Foram-se os tempos em que a palavra dos Estados Unidos era lei no Continente.
Agora, eles tem de maneirar.
O quintal e até muitos setores da sociedade americana querem o fim do bloqueio a Cuba. Obama concorda. Mas , devagar, não se pode ignorar a oposição da comunidade cubana, com muitos votos na Florida e Nova Iorque. Nem a direita radical do Partido Republicano – forte no Congresso. E ainda grupos econômicos e religiosos, espalhados pelo país, ferozmente anti-comunistas.
Por isso, depois de alguma resistência ao cancelamento da suspensão de Cuba da OEA, os americanos acabaram somando com os países south of the border. Em toca, eles aceitaram a volta de Cuba num ritmo lento, adequado ao processo.de convencimento do povo do país de Obama.
No caso de Honduras, o horror dos governos da América Latina ao fantasma dos golpes militares levou os americanos a votarem com eles o repúdio à transgressão.
Mas para o governo Obama, não convém a recondução de Zelaya, um aliado de Chavez.
Por isso mesmo, ao contrário dos demais países do continente, não retirou seu embaixador, nem adotou sanções econômicas de peso. Limitou-se a suspender a ajuda militar. E agora entrou firme na estratégia de ganhar tempo dos golpistas, insistindo numa solução diplomática para a crise. Através da qual, eles - os grandes proprietários e os militares locais, aliados históricos da Casa Branca – pretendem levar o impasse até novembro, quando se elegerá um novo presidente. Que não será do grupo de Zelaya, desestruturado como se encontra.
Não é garantido que dê certo. Os adeptos de Zelaya prometem bloquear as exportações e o transporte rodoviário do país. E o chileno Insulza, secretário-geral da OEA, pretende usar de todos os meios legais para dobrar os golpistas. O que, aliás, lhe valeu a oposição do State Department à sua reeleição.
Evo Morales exagerou quando disse que a única diferença entre Obama e Bush é o método : do ex, um porrete, do atual, a diplomacia.
Exagerou, sim. Mas não muito.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
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