros países idem 542
AFEGANISTÃO; CADA VEZ MAIS COMPLICADO
6 meses depois de Barack Obama anunciar uma nova estratégia para vencer a guerra do Afeganistão, o general McChrystal, comandante das tropas americanas, apresentou um novo plano.
Obama pretendia ganhar os “hearts and minds” dos afegãos, trazendo centenas de técnicos e investimentos para organizar a economia, os serviços públicos, a assistência social, o país, enfim. E, de fato, eles estão chegando.
McChrystal, com o mesmo objetivo, acha mais importante promover o aumento e treinamento da polícia e do exército afegão para virem a substituir aos o poucos os contingentes estrangeiros. Isso representaria a convocação de algumas centenas de milhares de soldados do país e o embarque de mais 20 mil soldados americanos para treiná-los.
Para Nir Rosen, conhecido jornalista que cobre Iraque e Afeganistão desde 2003, as dificuldades serão imensas. Em entrevista a Democracy Now, ele fez sérios reparos ás forças armadas do Afeganistão :”Em muitos distritos, 60% deles consumem ópio e marijuana. Eles são antipatizados por que estorquem dinheiro do povo nas estradas e assaltam suas casas. Muitas pessoas vêm a polícia do Afeganistão como o maior recrutador para o Talibã porque ela é a face do governo que os afegãos podem ver.”
Ganhar “hearts and minds” do povo afegão com tais figuras será na verdade um trabalho de eficiência altamente duvidosa. Os americanos também duvidam: pesquisa publicada hoje (2 de setembro) pela CNN e a Opinion Research Corporation indicava que 54% da população era contra a guerra do Afeganistão. E a tendência é esta porcentagem crescer pois há um mês apenas 51% queriam o fim da guerra.
E agora Obama ? Vai ficar com o povo ou com o Pentágono, a indústria de armas e os falcões do Senado ?
Obama pretendia ganhar os “hearts and minds” dos afegãos, trazendo centenas de técnicos e investimentos para organizar a economia, os serviços públicos, a assistência social, o país, enfim. E, de fato, eles estão chegando.
McChrystal, com o mesmo objetivo, acha mais importante promover o aumento e treinamento da polícia e do exército afegão para virem a substituir aos o poucos os contingentes estrangeiros. Isso representaria a convocação de algumas centenas de milhares de soldados do país e o embarque de mais 20 mil soldados americanos para treiná-los.
Para Nir Rosen, conhecido jornalista que cobre Iraque e Afeganistão desde 2003, as dificuldades serão imensas. Em entrevista a Democracy Now, ele fez sérios reparos ás forças armadas do Afeganistão :”Em muitos distritos, 60% deles consumem ópio e marijuana. Eles são antipatizados por que estorquem dinheiro do povo nas estradas e assaltam suas casas. Muitas pessoas vêm a polícia do Afeganistão como o maior recrutador para o Talibã porque ela é a face do governo que os afegãos podem ver.”
Ganhar “hearts and minds” do povo afegão com tais figuras será na verdade um trabalho de eficiência altamente duvidosa. Os americanos também duvidam: pesquisa publicada hoje (2 de setembro) pela CNN e a Opinion Research Corporation indicava que 54% da população era contra a guerra do Afeganistão. E a tendência é esta porcentagem crescer pois há um mês apenas 51% queriam o fim da guerra.
E agora Obama ? Vai ficar com o povo ou com o Pentágono, a indústria de armas e os falcões do Senado ?
KHAMENEI CONTINUA SURPREENDENDO
Depois de admitir que errara ao acusar os EUA e a Inglaterra de estarem por trás do movimento contra as eleições, o aiatolá Khamenei, Supremo Líder da República, condenou as violências praticadas nos manifestantes. E assegurou que os responsáveis seriam processados e punidos.
Por sua vez, o antigo chefe do judiciário foi demitido por sua responsabilidade nos excessos cometidos e o seu sucessor exigiu a rápida libertação de um grupo de prisioneiros que haviam participado do movimento.
Os reformistas perderam as eleições mas parece que suas idéias estão ganhando cada vez mais espaço no governo dos aiatolás.
Por sua vez, o antigo chefe do judiciário foi demitido por sua responsabilidade nos excessos cometidos e o seu sucessor exigiu a rápida libertação de um grupo de prisioneiros que haviam participado do movimento.
Os reformistas perderam as eleições mas parece que suas idéias estão ganhando cada vez mais espaço no governo dos aiatolás.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
QUESTÃO NUCLEAR: IRÃ MUDA, OBAMA IMITA BUSH
Aproxima-se o prazo que Obama estabeleceu para o Irã negociar o problema nuclear. Teerã fez as primeiras concessões. Concordou com as exigências da IAEA (Agência Internacional de Energia Atômica) para expandir o monitoramento das instalações nucleares do país.
Na verdade, a IAEA declara que ainda não pode garantir que parte do urânio enriquecido na usina de Natanz não esteja sendo modificado, tornando-se material físsil para ogivas atômicas. No entanto, a agência está procurando montar um sistema de câmeras e de inspeções em Natanz capaz de acompanhar a rápida aceleração do programa de enriquecimento.
Já é um grande passo para a solução do problema.
Mas não é suficiente para Obama. Ele comporta-se exatamente como Bush. Depois de ensaiar uma atitude conciliatória, falar em negociações, passou a repetir seu antecessor, ameaçando o Irã com novas sanções.
Mesmo que o Irã ceda mais um pouco, facilite mais o trabalho de inspeção da IAEA e esta se declare satisfeita, Obama não aceita. Como Bush, ele exige que o governo de Teerã cesse de produzir urânio enriquecido, embora o Tratado Contra a Proliferação de Armas Atômicas não proíba essa atividade.
É preciso acalmar Israel, para, quem sabe, seu governo acabe concordando com a fundação de algum tipo de estado palestino.
É preciso agradar os “falcões” das Forças Armadas e do Congresso, para manter vivo o sonho impossível do presidente de conseguir o apoio unânime do país às reformas que, aliás, estão sendo descaracterizadas pelo caminho.
Na verdade, a IAEA declara que ainda não pode garantir que parte do urânio enriquecido na usina de Natanz não esteja sendo modificado, tornando-se material físsil para ogivas atômicas. No entanto, a agência está procurando montar um sistema de câmeras e de inspeções em Natanz capaz de acompanhar a rápida aceleração do programa de enriquecimento.
Já é um grande passo para a solução do problema.
Mas não é suficiente para Obama. Ele comporta-se exatamente como Bush. Depois de ensaiar uma atitude conciliatória, falar em negociações, passou a repetir seu antecessor, ameaçando o Irã com novas sanções.
Mesmo que o Irã ceda mais um pouco, facilite mais o trabalho de inspeção da IAEA e esta se declare satisfeita, Obama não aceita. Como Bush, ele exige que o governo de Teerã cesse de produzir urânio enriquecido, embora o Tratado Contra a Proliferação de Armas Atômicas não proíba essa atividade.
É preciso acalmar Israel, para, quem sabe, seu governo acabe concordando com a fundação de algum tipo de estado palestino.
É preciso agradar os “falcões” das Forças Armadas e do Congresso, para manter vivo o sonho impossível do presidente de conseguir o apoio unânime do país às reformas que, aliás, estão sendo descaracterizadas pelo caminho.
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