Começou a luta do ano. O primeiro round durou 3 horas e os adversários limitaram-se a expor suas idéias, sem responder às do outro.
Parece que, pela primeira vez, um presidente americano decide-se a enfrentar de verdade o establishment israelense e seu poderoso aliado , o AIPAC, o maior lobby pró-Israel dos Estados Unidos, que tem até agora manobrado o Congresso de Washington á sua vontade.
Obama tem por si a maioria dos americanos, a opinião pública de todos os países do mundo (com exceção da Albania ), e uma arma nada desprezível : os dólares, 4 bilhões doados anualmente para o exército judaico. Até agora nenhum ocupante da Casa Branca ousou usá-la, o máximo que o dois Bush e Clinton fizeram foi proclamavam desejo de um estado palestino independente, desde que não ameaçasse a segurança de Israel. Mas ficaram nisso. No frigir dos ovos, combateram todas as dezenas de resoluções da ONU condenatórias da ocupação israelense da Cisjordania, dos ataques ao Libano e a Gaza, dos "assassinatos seletivos" de líderes palestinos ditos terroristas pelo exército de Telavive, do muro de Ariel Sharon, etc
Agora Obama parece disposto a ir muito além da retórica. Não será uma tarefa fácil. A soma das forças de Israel com a AIPAC e os congressistas que se elegeram com o dinheiro do lobby
tem se revelado invencível até agora.
Para que o sonho impossível da paz no Oriente Médio possa acontecer, não basta firmeza e boas intenções. Obama tem de apresentar uma solução para o principal problema: como financiar o reassentamento dos 400 mil colonos judeus da Cisjordania e indenizar os árabes expulsos da Palestina. Os jornais costumam quantificá-los em 700 mil. Isso era no começo de sua diáspora, há 61 anos atrás. Hoje são 4 milhões.
Quem vai fornecer as dezenas, talvez centenas, de bilhões de dólares necessários ?