terça-feira, 14 de julho de 2009

MÃOS ESTENDIDAS OU PUNHOS FECHADOS

No governo Obama, os generais americanos no Iraque não mudaram sua atitude diante do Irã.
Persistem nas mesmas posições dos tempos de Bush, quando o general Patraeus, então comandante do exército , acusou os iranianos de armar milícias rebeldes e assassinar políticos iraquianos, garantindo que iria fornecer provas indiscutíveis. O que jamais fez.
Foi ainda o general Patraeus quem ordenou a invasão do consulado do Irã em Arbil e prisão de 5 diplomatas, acusando-os de estarem planejando atentados terroristas. Também aqui nada foi provado, embora os iranianos tivessem sido investigados durante 30 meses.
Eles só foram libertados no sétimo mês da gestão Obama, não por decisão do general Odierno, substituto de Patraeus, mas por exigência do governo do Iraque. Nos termos do SOFA- que regula a permanência das tropas de ocupação – os americanos são obrigados a entregar seus prisioneiros aos iraquianos. Cumpriram o acordo, mas sob protesto.
No governo Bush, o general Patraeus reiterou várias vezes ao primeiro-ministro iraquiano Maliki, que o Irã era hostil a seu governo. Maliki discordou sempre. Admitia que os iranianos davam certo suporte à milícia do líder radical xiita, MoqtadaAl Sadr, o chamado “exército Mahdi”. Mas seria para poder influenciar Al Sadr no sentido da estabilidade e da paz. E, de fato, isso foi conseguido, com o cessar fogo de agosto de 2007.
Em 2008, o “exército Mahdi” praticamente passou a controlar a cidade de Bassra. Maliki lançou seu exército contra ele. E foi graças à mediação iraniana que se chegou à paz.
O comandante em chefe no governo Obama, o general Odierno, continua seguindo a orientação anti-Irã do seu antecessor no governo anterior. E Maliki, o principal interessado, continua discordando. Ele acha que os iranianos, xiitas como a maioria do povo do Iraque, tem sido amigos leais.
Para Bush, era inaceitável essa aproximação do Iraque com o Irã, integrante do “eixo do mal”, inimigo a ser neutralizado, portanto. Temia que os Estados Unidos, potência hegemônica na região Iraque, fossem substituídos nesse papel pelo Irã, assim que as tropas de ocupação se retirassem.
Atualmente, enquanto Obama fala em conciliação, os generais americanos falam o diabo do Irã.
Ou o presidente não tem controle sobre seus generais ou , em vez de mãos estendidas para Teerã, na verdade, ele tem seus punhos fechados.

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