quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O BELICISMO DO NOBEL DA PAZ

Os aviões sem piloto, operados pela CIA, são o dernier cri da tecnologia bélica americana.
Bush inaugurou o uso desta arma, bombardeando a região do Paquistão fronteiriça ao Afeganistão para caçar talibãs ali escondidos.
Obama incrementou os bombardeios e em 8 meses fez mais do que Bush em 3 anos.
Os generais paquistaneses não gostam nada, o presidente Zardari resmunga, mas aceita, e o povo é francamente contra. Mas Obama está satisfeito. Afinal, os “drones” já liquidaram mais da metade dos líderes do talibã na região. Pena que também matem civis. Algumas centenas até agora.
Por isso mesmo, a nova arma é a principal responsável pelo grande anti-americanismo que grassa no país.
Até agora, só foi usada em regiões rurais.
Mas o exército americano, com apoio do presidente Obama, quer lançá-la contra a cidade de Queita, que seria um santuário para muitos chefes do Talibã.
Aí o governo do Paquistão acha demais. Afinal, Queita é densamente habitada. Bombardeá-la traria um morticínio de civis.
O estranho Nobel da Paz, que não vacila em lançar mísseis que atingem civis de um povos com quem não está em guerra, insiste. O Paquistão resiste. E pela primeira vez está ameaçada a cooperação entre esses dois aliados.

OS EUA ESNOBAM PROPOSTA DE PAZ DO TALIBÃ

Revela o Wall Street Journal que, em 5 de dezembro, o Talibã enviou a empresas jornalísticas um e-mail que dizia: ”Não está em nossa agenda intervir nos assuntos internos de outros países e estamos prontos a fornecer garantias legais disso se as forças estrangeiras se retirarem do Afeganistão.”
Para os analistas, estaria implícita nessas “garantias legais” a proibição do uso do território pela Al Qaeda como base para praticar ações terroristas em outros países. Sem a Al Qaeda, a guerra se tornaria desnecessária. Maravilha, não?
Não.
Em entrevista à cadeia de TV ABC, Hillary saiu com essa:” Pedimos ao mulá Omar (o chefe do Talibã) que renunciasse às relações com Bin Laden depois do atentado de 9 de setembro e ele não aceitou. Não sei por que ele haveria de mudar de idéia agora”.
Na verdade, sabe-se que as razões podem ser várias: desinteligências (já comprovadas) com a Al Qaeda tornariam exagerado o preço pago para o Talibã defendê-la; preponderância dos elementos moderados sobre os radicais; confiança em que, sem as forças estrangeiras, o corrupto governo Kasai cairia facilmente.
O que não se sabe é porque Hillary desdenhou uma proposta que evitaria a morte de muitos soldados americanos, além de gastos orçados em 100 bilhões de dólares anuais.
Alguns analistas acreditam que a esnobação de Hillary seria uma estratégia para os EUA negociarem em posição privilegiada e assim poderem fazer exigências como: expulsão da Qaeda do território afegão (e não simples proibição); desarmamento das milícias talibãs; compromisso de se integrarem na legalidade como partido político, etc
Mas há outra hipótese.
O complexo industrial-militar, que, com a guerra está lucrando horrores, não estaria disposto a aceitar uma retirada brusca que acabaria com sua festa.
Obama, através de Hillary, estaria manobrando com cuidado para, aos poucos, conseguir dobrar prováveis reações contra a paz.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

BAIXAS NAS GUERRAS DO ORIENTE

Até 12/12/2009
IRAQUE :
-soldados americanos mortos – 4.371
-idem de outras nações - 325
-idem de seguranças- 1.395
Total - 6.091
- soldados americanos feridos - entre 31.382(dados oficiais) e 100.00 (estimativa)

AFEGANISTÃO:
- soldados americanos mortos- 934
-idem de outros países da OTAN 604
Total 1.538

