terça-feira, 10 de novembro de 2009

PALESTINOS AM EAÇAM ABANDONAR PROCESSO DE PAZ

O Hamas já desistiu faz tempo.
E ,agora, a OLP, o movimento laico e moderado, que vinha confiando na “mudança” da nova diplomacia americana, parece estar a fim de ir pelo mesmo caminho.
Mahmoud Abbas, seu chefe e presidente da Autoridade Palestina, entidade que dispõe de poderes administrativos limitados sobre parte da Cisjordania, ameaçou encerrar o processo de paz iniciado em 1993.
Motivos não faltam.
O primeiro-ministro Nethanyu já deixou mais do que claro que não pretende devolver os territórios ocupados por assentamentos judaicos, nem consentir na existência de um estado palestino soberano, na integral acepção da palavra.
Depois de exigir que Nethanyu interrompesse as novas construções na Cisjordania como pré-condição para se reiniciarem as conversações de paz com os árabes, Obama voltou atrás. Hillary Clinton, sua Secretária de Estado, liberou o premier israelense a continuar construindo.
O governo israelense desenvolve um programa acelerado de desapropriação e derrubada de casas árabes em Jerusalém Oriental, onde elas são maioria, para judaizar essa área e tornar definitiva sua integração no estado de Israel. Apesar da ONU considerar ilegal, Obama jamais se manifestou contra.
Recentemente, o governo Obana aliou-se a Israel para rejeitar o relatório Goldstone que condenava os crimes de guerra israelenses no ataque a Gaza. Chegou a pressionar Mahamud Abbas para que retirasse o apoio ao relatório na Comissão de Direitos Humanos da ONU.
Há quem ache que a ameaça de desistir de negociar a paz seria uma tática da OLP para forçar Obama a sair de sua atitude passiva e falar duro com Nethanyu.
Acredito que pode ser verdade. Só duvido que dê certo. Tudo indica que Obama não tem força ou coragem para enfrentar os lobbies israelo-americanos, a maioria do Senado, da Câmera de Representantes, da mídia e do pessoal do Pentágono, que são 100% pró-Telaviv.
E não abrem.

Um comentário:

Luiz Carlos Bresser-Pereira disse...

Mahamoud Abbas não tem alternativa. A única coisa decente que pode fazer diante da falta de disposição dos israelenses para negociar é demitir-se.