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O NOBEL DA GUERRA

Hoje, 10 de dezembro, Barack Obama recebe o Prêmio Nobel da Paz.
Há poucos dias, ele anunciou o envio de mais 30 mil soldados americanos para a guerra do Afeganistão, ao mesmo tempo, em que pediu a seus aliados mais 10 mil. No total serão 150 mil homens, lançados numa guerra sem propósito, cujo inimigo principal, segundo o próprio Obama, a Al Qaeda, não conta com mais de 100 combatentes, conforme os generais McChrystal, comandante em chefe no Afeganistão, e Jones, assessor de política internacional.
Há poucos meses, Obama negou-se a assinar o tratado para banir as minas terrestres, responsáveis pela morte ou perda de membros de milhões de civis em todo o mundo. Os EUA não as produzem mais, mas o presidente insiste em manter um arsenal de 10 milhões de minas terrestres. Prontas para entrar em ação.
Mesmo com estas ponderáveis contribuições á causa da guerra, Obama levou o Nobel da Paz. Seria cômico se não fosse trágico.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

ISRAEL VIOLA SEU PRÓPRIOCONGELAMENTO

Há alguns dias, o Primeiro ministro Netanyahu, anunciou o congelamento por 10 meses de novos assentamentos. Esclareceu que não incluía, aqueles em construção e mesmo os cujo planejamento já fora aprovado embora ainda não tivessem saído do papel. Assentamentos em Jerusalem Oriental – região de maioria palestina – não estavam incluídos na proibição.
Mas, mesmo esse congelamento apenas parcial não foi respeitado.
Os colonos israelenses protestaram energicamente. Numa reunião entre o Ministro da Defesa, Ehud Barak e diversos prefeitos de assentamentos, o governo decidiu aprovar diversas novas construções antes incluídas na proibição.

1 CONTRA 1.500

Justificando a guerra do Afeganistão, Obama disse que era necessária para destruir a Al Qaeda, cuja extrema periculosidade fora provada no atentado de 11 de setembro.
Daí o recente envio de mais 30 mil soldados, ao custo de 30 bilhões de dólares, para combater essa terrível ameaça.
Os homens da Al Qaeda devem ser portentosos, verdadeiros super-vilões, pois segundo o assessor de política internacional de Obama, o general James Jones e o serviço de inteligência dos EUA, eles não passam de100, em território afegão. Somando-se os reforços, teremos 150 mil soldados estrangeiros, o que dará 1.500 contra cada elemento da Al Qaeda.
Claro, não pusemos os talibãs nesta conta pois eles não representam ameaça alguma para o povo dos EUA. São apenas um movimento nacionalista que luta para expulsar as tropas que invadiram seu país. Podemos não gostar deles - são mesmo uns caras atrasados e violentos – mas Obama pouparia muitas vidas e muitos bilhões de dólares se fizesse um acordo com essa turma. Os EUA e aliados cairiam fora e os talibãs não deixariam a Al Qaeda atuar no Afeganistão. Os talibãs até que topariam – sabe-se que não estão se dando nada bem com o pessoal de Bin Laden. Quem não toparia seria o complexo industrial-militar, para quem a guerra é o Bem supremo

POVO AMERICANO CONTESTA INTERVENCIONISMO

Ampla pesquisa, recentemente realizada pelo Pew Research Center, mostra uma mudança no povo americano que passa a contestar as aventuras imperiais dos governos do seu país.
Para 49% (contra 44), os EUA deveriam preocupar-se com seus assuntos e deixar que os demais países cuidassem dos deles. Foi a primeira vez em mais de 40 anos de pesquisas que os “internacionalistas” eram em menor número.
Coerentemente, o aumento de tropas para o Afeganistão foi rejeitado por 40 a 32%.
E as prioridades de política interna são dominantes : proteger os empregos – 85%; combater o tráfico de drogas; reduzir a imigração ilegal -46%-
41% contra 25% consideraram que os EUA estão mais fracos no concerto mundial do que há 10 anos atrás.
Dentro dessa ordem de idéias, a maioria (57 x 36) acha que o exército americano vai mal na guerra do Afeganistão.
O terror deixou de ser o bicho papão principal. Apenas 11% consideram-no uma grande ameaça, enquanto 56% o minimizam.
Esses resultados vão na mesma linha dos apresentados em pesquisas anteriores que condenaram tanto a guerra do Afeganistão, quanto a do Iraque.
Obama deveria prestar maior atenção á voz da rua ao invés de continuar tão sintonizado com os rugidos das Fôrças Armadas e da indústria de armamentos e seus seguidores no Legislativo, que clamam pela continuidade das intervenções militares da Casa Branca.